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EFAF - DISSERTAÇÃO - EPCAr 2015 - MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

EPCAR

EPCAr – 2015

DISSERTAÇÃO

A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO


A Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAr) é uma escola de ensino da Força Aérea Brasileira (FAB), sediada em Barbacena (MG). Sua missão é preparar jovens para ingresso no Curso de Formação de Oficiais Aviadores (CFOAv) da Academia da Força Aérea (AFA) por meio do CPCAR (Curso Preparatório de Cadetes do Ar), e ao mesmo tempo proporcioná-los o complemento do Ensino Médio.
    
Os alunos que concluírem, com aproveitamento, o CPCAR, terão direito ao Certificado de Conclusão do Ensino Médio. Aqueles que desejarem ingressar na AFA, para realizar o Curso de Formação de Oficiais Aviadores (CFOAV), poderão fazê-lo desde que sua classificação esteja dentro do número de vagas destinadas aos alunos concludentes do 3º ano do CPCAR e as condições de saúde física e psicológica atendam aos requisitos exigidos para ingresso no 1º ano do CFOAV. As vagas para o CFOAV destinadas aos alunos egressos do CPCAR serão estabelecidas pela Portaria do Comandante da Aeronáutica, não sendo assegurada a matrícula de todos os concludentes.

Leia mais:
http://cadetesdoar.webnode.com.br/news/o-que-e-epcar-/



A proposta de redação abaixo foram extraída do Concurso da Academia da Força Aérea (AFA/2015). Ao final, comentários acerca das expectativas da banca julgadora frente à proposta.


PROPOSTA DE REDAÇÃO

Epcar (Afa) 2015


Texto 1


MULHER BOAZINHA
(Martha Medeiros)

Qual o elogio que uma mulher adora receber?
Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito, da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios.
Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical.
Agora quer ver o mundo cair?
Diga que ela é muito boazinha.
Descreva aí uma mulher boazinha.
Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana.
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
Nunca teve um chilique.
Nunca colocou os pés num show de rock.
É queridinha.
Pequeninha.
Educadinha.
Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos.
Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.
Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho.
Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa.
Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.
Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.
Pitchulinha é coisa de retardada.
Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.
As boazinhas não têm defeitos.
Não têm atitude.
Conformam-se com a coadjuvância.
PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que somos hoje.
Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.
As “inhas” não moram mais aqui.
Foram para o espaço, sozinhas.
(Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/NTc1ODIy/, acesso em 28/03/14.)


Texto 2



ELAS QUEREM O TOPO
(Marcela Buscato)

O sucesso de algumas mulheres pioneiras em áreas dominadas pelos homens mostra que elas podem chegar lá - e revela como isso anda difícil.

O passeio preferido da brasiliense Neiriane Marcelli da Silva Costa, quando criança, era acompanhar seu pai, suboficial da Força Aérea Brasileira (FAB), nos desfiles militares. Ela gostava de observar os aviões no céu e sonhava em estar um dia no lugar dos pilotos. “Eu me desiludia ao pensar que nunca poderia realizar meu sonho, porque apenas homens pilotavam aviões militares”, diz Marcelli, hoje com 28 anos. Até o dia em que oficiais da FAB foram ao colégio dela para contar uma novidade: a partir daquele ano, 2002, as meninas também poderiam se inscrever no curso de oficiais aviadores. Marcelli se formou cinco anos depois na Academia da Força Aérea (AFA), integrou um esquadrão em Belém, no Pará, e hoje ensina os cadetes da AFA, em Pirassununga, interior de São Paulo. O ambiente, dominado por homens, nunca a intimidou. “Não pensei se faria alguma diferença ser mulher. Era o que queria fazer.”
A tenente Marcelli faz parte de uma geração de mulheres criadas para pensar que o limite para elas é o mesmo que para os homens: o céu. Algumas alcançaram essa fronteira literalmente, como Marcelli. Outras, no sentido figurado. Nunca as mulheres chegaram tão longe: à Presidência da República ou da Petrobrás, a maior empresa do país. As conquistas, como sempre, dão origem a novas e ainda mais ambiciosas aspirações. As mulheres querem permanecer na liderança e avançar em muitas áreas. Elas conquistaram um território dominado pelos homens. Contaram com mudanças na sociedade (que permitiu mulheres oficiais aviadoras) e com alta dose de determinação pessoal. Suas histórias contêm lições para outras desbravadoras – e para os homens também. (...)
(Época, número 823, 10 de março de 2014. Editora Globo; p.60 – adaptado.)


Texto 3

PALAVRAS DO COMANDANTE
“As mulheres estão conquistando cada vez mais espaço na Força Aérea Brasileira. 1Só em pensar que, em 2002, o efetivo da FAB era composto por, apenas,   mulheres e que, hoje em dia, já somam isso mostra o quanto elas têm se esforçado para ajudar na defesa do país. (...) E, aos poucos, elas alcançam patentes cada vez mais altas. Já existem, inclusive, mulheres Tenente-Coronel e, 2este ano, as primeiras aviadoras chegam ao posto de Capitão. É bem possível que, no futuro, tenhamos mulheres Coronel e, quem sabe, possam chegar ao posto de Oficial-General.”
(NOTAER, ano XXXVII/nº3, março de 2014, p.3.)


Onde estão as mulheres?

Um novo levantamento mostra que, apesar da entrada em massa no mercado de trabalho, poucas alcançam o topo.




COMPARAÇÃO INTERNACIONAL

No Brasil, há menos cargos de chefia ocupados por mulheres do que em outros países.



 
A LUTA CONTINUA

Nos últimos sete anos, o número de cargos de chefia ocupados por mulheres no Brasil caiu quase pela metade.

 

(Época, número 823, 10 de março de 2014. Editora Globo; p.64 -adaptado)




MULHERES NA FAB

 
(NOTAER, ano XXXVII/nº3, março de 2014, p.7)


Com base nos textos lidos e gráficos analisados, no perfil de mulheres por eles apresentado e na discussão por eles suscitada, escreva um texto dissertativo-argumentativo, problematizando a questão do aumento do número de mulheres no mercado de trabalho.

Atenção:
•    Considere os textos anteriores como motivadores e fonte de dados. Não os copie, sob pena de ter a redação zerada.
•   A redação deverá conter no mínimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes às classes gramaticais da Língua Portuguesa.
•    Dê um título à redação.

O que a banca esperava da proposta de redação?

Tema de redação bastante objetivo e coerente com a proposta. Primeiramente, se a redação pediu um título, o candidato não poderia se esquecer dele, sob pena de perder pontos. Para a argumentação, o candidato deveria discorrer sob a entrada da mulher no mercado de trabalho. Poderia abordar o tema falando a respeito das vantagens na economia diante desse novo contingente de trabalho ou sobre as dificuldades que as mulheres ainda enfrentam para alcançar os cargos mais importantes da nação. Para isso, era necessário discorrer sobre as origens da sociedade patriarcal e o estranhamento que ainda causa mulheres em cargos de comando.

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