O Ministério da Educação
lançou O cronograma nacional para as ações de implementação do Novo Ensino
Médio, que será a partir de 2022, de forma gradual. Entre as mudanças
previstas, estão a ampliação da carga horária, de 2,4 mil horas para 3 mil
horas totais, e uma nova estrutura curricular. A nova organização valerá para
todas as escolas públicas e privadas do país e terá início em 2022 com o
primeiro ano do ensino médio e será implantada de maneira progressiva. Em 2023,
deverá ser aplicada no segundo ano. A expectativa é alcançar as três séries do
ensino médio em 2024.
O ensino médio passará a
ser estruturado em dois grandes blocos:
Currículo geral básico:
que tem como referência a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e define
competências e habilidades para quatro áreas do conhecimento (Linguagens e suas
tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências da Natureza e suas
tecnologias e Ciências Humanas e Sociais.
Itinerários formativos:
que oferecem a possibilidade de o estudante se aprofundar em uma ou mais áreas
de conhecimento e/ou na formação técnica e profissional.
O coordenador do ensino
médio na Secretária de Educação, Gustavo Mendonça, é um entusiasta da reforma
porque acredita que ela será benéfica para alunos e professores. “Pela primeira
vez na história do nosso país na educação os alunos vão poder definir a
trajetória deles no ensino médio. O protagonismo dos jovens vai acontecer na
sala de aula, com eles decidindo o que vão estudar em mais de 40% da carga
horária. E isso também vai trazer mais oportunidades para os professores de dar
aulas para alunos que têm mais interesse na área deles e estão mais engajados.
Isso é extremamente positivo”, afirma.
Segundo o artigo*, o ensino
médio é um campo de disputas, permeado de tensões sociais e políticas, que se
traduzem ao longo da história da educação brasileira em recorrentes idas e
vindas. No clima antidemocrático do período que se seguiu ao golpe
jurídico-parlamentar de 2016, a urgência propagada pelos defensores da reforma
gerou um processo de aprovação da nova lei que impediu o debate em torno dessas
questões. Atores centrais foram silenciados – educadores, famílias e estudantes
– num rito legislativo apressado e uníssono. Especialmente os jovens
brasileiros, considerados no texto da nova lei como “protagonistas de seus
projetos de vida”, não tiveram a oportunidade de se expressarem e defenderem
suas visões acerca do ensino médio que querem. Além de pouco abrangente e
inoperante face à realidade das escolas, com um forte viés privatista em sua
lógica e em seus efeitos práticos de transferência de recursos para a
iniciativa privada, a nova legislação institui reestruturações curriculares e
organizacionais que não contemplam a pluralidade de experiências e trajetórias
juvenis. Sob uma aparente flexibilidade, na prática a reforma torna o ensino médio
mais rígido ao submeter instituições de ensino a um currículo único.
*Referência ao artigo “O
que os jovens podem esperar da reforma do ensino médio brasileiro?”, publicado
por Educação em Revista (v. 34), periódico do Programa de Pós-Graduação da
Faculdade de Educação da UFMG, de autoria do professor e pesquisador do
Observatório da Juventude da UFMG, Geraldo Leão, em discussão da Lei 13.415/17.
Texto IV
Charge de J. Bosco.
Disponível em: http://jboscocartuns.blogspot.com.br
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: "A questão da reforma do Ensino Médio no Brasil". Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.