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EM - ARTIGO DE OPINIÃO - IDEALIZAÇÃO DA MATERNIDADE

ARTIGO DE OPINIÃO - EM

ARTIGO DE OPINIÃO

IDEALIZAÇÃO DA MATERNIDADE

ID: DTL


Texto I

Não raro, a maternidade coloca as mulheres em contato com uma inédita sensação de impotência e descontrole. Tudo fica meio sombrio. “Uma coisa é a projeção e a idealização da maternidade, outra é dar de cara com a realidade de cuidar de outro ser humano. Conforme a mulher vai se adaptando à nova vida, conhecendo seu bebê, entendendo as mudanças em seu corpo e na relação com o parceiro, e aceitando que não vai resolver tudo sozinha, ela começa a relaxar”, diz a ginecologista e obstetra Betina Abs da Cruz, da clínica Caza da Vila, em São Paulo. Em geral as gestantes se preparam muito para o parto e pouco para os desafios do pós-parto.

DINIZ, Paula. Disponível em: https://istoe.com.br/a-maternidade-como-ela-e/, adaptado.


Texto II

É importante lembrar que são muitas as mães que relutam em assumir que estão sobrecargas, porque foram levadas a acreditar que dariam conta de tudo sozinhas e que um instinto materno, biológico até, seria suficiente para a lida com todas as complexidades intrínsecas à maternagem. E, quando decidem pedir ajuda, ainda precisam lidar com julgamentos: socialmente, é esperado que elas, de fato, deem conta de tudo. A psicóloga e psicanalista Gabriella Cirilo indica que esse quadro pode levar ao adoecimento, conduzindo, por exemplo, ao esgotamento físico e emocional, e ocasionando fenômenos como o "mommy burnout", estrangeirismo que se refere à exaustão e ao estresse crônicos de mães. “Sabemos das múltiplas jornadas que uma mulher possui, seja por escolha própria ou pelo papel social que dela se espera. E uma delas é justamente a idealização da maternidade, no sentido de romantizar essa fase da vida”, pontua a psicóloga. Nos últimos anos, vale registrar, elas passaram a ocupar cada vez mais espaços, sendo não apenas dedicadas aos cuidados no ambiente doméstico como também provedoras de um sem-número de famílias. Para se ter uma ideia, o percentual de domicílios brasileiros comandados por mulheres saltou de 25%, em 1995, para 45% em 2018, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar das mudanças, Gabriella lembra que propor uma visão sem tabus sobre a maternidade ainda causa estranhamento, pois a versão “culturalmente aceita e esperada é a de um conto de fadas”.

BESSAS, Alex. Disponível em: https://www.otempo.com.br/interessa/ideia-de-maternidade-aceita-ainda-e-a-de-um-conto-de-fadas-diz-estudiosa-1.2363025, adaptado.


Texto III

No começo de 2016, a internet foi invadida por dois movimentos antagônicos da maternidade: o das mães postando fotos com momentos felizes da vida após os filhos, chamado de Desafio da Maternidade; e o inverso, de mães relatando o quanto a rotina depois do nascimento do primeiro filho ficou ruim. Entre as mães do segundo grupo, chamou bastante a minha atenção aquelas que declararam abertamente estarem odiando a maternidade. Algumas deixaram claro que o desgosto com a maternidade não se aplicaria ao bebê. "Odeio a maternidade, mas amo o meu filho", disseram várias mães. Muitas afirmam, claramente, que não é depressão pós-parto, tanto que elas cuidam dos filhos, não se sentem desmotivadas nos cuidados com os bebés, com elas mesmas ou com a casa. Sentem-se cansadas, claro. Qual mãe de recém-nascido não se sente cansada? Porém, o sentimento de algumas, pelo o que relataram, vai para um outro caminho: o de um certo, digamos, descolamento da realidade materna, o de um não pertencimento, o de um desconforto e o de uma persistente interrogação: "cadê eu nessa história toda?", "como eu fico nessa história toda?"

http://disneybabble.uol.com.br/br/comportamento/eu-odeio-da-maternidade


PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um ARTIGO DE OPINIÃO, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “A idealização e o desafio da maternidade”.


Não custa lembrar...

O ARTIGO DE OPINIÃO, como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum tema polêmico. É um gênero textual que se apropria do tipo dissertativo. O articulista deve sustentar sua opinião por meio de evidências; deve, também, assinar o artigo – entretanto, nos vestibulares, o candidato deve usar apenas as iniciais ou adotar um pseudônimo, a fim de que não seja identificado pelo examinador, o que poderia ser motivo para a anulação da prova.

O texto é breve – aproximadamente, 25 linhas. A linguagem é simples e objetiva, uma vez que se pretende atingir todo tipo de leitor. O texto, geralmente, leva título.

O artigo de opinião é persuasivo: inserido em grandes jornais e revistas, é um serviço prestado ao leitor, com o objetivo de convencê-lo acerca não só da importância do tema ali enfrentado, mas também, e principalmente, da relevância do posicionamento do articulista.

São comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor satírico, a ironia – tudo baseado em informações factuais. No artigo de opinião, é preciso conjugar as seguintes funções da linguagem: referencial (informação, na parte introdutória), emotiva (criticidade, no desenvolvimento) e conativa (apelo/ordem/aconselhamento ao leitor, na conclusão).

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