Texto I Uber é um aplicativo para dispositivos móveis que coloca os usuários em contato direto com os automóveis de passageiros com condutor. A pedra fundamental deste serviço de táxi? A geolocalização dos nossos celulares. Grande inimigo dos táxis tradicionais, o Uber incomoda porque a empresa da Califórnia não segue as regras administrativas e comerciais tradicionais deste mercado.
Texto II A Lei de Mobilidade Urbana define como transporte público individual aquele “aberto ao público”. Serviço como o Uber tem natureza diferente daquele prestado por táxis, principalmente por não ser aberto ao público, uma vez que é realizado segundo a autonomia da vontade do motorista. Mas há, sem dúvida, espaço para que todos prestem serviços de transporte individual, público e privado. Em regra, o mercado só cresce se há espaço, se existe demanda. E o crescimento de serviços de transporte alternativo ao dos táxis revela que existe mercado para isso. Não devemos prestigiar a reserva de mercado, tampouco impedir o avanço tecnológico que beneficia os cidadãos e lhes assegura o direito constitucional de ir e vir. Portanto, o Uber anda na “mão única” em relação à mobilidade urbana e não na “contramão.”
Porque, para eles, o Uber é concorrência desleal. Para operar um táxi, o motorista precisa conseguir alvará, licença especial emitida pelas prefeituras das cidades. Conseguir uma permissão dessas envolve boa dose de burocracia e investimento. Na maioria das capitais brasileiras, a prefeitura parou de emitir alvarás e quem quiser ser taxista tem de comprar ou alugar de alguém que tenha esse documento. (...)
Quem está certo?
Depende do ponto de vista. Os taxistas querem impedir que o Uber atue porque seria concorrência. Como é difícil conseguir o alvará e os taxistas têm de seguir uma série de regras, eles querem ter a preferência para exercer a atividade. Seria, segundo esse raciocínio, injusto que o Uber aparecesse do nada e começasse a roubar clientes dos táxis sem passar por processo nenhum para conseguir uma autorização oficial. A alegação é de que seria mais ou menos como se alguém colocasse um ônibus para circular em outras rotas que não as definidas pelas prefeituras, cobrando a tarifa que desejasse e parando fora dos pontos. Quem defende o Uber diz que o serviço prestado é diferente do táxi (porque é de um nível mais alto) e que é o equivalente a contratar um motorista particular, algo que já existe e é perfeitamente legal. O Uber apenas conectaria os clientes aos motoristas, e isso não pode ser considerado concorrência aos táxis.
COMANDO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um Artigo de Opinião, em norma padrão da língua portuguesa, que responda à pergunta-tema: “Táxi x Uber: concorrência desleal ou solução para o caos da mobilidade urbana?”.
Não custa lembrar...
O Artigo de Opinião, como o próprio nome adianta, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum tema polêmico. É um gênero textual que se apropria do tipo dissertativo. O articulista deve sustentar sua opinião por meio de evidências; deve, também, assinar o Artigo – entretanto, nos vestibulares, o candidato deve usar apenas as iniciais ou adotar um pseudônimo, a fim de que não seja identificado pelo examinador, o que poderia ser motivo para a anulação da prova.
O texto é breve – aproximadamente, 25 linhas. A linguagem é simples e objetiva. O Artigo leva título.
O Artigo de Opinião é persuasivo: inserido nos grandes periódicos, é um serviço prestado ao leitor, com o objetivo de convencê-lo acerca não só da importância do tema ali enfrentado, mas também, e principalmente, da relevância do posicionamento do articulista.
São comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor refinado, a ironia – tudo baseado em informações factuais. No Artigo de Opinião, é preciso conjugar as seguintes funções da linguagem: referencial (informação, na parte introdutória), emotiva (criticidade, no desenvolvimento) e conativa (apelo/ordem/aconselhamento ao leitor, na conclusão).