MODELO ENEM - MOTORISTAS DE APPs EM TEMPOS DE PANDEMIA
ENEM
MOTORISTAS DE APPs EM TEMPOS DE PANDEMIA
MODELO ENEM
ID: FBH
Texto I
Texto II
Serviços intermitentes contratados por
demanda, como o dos motoboys, são parte do que estudiosos (...) chamam de
uberização do trabalho — o nome é inspirado no modelo de atuação da plataforma
Uber, de transporte de passageiros. O modelo que trata os colaboradores como
“parceiros”, não funcionários, permite que as empresas desviem da legislação
trabalhista, se eximindo de pagar os direitos e garantias previstas quando há
vínculo empregatício. Sem vínculo empregatício, entregadores de aplicativos que se acidentaram durante as entregas dizem não terem recebido suporte das empresas.
Antes mesmo da pandemia, a rotina
estressante já apresentava reflexos na vida dos trabalhadores. Uma pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) divulgada em março/2021 constatou
que, de 101 motoboys entrevistados, 75% tinham ao menos um diagnóstico de
doença psiquiátrica, como crises de ansiedade, mudanças bruscas de humor e até
transtornos de personalidade, incluindo uso abusivo de álcool e drogas.
Um recente levantamento (...) feito a partir de quatro
estados brasileiros indica que os entregadores por aplicativos passaram a
trabalhar mais no início da pandemia, porém tiveram uma redução significativa
do salário. A pesquisa feita pela Rede de Estudos e
Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) ouviu 252 pessoas de 26
cidades, entre os dias 13 e 20 de abril de 2020, por meio de um questionário
online. Entre os entrevistados, 60,3% relataram uma queda na remuneração,
comparando o período de pandemia ao momento anterior. Outros 27,6% disseram que
os ganhos se mantiveram, e apenas 10,3% disseram que estão ganhando mais
dinheiro durante a quarentena.
https://www.portaldotransito.com.br/noticias/pandemia-muda-a-geografia-da-mobilidade-urbana-o-transito-e-os-entregadores-de-delivery-2/,
com adaptações
Texto V
Em protesto pela falta de condições adequadas para
trabalhar, entregadores que prestam serviço a aplicativos de delivery
paralisaram suas atividades em diversas capitais do
país. A mobilização serviu para chamar a atenção não só das autoridades, como também
de donos de restaurantes e clientes que, muitas vezes, ignoram os rostos de
quem, por trás dos capacetes, os poupam de se exporem ao vírus, colocando em
risco a própria saúde. (...) “Os governantes pediram que as pessoas ficassem em
casa e chamassem delivery, mas não disseram como seria protegido esse
delivery. (...) Estamos buscando o
mínimo necessário. Nos tornamos essenciais [por força de ato normativo do
Presidente da República], mas não temos nada — argumenta o presidente do
Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindimoto),
Valter Ferreira. Motoboys nunca trabalharam tanto. Representantes da categoria
estimam que a pandemia provocou um acréscimo de até 40% na demanda diária dos
entregadores. (...) Diante da escassez de vagas de empregos formais em razão da
crise econômica, as plataformas digitais viraram o último recurso de alguns dos
milhões lançados ao desemprego nos últimos meses.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/07/essenciais-no-distanciamento-sem-direitos-e-atolados-de-trabalho-a-rotina-dos-motoboys-na-pandemia-ckcgpop1700380147qr300jav.html,
com adaptações
Texto VI
Um motorista de aplicativo é um empreendedor ou um
trabalhador em uma situação precarizada? (...) De um lado, há os que dizem que
os motoristas são explorados pelas empresas. De outro, os que consideram que
são donos do próprio negócio. Entretanto, considerar a “uberização” do trabalho
como um processo empreendedor é uma deturpação do conceito de empreendedorismo.
Na realidade, motoristas de aplicativos nem sequer podem ser considerados uma
“nova classe” de profissionais. Segundo Clemente Ganz, diretor técnico do
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos),
eles não são empreendedores, tampouco se enquadram nas formas mais “clássicas”
de trabalho. “É uma situação anômala a tudo aquilo que relacionamos com
trabalho. O motorista não é exatamente um autônomo, pois não há vínculo. Também
não entra na relação assalariada clássica” (...), afirma Clemente.
https://vermelho.org.br/2020/01/14/a-uberizacao-do-trabalho-motorista-de-aplicativo-nao-e-empreendedor/,
com adaptações
Texto VII
Entregadores e motoristas
de aplicativo que prestam serviço para plataformas digitais, como Uber e Ifood,
têm direito a benefícios previdenciários do INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social), mesmo sem ter a carteira de trabalho assinada? A resposta é sim, mas
desde que esses profissionais façam contribuições por conta própria. (...) Para
esses profissionais acessarem a Previdência Social, é preciso contribuir com o
INSS com o próprio dinheiro. Assim, têm direito a aposentadoria, pensão por
morte, auxílio-acidente e outros benefícios previdenciários.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “A polêmica em torno dos motoristas de Apps em tempos de pandemia”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.