Texto I O Grafite sempre foi uma manifestação duramente criticada por muitos, pois em alguns aspectos sua expressão pode ser interpretada como um rabisco que causa mais poluição visual, além de serem considerado um ato de vandalismo (pichar muro e patrimônio público). Por outro lado o Grafite é uma arte de rua, reconhecida pela sofisticada qualidade artística. Dentre os materiais básicos para se desenvolver as artes em grafite, estão o látex e a lata de spray, além de outras ferramentas que implementam e fazer da arte ainda mais viva. Os termos utilizados nesta modalidade artística são: Spot, local onde se desenvolve a arte do grafite; Toy, termo designado ao grafiteiro que é iniciante; Tag, que é a assinatura de quem desenhou; Bite, aquele que copia o estilo de determinado grafiteiro; Crew, grupo de amigos que se reúne para pintar em um mesmo local e o Writter ou Grafiteiro, que é o artista responsável pela pintura. Os grafiteiros mais famosos no Brasil são: Os Gêmeos, Eduardo Kobra e Ramon Martins. Entre os espalhados pelo mundo, podemos destacar os seguintes: Banksy (Inglaterra), Kurt Wenner (Alemanha), Eric Grohe (Estados Unidos), Smug (Escócia), Edgar Mueller (Alemanha).
Texto II Pichação é crime. Grafitagem é arte. Tanto a pichação quanto o graffiti foram lançados na vala comum e considerados condutas penalmente reprováveis, pelo dano que causam ao ambiente, em razão da poluição visual. Ocorre que, lentamente, a própria avaliação estética proporcionou uma separação e uma nova definição para as duas modalidades. A pichação despe-se de qualquer referência artística e (...) invade as ruas com palavras hostis e símbolos agressivos de uma cultura de transgressão. A grafitagem, por sua vez, estruturada por grupos comprometidos com a arte, busca o espaço urbano para trabalhar com sua tinta spray e criar paisagens, gravuras e painéis harmônicos, extremamente coloridos. É muito frequente o pedestre parar e admirar a arte exposta na rua, sem falar do interesse interpretativo dos críticos especializados na modalidade, que já conseguiram entronizar a street art nos grandes museus. Daí que o legislador, sem muita dificuldade e em boa hora, interpretou a vontade popular e retirou a grafitagem do limbo, introduzindo-a no rol de condutas lícitas, decretando, em consequência, sua descriminalização pela Lei nº 12.408, de maio de 2011. De forma expressa, determina o permissivo legal: “Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico nacional”.
COMANDO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um Artigo de Opinião, em norma padrão da língua portuguesa, que responda à pergunta-tema: A polêmica do Graffiti: intervenção artística ou depredação do espaço público?
Não custa lembrar... O Artigo de Opinião, como o próprio nome adianta, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum tema polêmico. É um gênero textual que se apropria do tipo dissertativo.
O articulista deve sustentar sua opinião por meio de evidências; deve, também, assinar o Artigo – entretanto, nos vestibulares, o candidato deve usar apenas as iniciais ou adotar um pseudônimo, a fim de que não seja identificado pelo examinador, o que poderia ser motivo para a anulação da prova.
O texto é breve – aproximadamente, 25 linhas. A linguagem é simples e objetiva.
O Artigo, geralmente, leva título.
O Artigo de Opinião é persuasivo: inserido nos grandes periódicos, é um serviço prestado ao leitor, com o objetivo de convencê-lo acerca não só da importância do tema ali enfrentado, mas também, e principalmente, da relevância do posicionamento do articulista.
São comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor refinado, a ironia – tudo baseado em informações factuais.
No Artigo de Opinião, é preciso conjugar as seguintes funções da linguagem: referencial (informação, na parte introdutória), emotiva (criticidade, no desenvolvimento) e conativa (apelo/ordem/aconselhamento ao leitor, na conclusão).