A INTERTEXTUALIDADE é o diálogo entre textos, quer seja de maneira explícita ou implícita. Em tese, ocorre a intertextualidade sempre que uma obra fizer referência à outra. Para reconhecer a intertextualidade, é preciso, primeiramente, conhecer o texto/o contexto a partir do qual ela é construída.
A PARÓDIA é uma forma de intertextualidade. É possível parodiar texto verbal e não verbal (fotografia, artes plásticas, teatro, poema, música etc.), muitas vezes, com a finalidade de criticá-lo, provocá-lo ou ironizá-lo. Nesse sentido, a paródia costuma ser engraçadíssima! Mas é preciso ter cuidado! Tanto a criticidade quanto o humor não podem ser grosseiros, nem discriminatórios.
Desse modo, estão liberados os protestos, a crítica e a brincadeira! Em se tratando de textos narrativos, ironize o comportamento de personagens, coloque apelidos, manias (as personagens da paródia são, geralmente, caricaturais), altere o ambiente, o modo e o tempo em que acontecem as ações... Pense em clímax intrigante! Deixe o leitor curiosíssimo para, depois, quem sabe?, decepcioná-lo – afinal, você está diante de um texto parodístico! Vale (quase) tudo!
COMANDO: Você escreverá uma PARÓDIA, a partir da história de João
e Maria. Escreva, aproximadamente, 30 linhas.
JOÃO E MARIA
João e Maria eram
filhos de um pobre lenhador. Depois da morte da mãe das crianças, o lenhador se
casou com uma mulher muito malvada. Viviam todos numa casa, perto da floresta.
Com o tempo, os mantimentos da casa foram se acabando. A madrasta sugeriu,
então, que o lenhador levasse João e Maria para a floresta: “Leve os meninos
daqui! E, quem sabe?, não fosse melhor deixá-los na floresta? O pão só dá para
amanhã!”. O lenhador, a princípio resistiu, mas acabou cedendo. A madrasta
festejou: “Ah! Se não fosse assim, todos morreríamos de fome!”.
Sem que o lenhador soubesse, João ouviu essa
conversa: “O quê? Então Maria e eu seremos abandonados na floresta?!”.
No dia seguinte, João e Maria
acompanharam o pai. João, secretamente, tinha guardado o pão do café da manhã.
Então começou a picá-lo em pedacinhos, e, conforme caminhava, deixava-os ao
longo do caminho, para que, mais tarde, ele e Maria pudessem seguir a trilha marcada, e, assim, acharem o
caminho de volta para casa.
Depois de uma longa caminhada floresta
adentro, o lenhador, muito triste, abraçou os filhos, dizendo-lhes que iria
cortar lenha e, em seguida, viria buscá-los. E, como João já imaginava, o pai
não voltou.
Caiu a tarde, e João contou à irmã tudo
o que tinha acontecido: “Não se preocupe, Maria! Agora é só seguir os
pedacinhos de pão, e chegaremos à nossa casa.”
Entretanto, o que João não sabia é que
os passarinhos tinham comido os pedacinhos de pão.
Durante três dias e três noites, os dois
irmãos andaram perdidos pela floresta. De repente, encontraram uma casinha
feita de chocolate. Como estavam com muita fome, comeram um pedaço da casa.
Enquanto comiam, saiu de lá dentro uma velha de bengala, que os convidou para
entrar. Muito embora ela tivesse voz doce e mãos delicadas, a velha era uma
bruxa, já meio curta das vistas!
Quando entraram na casa, a bruxa prendeu
João. Nos dias seguintes, a bruxa alimentou-o bem, para que ficasse gordinho, e
pudesse comê-lo: “João, deixa-me conferir seu dedinho! Já engordou?”. João,
sabendo qual era a intenção da bruxa, mostrava-lhe sempre um ossinho seco.
“Hummm! Muito magrinho, ainda!”.
Um dia, cansada de tanto esperar, a
bruxa resolveu comer João, magrinho mesmo. Então mandou Maria acender o caldeirão.
A menina, com o coração partido, teve de obedecer à bruxa.
Quando a bruxa se aproximou do forno, João
gritou: “Maria! Empurra a bruxa pra dentro do caldeirão!”. E então a bruxa
morreu queimada!
João e Maria partiram a casa de
chocolate em pedaços, guardaram-nos numa cesta, e saíram à procura do caminho
de volta para casa. Dias e mais dias caminhando, por fim, ambos acharam a casa.
O lenhador, abatido num canto da casa, ao ver os filhos, saltou de alegria.