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EFAF - ARTIGO DE OPINIÃO - PAS/UFLA 2017-2019 - TRABALHO VOLUNTÁRIO JUVENIL

ARTIGO DE OPINIÃO - EF ANOS FINAIS

ARTIGO DE OPINIÃO

TRABALHO VOLUNTÁRIO JUVENIL

PAS/UFLA – 1.ª ETAPA – 2017-2019

ID: ES3


INSTRUÇÕES

. A redação deverá ser feita obrigatoriamente a caneta de tinta azul e ser desenvolvida no formulário próprio. O espaço neste caderno poderá ser usado somente como rascunho.

. O formulário de redação deverá ser assinado apenas no espaço destinado para a assinatura.

. Receberá nota 0 (zero) a redação que contiver qualquer forma de identificação (assinaturas, rubricas, pseudônimos, desenhos, mensagens, números de inscrição ou de documentos ou quaisquer sinais que possam identificá-lo).

. Mesmo que o gênero solicitado exija assinatura, não assine sua redação.

. Atenção para o tema e o gênero textual solicitados.

. Dê um título ao seu texto.


Texto I

O VOLUNTARIADO COMO FORMA DE PROTAGONISMO JUVENIL

Márcia Campos
8 de dezembro de 2015

Adolescentes de hoje: jovens que buscam, mas não sabem exatamente o que procuram, nem como irão encontrar o que desejam. Indivíduos que, apesar dos diferentes rótulos que uma sociedade lhes empresta, cada vez mais, demonstram um mesmo desejo de viver em um mundo melhor. Há algum tempo, esses adolescentes têm carregado o estereótipo de passivos e irresponsáveis, porque não se envolvem com questões consideradas verdadeiramente relevantes. Afinal, como exigir a participação daqueles que não são nem estimulados, nem preparados a participar?

Acreditar no voluntariado jovem significa – é claro – acreditar no voluntariado e no jovem. Nos últimos anos, especialmente nesta década, vem tomando forma no Brasil a concepção de voluntariado como ação cívica; que tem como objetivo a mobilização de pessoas, empresas e instituições da sociedade civil para rever seus próprios problemas; tanto pela articulação de iniciativas e recursos, quanto pela reivindicação de políticas públicas satisfatórias. A participação direta de cidadãos em atividades sociais pode contribuir para o enfrentamento da exclusão social e para a consolidação de uma cidadania participativa. Assegurar os direitos humanos e sociais passa a ser uma responsabilidade não apenas do Estado, mas de toda a sociedade.

Dentro dessa nova realidade, como se pode caracterizar o voluntário e o voluntariado? “O voluntário é o cidadão que, motivado pelos valores de participação e solidariedade, doa seu tempo, trabalho e talento, de maneira espontânea e não remunerada, para causas de interesse social e comunitário. Além de bem informado e consciente da complexidade dos problemas sociais, o voluntário trabalha considerando o horizonte da emancipação, ou seja, estimulando o crescimento da pessoa e da comunidade para resolver seus próprios problemas.” (1)

Compreendido como empreendimento social, o voluntariado contemporâneo busca a eficiência dos serviços, a qualificação dos voluntários e das instituições. Além de competência humana e espírito de solidariedade, almeja-se a qualidade técnica da ação voluntária. Dentro dessa perspectiva, o voluntariado deixa de interessar apenas à classe média ou àqueles que têm tempo disponível e passa a ganhar espaço entre as empresas e as classes populares, a interessar a todos e ser da responsabilidade de todos. Quem acredita no voluntariado, acredita na possibilidade de romper com o fatalismo, com a desesperança, com as atitudes meramente críticas ou reativas. Está disposto a contribuir para a formação de mentalidades proativas, capazes de promover a passagem para uma ordem produzida por todos e com todos. A juventude é um grupo chave em qualquer processo de transformação social, principalmente agora, que adolescentes são o grupo etário mais numeroso do país. (...)

Assim compreendido, o voluntariado jovem torna-se um espaço de formação de pessoas autônomas, capazes de fazer projetos. São os projetos que dão sentido à vida, que nos lançam para o futuro. Oferecer, aos adolescentes, oportunidades de envolver-se na solução de problemas reais, é oferecer-lhes chance de produzir sentido, definir rumos, transformar em textos coerentes e inovadores os fragmentos de informação a que estão expostos. Significa criar espaços para que eles possam exercitar a construção do seu projeto de vida, tornando-se autores e protagonistas de sua própria vida. Enfim, ao associar-se a seus pares e a adultos-parceiros em projetos de atuação voluntária, os adolescentes têm a chance de desenvolver: – Percepção, sensibilidade, flexibilização e adaptabilidade; – Capacidade de reflexão e interpretação da realidade social; – Autoestima, iniciativa e confiança em si mesmos; – Capacidade de escolha e de tomada de decisão; – Habilidade de conviver e trabalhar cooperativamente em grupo; – Habilidade de associar-se com adultos com base na parceria, apreciação e respeito mútuos. O voluntariado jovem pode acontecer, tanto por meio de ações criadas pelos próprios adolescentes, como pelo seu engajamento em uma organização de fim social, que tenha um programa de voluntários.

