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EM - DISSERTAÇÃO - MODELO FUVEST - PRODUTIVIDADE E CANSAÇO

FUVEST

SOCIEDADE DO DESEMPENHO E DO CANSAÇO

MODELO FUVEST

ID: IP6



TEXTO I

“A sociedade do cansaço” é o nome de um ensaio do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han sobre uma enfermidade que está acometendo a sociedade. Segundo os conceitos de Han, o cansaço é uma resposta do corpo para o excesso de positividade e cobrança impostos pela sociedade. Han reflete sobre a violência da positividade, que é mais uma das articulações da sociedade do cansaço para produzir pessoas mecanizadas e centradas no que é essencial para um sistema capitalista: a busca pelo lucro. A cobrança pelo desempenho atinge as inseguranças dos indivíduos ao tentar trazer propósitos exagerados para o sucesso no trabalho. A psicóloga Letícia Chagas assegura que “quando o ambiente de produção se funde com o ambiente de lazer, não há pausas nem limites, e o indivíduo fica condicionado a produzir mais do que deveria. Algumas dicas para evitar essa fusão são: a delimitação de espaços, a definição de horários e o autoconhecimento. A capacidade de fazer tudo é algo que pode, muitas vezes, tornar-se frustrante. A pessoa que tem consciência de que é capaz de tudo, e exige de si mesma, a cada dia, mais desempenho, o que acaba por privá-la do lazer e do descanso fundamentais para a saúde física e mental. Essa autocobrança pode gerar consequências psicológicas graves e está severamente atrelada com o fundamento de uma sociedade capitalista. A sociedade do cansaço apresenta distúrbios que têm alguns sintomas fáceis de serem identificados: o cansaço excessivo, a ansiedade, as informações fragmentadas, a violência neuronal (o excesso de positividade e produção que geram reações de rejeição no corpo), os problemas de comunicação, a depressão e o burnout.”

Disponível em:

https://www.ufsm.br/midias/arco/sociedade-do-cansaco#:~:text=%E2%80%9CA%20sociedade%20do%20cansa%C3%A7o%E2%80%9D%20%C3%A9%20o%20nome%20de,de%20positividade%20e%20cobran%C3%A7a%20que%20a%20sociedade%20imp%C3%B5e.

Adaptado para fins didáticos.

Acesso em 11.mai.2023.



TEXTO II

A sociedade do desempenho e a positividade

A principal característica da sociedade do desempenho é a dissolução da diferença entre empregador-empregado. Para ser produtivo, não é mais necessária a cobrança de um empregador, basta a cobrança do sujeito em cima de si mesmo. Neste sentido, o filósofo Byung-Chul Han afirma que os indivíduos modernos são “empresários de si”. O empresário de si já tem uma cobrança interna por maior positividade – uma cobrança internalizada na psique e no estilo de vida. Existe uma necessidade de sermos cada vez mais “positivos”, envolvidos em mais projetos ou criando novas metas a serem batidas. Aumentando, assim, nossa produtividade no trabalho, na vida social e na vida emocional. Quanto mais hiperprodutivo, hipercomunicativo, hiperinformado e hiperconsumista for o sujeito, melhor. Para atender a essa demanda do mundo moderno é preciso parecer sempre bem, ser cada dia melhor, mais especializado, investir mais, dedicar-se com afinco, encontrar um propósito em todas as coisas, e ser ambicioso.


Eros e narcisismo

Deste modo, o Eros, tão estudado na psicanálise, está em decadência. Nos termos de Byung-Chul Han, trata-se da “Agonia do Eros”. “Eros” é uma palavra grega que designa “amor pelo outro”. O amor pelo outro, pelo diferente, por aquilo que está para além de si próprio, está desaparecendo na visão de Han. Amamos tão somente a nós mesmos.

https://www.psicanaliseclinica.com/sociedade-do-desempenho/. Adaptado para fins didáticos. Acesso em 11.mai.2023.



TEXTO III

A Síndrome de Burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional) foi oficializada como doença crônica e agora faz parte da lista da Organização Mundial de Saúde (OMS), apesar disso, muitos ainda não compreendem sua seriedade e consequências. A Síndrome de Burnout foi assim denominada pelo psicanalista alemão Hebert J. Freudenberger, em 1974. Trata-se de um distúrbio psicológico que se caracteriza pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho desgastantes. O número de pessoas afetadas por burnout é cada vez maior, um estudo realizado pela agência Gallup com quase 7.500 empregados, constatou que 23% dos funcionários relataram sentir-se esgotados no trabalho com frequência ou sempre. Segundo um ranking realizado pela International Stress Management Association, o Japão é de longe o líder em esgotamento no trabalho, com 70% da população economicamente ativa sofrendo da síndrome. Em segundo lugar o Brasil com 30%, seguido da China com 24%, Estados Unidos com 20% e Alemanha com 17%. No Brasil, segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, na comparação entre os anos de 2017 e 2018, o crescimento de afastamentos por esgotamento do trabalho chegou a 114,80%, indo de 196 para 421 casos. Ainda assim, pessoas romantizam o trabalho excessivo para obter sucesso profissional. (...)

Imagens motivacionais circulam na internet, com frases como: “Estude, enquanto eles dormem. Trabalhe, enquanto eles se divertem. Lute, enquanto eles descansam. Depois viva o que eles sempre sonharam.” Em função de mitos como esses, pessoas têm deixado o lazer, dormido pouco e dedicado madrugadas a fio para estudar e assistir a palestras e cursos na internet, e assim vão esgotando suas mentes e corpos.

FABRUZZI, Roberta. Disponível em: https://medium.com/beliive/por-que-precisamos-parar-de-romantizar-o-trabalho-excessivo-b92011c27d6c.

Adaptado para fins didáticos.

Acesso em 11.mai.2023.


TEXTO IV




Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/601/2022/05/sociedade_do_cansaco_final.jpg. Acesso em 11.mai.2023.



PROPOSTA DE REDAÇÃO: Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: "A idealização da produtividade e a sociedade do cansaço no século 21"

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