EM - DISSERTAÇÃO - MODELO FUVEST - IGUALDADE E JUSTIÇA
FUVEST
IGUALDADE E JUSTIÇA
MODELO FUVEST
ID: E1Y
TEXTO I
A sobrevivência dos mais gordos
Galschiøt tornou-se conhecido mundialmente com o tema Art in Defense of Humanism - AIDOH (Arte em Defesa do Humanismo), devido às ações em eventos importantes. Durante a
Cúpula do Clima de Copenhague, em dezembro de 2009, instalou a escultura Survival of the Fattest (A sobrevivência dos mais gordos).
A
escultura do artista dinamarquês Jens Galschiøt traz uma figura opulenta,
símbolo dos países industrializados, e uma figura mais frágil, representada na
pessoa de um homem africano. A obra acaba por confirmar o que os ativistas já
suspeitavam: o fato de o mundo industrializado impedir uma tomada de decisões
importantes contra alterações climáticas, cujas principais vítimas são as
populações dos países mais pobres. A escultura traz a seguinte legenda (em
tradução livre), escrita pelo próprio autor: “Estou sentada nas costas de um
homem. Ele está afundando sob o peso. Eu faria qualquer coisa para ajudá-lo,
exceto sair de suas costas.”
(...)
como bem me lembrou um sábio juiz, estamos acostumamos a criticar prefeitos,
governadores, presidentes, vereadores, deputados e senadores, mas, não raro,
poupamos juízes, desembargadores e ministros. Fascinante que uma das
consequências ao atribuir sabedoria sobrenatural à toga é a de que o
Judiciário, por falta de pressão e de controle externos, é o menos transparente
dos poderes. (...) Enquanto a proporção de negros nas prisões for maior que a
de negros na sociedade, podemos dizer que a Justiça é uma construção mal feita
e inacabada por aqui.
Partindo da ideia
de que o mundo que herdamos dos tempos pré-modernos preconceituosos e
supersticiosos era desordenado e caótico, a tarefa que se impunha era torná-lo
melhor. Ora, quem assumiria esse papel? Evidentemente os legisladores, os reis,
os príncipes, os presidentes (...), enfim, quem quer que estivesse no poder e
que se impusesse a tarefa de reorganizar o mundo, de tal modo que as pessoas
viessem a se comportar racionalmente, a buscar a felicidade sem correr o risco
de fazer escolhas erradas. Nesse quadro, cabia à Sociologia fornecer
informações sobre como obter um comportamento desejável das pessoas, sobre as
razões pelas quais elas se desviam do caminho certo, como mantê-las nesse
caminho e evitar desvios etc. Enfim, o conhecimento sociológico era, portanto,
dirigido àqueles que estavam no papel de legislar, de criar as condições para
uma boa sociedade. Esse era, enfim, o projeto da modernidade, que hoje está em
grande parte abandonado. (...)
BAUMAN, Zygmunt – Modernidade Líquida – Rio de
Janeiro: Jorge Zahar. Ed 2001.
Texto V
Sérgio Adorno,
sociólogo e professor da Universidade de São Paulo, que há duas décadas estuda
o funcionamento da Justiça brasileira (...), apresentou algumas considerações
em relação à quase exclusividade de pobres nos presídios: “É errado pensar que,
no Brasil, os julgamentos não levam a nada. Fizemos uma pesquisa que mostra que
a Justiça condena 76% dos réus e absolve apenas 24%. (...) A grande questão é o
tipo de criminoso que se condena. O perfil médio dos condenados é daquele
cidadão que não oferece grande risco para a sociedade. (...) Segundo o último
censo penitenciário, 98% dos condenados são pessoas que não puderam pagar
advogado. Por essa estatística, quem pode contar com uma boa defesa corre risco
de 2 em 100 de ir para a cadeia.”
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Redija uma dissertação em prosa (de, no mínimo, 20 linhas), na qual você
exponha o seu ponto de vista sobre o tema, uma citação colhida de Victor Hugo,estadista e ativista pelos direitos
humanos francês, de grande atuação política em seu país: "A primeira igualdade é a justiça."