O que a sociedade ganha com o voluntariado jovem? A inclusão dos adolescentes na solução de problemas colabora não só para o desenvolvimento da autoestima e da autonomia, mas contribui também para a organização e o fortalecimento da sociedade. São exemplos desses ganhos, a melhoria do nível de informação e formação da população jovem, desenvolvimento de lideranças, solução de problemas e necessidades da comunidade, articulação e amadurecimento da sociedade civil, e construção de um novo imaginário social de cidadania – com base na responsabilidade, cooperação, solidariedade e compromisso.

(1) Cynthia Paes de Carvalho e Miguel Darcy de Oliveira, Centros de voluntários – transformando necessidades em oportunidades de ação, Rio de Janeiro, Programa Voluntários, 1998.)

Disponível em: http://www.parceirosvoluntarios.org.br/o-voluntariado-como-forma-de-protagonismo-juvenil/ Acesso em: 8/7/2015. (Adaptado).


No Texto I, Márcia Campos aborda a questão do trabalho voluntário exercido pelo jovem como forma de protagonismo juvenil. Leia o trecho a seguir em que o autor apresenta outro ponto de vista em relação ao trabalho voluntário no qual se apoia o Projeto Gutemberg, responsável por disponibilizar livros, e-books, livros Kindle gratuitos e obras culturais.


Texto II

MAS, AFINAL, QUAL É O PROBLEMA DO TRABALHO VOLUNTÁRIO?

O trabalho voluntário é sem dúvida importante em muitos casos — pensemos nas pessoas que trabalham voluntariamente em organizações que combatem a fome e a doença junto de pessoas que vivem em pobreza absoluta. Mas quando o trabalho voluntário consiste em oferecer gratuitamente algo que as pessoas poderiam pagar se realmente gostassem do que dizem gostar, o trabalho voluntário passa do louvável para o execrável porque aprofunda uma mentira social. A mentira social é que as pessoas “adoram” a cultura, os livros e o conhecimento — desde que não tenham de abrir a carteira. Quando chega a hora de abrir a carteira, têm dinheiro para carros e roupas de luxo, ligações ultrarrápidas à Internet, computadores de último modelo, televisões de plasma, e pacotes de TV por cabo — mas não para livros, revistas, jornais, enciclopédias. Têm dinheiro para tudo exceto para o que dizem “adorar”.

À mentira social que o trabalho voluntário aprofunda, junta-se um sentimento de falsa superioridade moral que o voluntário tem por trabalhar de graça, ficando com a sensação agradável de que está fazendo algo que nem todos os mortais fazem.

Além das mentiras sociais e das hipocrisias morais associadas ao trabalho voluntário e à cultura gratuita, há o problema da sustentabilidade econômica de um mundo feito desta maneira. O que precisamos não é de mais mentiras sociais e de mais hipocrisias morais, mas de criar estruturas economicamente viáveis que permitam produzir, divulgar e publicar livros, revistas e jornais. Precisamos de digitalizar livros e bibliotecas, mas de um modo que seja economicamente viável e que dê o seu a seu dono: criando um corpo de profissionais pagos para fazer bem esse trabalho, com formação adequada, e recorrendo a meios adequados — e não uns miúdos que no intervalo dos jogos de computador decidem dar a aparência de bons samaritanos.

Disponível em: http://dererummundi.blogspot.com.br/2009/04/mas-afinal-qual-e-o-problema-do.html. Acesso em: 19/08/2016 (Adaptado).


PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos acima e de seus conhecimentos prévios, posicione-se sobre o trabalho voluntário exercido pelo jovem e, então, produza um ARTIGO DE OPINIÃO.

Você deverá contextualizar o tema, contrapor e discutir posições e manifestar, explicitamente, seu posicionamento. O texto deverá apresentar clareza, objetividade, coerência, coesão e consistência argumentativa. Além disso, deverá ser redigido em padrão formal e tomar como referência leitores escolarizados.

***

DICAS DA PLATAFORMA REDIGIR:

O ARTIGO DE OPINIÃO (ou Artigo opinativo, ou, ainda, Texto de opinião), como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum tema polêmico. É um gênero textual que se apropria do tipo dissertativo. Nos artigos há mais opinião do que informação. Dá-se o nome de articulista àquele que escreve o Artigo.

O texto é breve – aproximadamente, 25 linhas. A linguagem é simples e objetiva, vez que se pretende atingir todo tipo de leitor. O texto, geralmente, é escrito na 1.ª pessoa do singular, leva título e assinatura.

O Artigo de opinião é, obviamente, persuasivo: inserido nos grandes periódicos, é um serviço prestado ao leitor, com o objetivo de convencê-lo acerca não só da importância do tema ali enfrentado, mas também, e principalmente, da relevância do posicionamento do articulista. São comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor refinado e a ironia – tudo baseado em informações factuais.


ALERTA! Cuidado com as armadilhas da primeira pessoa: Ainda que você desenvolva um texto de opinião, não escreva “eu acho que”; “na minha opinião”; “no meu modo de pensar” etc.

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