EM - ARTIGO DE OPINIÃO - RESPONSABILIDADE DOS GAROTOS-PROPAGANDA
ARTIGO DE OPINIÃO - EM
RESPONSABILIDADE DOS GAROTOS-PROPAGANDA
ARTIGO DE OPINIÃO
ID: DUJ
Texto I
(...) as celebridades são, se não responsáveis, no mínimo corresponsáveis ou parceiras das marcas que elas vendem ao público consumidor. Por causa da propaganda, as duas criam uma espécie de pacto – comercial – em que as imagens ficam indelevelmente grudadas. É por isso que os famosos cobram – e quem sou eu para dizer que não merecem – montantes estimados em R$3 milhões, R$4 milhões e R$5 milhões (estimativas de cachê para Tony, Fátima e Roberto, respectivamente, nos filmes das carnes). Por isso não podem reclamar quando agora têm seus nomes vinculados ao caso (...).
Xingamentos não se justificam, claro, mas fazem parte do pacote e do jogo. As celebridades nacionais e seus representantes têm consciência de que aceitar vultosas somas para se tornar o rosto de uma empresa junto ao público traz não só muito dinheiro na conta corrente, mas também responsabilidade pública. Não são dignas de pena, portanto (...).
Texto II Se Tony Ramos, Roberto Carlos e Fátima Bernardes vêm a público atestar que “se é carne, é Friboi” ou “ se é Sadia, é bom”, há que se esperar por parte do público consumidor que esses produtos são cercados de total segurança em níveis de higienização e procedência.
No entanto, ao que parece, logo depois que essa “bomba”, ou seja, a fraude na fiscalização do setor de alimentos, explodiu, os atores que receberam cachês milionários para darem suas caras às marcas Friboi e Sadia estão querendo pular fora do barco – isso quanto à responsabilidade sobre os produtos.
Independentemente dos protagonistas dizerem que são apenas contratados por agências publicitárias e que não têm responsabilidade sobre os produtos, então, comercializados, é preciso estabelecer um marco para se aferir qual o limite da responsabilidade dos atores de uma campanha publicitária e a qualidade do produto que eles propagam para o público (...). Creio que, se o ator recebeu um valor para fazer a peça publicitária, há sim que responder por eventual dano que venha a ocorrer por inspirar os consumidores a consumir (...), vez que [os artistas] estão ali justamente para certificar a qualidade de tais produtos – [os artistas] são, sobretudo, formadores de opinião.
Caso venha a cogitar-se o ator/garoto propaganda não tenha nenhuma responsabilidade sobre os danos causados pelos produtos por eles anunciados, a meu sentir, caracteriza-se enriquecimento ilícito, já que fora pago para certificar um produto, pelo que, em razão do seu status de celebridade, levou milhões de consumidores a comprar aquele determinado produto, os quais acreditaram tratar-se de algo de boa qualidade, procedência e livre de doenças ou riscos para o consumo.
COMANDO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um Artigo de Opinião, em norma padrão da língua portuguesa, que responda à pergunta-tema: “Garotos-propaganda têm responsabilidade sobre marcas que anunciam?”.
Não custa lembrar...
O Artigo de Opinião, como o próprio nome adianta, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum tema polêmico. É um gênero textual que se apropria do tipo dissertativo. O articulista deve sustentar sua opinião por meio de evidências; deve, também, assinar o Artigo – entretanto, nos vestibulares, o candidato deve usar apenas as iniciais ou adotar um pseudônimo, a fim de que não seja identificado pelo examinador, o que poderia ser motivo para a anulação da prova.
O texto é breve – aproximadamente, 25 linhas. A linguagem é simples e objetiva. O Artigo leva título.
O Artigo de Opinião é persuasivo: inserido nos grandes periódicos, é um serviço prestado ao leitor, com o objetivo de convencê-lo acerca não só da importância do tema ali enfrentado, mas também, e principalmente, da relevância do posicionamento do articulista.
São comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor refinado, a ironia – tudo baseado em informações factuais.
No Artigo de Opinião, é preciso conjugar as seguintes funções da linguagem: referencial (informação, na parte introdutória), emotiva (criticidade, no desenvolvimento) e conativa (apelo/ordem/aconselhamento ao leitor, na conclusão).