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UNICAMP 2016 - TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA - O INDUZIR DAS EMOÇÕES
UNICAMP
UNICAMP
– 2015/2016
REDAÇÃO
1 – RESENHA
REDAÇÃO
2 – TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA PARA BLOG
ABAIXO,
REDAÇÃO 2
TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
O INDUZIR DAS EMOÇÕES
(ID: ERR)
Você
está participando de um curso sobre o livro "O sentimento de si: corpo, emoção e
consciência", de autoria do neurocientista António Damásio. Uma das avaliações
do curso consiste na produção de um texto de divulgação científica a ser
publicado em um blog do curso. O objetivo do seu texto será o de divulgar as
ideias do autor para um público mais amplo, especialmente para alunos do Ensino
Médio.
Você
deverá escrever o seu texto sobre o tema da indução das emoções, baseado no
excerto abaixo, incluindo:
a)
uma explicação sobre indutores de emoção com exemplos do próprio texto;
b)
uma breve narrativa que exemplifique processos de indução de emoções;
c)
uma finalização baseada no fechamento do texto original.
Lembre-se
de que o texto de divulgação científica deverá ter um título adequado aos
conteúdos tratados.
O induzir das emoções
As emoções acontecem em dois tipos de circunstâncias. O
primeiro tipo de circunstâncias tem lugar quando o organismo processa determinados
objetos ou situações através de um dos seus dispositivos sensoriais, por
exemplo, quando o organismo avista um rosto ou um local familiar. O segundo
tipo de circunstâncias tem lugar quando a mente de um organismo recorda certos objetos
e situações e os representa, como imagens, no processo do pensamento, por
exemplo, a recordação do rosto de uma amiga ou o fato de esta ter acabado de
falecer.
Um fato que se torna óbvio ao considerarmos as emoções é
que certas espécies de objetos ou acontecimentos tendem a estar mais sistematicamente
ligadas a determinado tipo de emoção que a outros. As classes de estímulos que provocam
alegria, medo ou tristeza tendem a fazê-lo de forma consistente no mesmo
indivíduo e em indivíduos que compartilham os mesmos antecedentes culturais.
Apesar de todas as possíveis variações na expressão de uma emoção, e apesar do
fato de podermos ter emoções mistas, existe uma correspondência aproximada
entre classes de indutores de emoção e o resultante estado emocional. Ao longo
da evolução, os organismos adquiriram os meios para responder a determinados estímulos
– sobretudo aos que são potencialmente úteis ou perigosos sob o ponto de vista
da sobrevivência – por meio de um conjunto de respostas a que chamamos emoção.
Também é importante notar que, enquanto o mecanismo
biológico das emoções é largamente predeterminado, os indutores de emoção são externos
e não fazem parte desse mecanismo. Os estímulos que causam a emoção não se
encontram confinados aos que ajudaram a formar nosso cérebro emocional ao longo
da evolução e que podem induzir emoção desde os primeiros dias de vida. À
medida que se desenvolvem e interagem, os organismos ganham experiência factual
e emocional com diversos objetos e situações do ambiente, tendo assim uma oportunidade
de associar muitos objetos e situações que poderiam ter permanecido
emocionalmente neutros, com os objetos e as situações que causam emoções
naturalmente. A forma de aprendizagem conhecida por condicionamento é uma das maneiras
de obter esta associação. Uma casa parecida com a que o leitor viveu uma
infância feliz pode fazê-lo sentir-se feliz, embora nada de especialmente bom
ainda se tenha passado na casa. Do mesmo modo, o rosto de uma belíssima desconhecida,
que se assemelha ao de uma pessoa ligada a um acontecimento terrível, pode
causar-lhe desconforto ou irritação. Pode até nunca chegar a perceber por quê.
A consequência de concedermos um valor emocional aos
objetos que não estavam biologicamente destinados a receber essa carga emocional
é tornar infinita a lista de estímulos que, potencialmente, podem induzir
emoções. De uma forma ou de outra, a maior parte dos objetos e das situações
conduzem a alguma reação emocional, embora uns em maior escala que outros. A
reação emocional pode ser fraca ou forte – e, felizmente para nós, é fraca na
maior parte das vezes – mas mesmo assim está sempre presente. A emoção e o mecanismo
biológico que lhe é subjacente são os companheiros obrigatórios do
comportamento, consciente ou não. Um certo grau de emoção acompanha,
forçosamente, o pensamento sobre nós mesmos ou sobre o que nos rodeia.
(Adaptado
de António Damásio, O sentimento de si: corpo, emoção e consciência. Lisboa:
Círculo de Leitores, 2013, p.79-81.)