À primeira vista
metafórico, o termo “cérebro podre” (do inglês, brain rot) talvez choque os
menos avisados. Entretanto, pesquisas sugerem que a expressão, infelizmente,
tenha fundamento. Estudos citados pelo The Guardian mostram que o uso excessivo
de redes sociais e a exposição contínua a conteúdos rasos, falsos ou
sensacionalistas estão ligados à redução da massa cinzenta, à queda na
capacidade de concentração e à perda de memória – tudo isso, combinado, sem
dúvida, leva à podridão cerebral. Esse alerta não é novo: em 2005, uma pesquisa
da Universidade de Londres apontava que o uso intenso de e-mails e celulares
provocava uma redução média de 10 pontos no QI. Hoje, com a avalanche de
notificações, reels, stories e memes, os efeitos tendem a ser ainda mais
graves. Outra meta-análise, que reuniu resultados de 34 pesquisas, confirmou a
queda no desempenho cognitivo, sobretudo entre jovens – pré-adolescentes
costumam ficar 5h30 por dia diante das telas, enquanto adolescentes chegam a
quase 9 horas. O excesso de estímulos digitais também prejudica a atenção, o
que é essencial para o ensino-aprendizagem, e pode gerar um ciclo vicioso:
problemas de saúde mental aumentam a busca por conteúdos superficiais, que, por
sua vez, agravam os sintomas.
José Lázaro Aguiar, psicopedagogo clínico.
Texto II
Essa condição parece afetar principalmente as
gerações mais jovens, como a Geração Alfa, provocando sintomas como apatia,
dificuldade de concentração, irritabilidade, ansiedade, diminuição da motivação
e dificuldade para tomar decisões. Embora o brain rot não seja considerado uma
condição médica reconhecida, algumas formas de o combater incluem diminuir o
tempo de telas e fazer atividades offline, como ler livros, praticar atividades
físicas e pré-fixar um limite razoável para o uso da tecnologia. O uso
compulsivo de conteúdos digitais pode provocar um padrão similar ao vício,
quando o engajamento se torna excessivo.
Disponível em: https://www.tuasaude.com/brain-rot/.
Acesso em 26 ago.2025. Adaptado.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma
padrão da língua portuguesa, sobre o tema: O consumo de conteúdos pouco
desafiadores e triviais nas redes e os impactos do "brain rot”.Apresente
proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.