José Bento Renato Monteiro Lobato (Taubaté, 18 de abril de 1882 – São Paulo, 4 de julho de 1948) foi um dos mais influentes escritores brasileiros de todos os tempos. Tornou-se conhecido pelo conjunto educativo de seus livros infantis, que constitui, aproximadamente, a metade da sua produção literária. A outra metade constitui-se de contos, artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, livros sobre a importância do ferro (Ferro, 1931) e do petróleo (O Escândalo do Petróleo, 1936). Sem dúvida, o primeiro autor brasileiro de literatura infantil de qualidade, consagrado pela obra O Sítio do Pica-pau Amarelo.
Advogado sem vocação, o primeiro emprego de Monteiro Lobato foi o de promotor público na cidade de Areias. Depois, teve sua experiência como fazendeiro, quando suas inovações agropecuárias demonstraram-se desastrosas; no entanto, “enquanto o fazendeiro se enterra, o escritor se levanta”, diz seu biógrafo Edgard Cavalheiro, porque os melhores “frutos da fazenda” foram os livretos “Jeca Tatu” (1919) e “Urupês” (1918).
Monteiro Lobato (1882-1948) foi o primeiro a escrever para crianças, e até hoje suas histórias encantam o público infantil, estando ainda vivas, por meio de livros e seriados de televisão. (...) Em suas obras fica evidente a imaginação fértil, o amor pelo país e a afinidade que sentia com o meio rural. Lobato seguia também uma linha didática inteligente, e por meio de fabulações, educava e incentivava nas crianças o gosto pela leitura, além de transmitir mensagens positivas através de suas histórias. (...)
Sítio do Pica-pau Amarelo e seus personagens: A série de histórias do sítio começou com a publicação de Narizinho Arrebitado. Imagine um sítio, com horta, pomar, riacho, uma casa enorme, com fogão à lenha e uma pessoa especialista em fazer quitutes deliciosos, tia Nastácia, além de outros personagens que movimentam todo esse cenário – esse era (e, em partes, ainda é) o Sítio do Pica-pau Amarelo, cheio de histórias que aguçam a imaginação.
Sobre os personagens: Narizinho, a menina do nariz arrebitado, é prima de Pedrinho, ambos netos de Dona Benta, uma vó muito carinhosa; a boneca de pano Emília, com olhos de retros de linha preta, muito faladeira, é a melhor amiga de Narizinho. E não é que Emília consegue enxergar mais longe?... Pedrinho, em suas aventuras, nunca se esquece de levar no bolso o seu estilingue. Foi Pedrinho quem construiu o Visconde, usando um sabugo de milho. Será que boneca de pano também tem que tomar banho!
Há, também, outras personagens, tão pulsantes como as anteriores: Visconde de Sabugosa, feito de sabugo de milho, usa cartola e paletó verde; Quindim, um rinoceronte que fugiu do circo e foi morar no Sítio; Tio Barnabé, homem da roça, zelador do Sítio; Saci Pererê, personagem do folclore brasileiro, ficou amigo de Pedrinho depois de o menino prendê-lo numa garrafa; Cuca, a bruxa em forma de jacaré, que gosta de transformar gente em estátua de pedra, com o seu pó de virar pedra.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Você foi convidado a entrevistar, ainda que imaginariamente, o escritor Monteiro Lobato. Lidos os textos de apoio, passe, então, a “entrevistá-lo”.
Componha de seis a oito perguntas e respectivas respostas. É fácil: selecione dos textos fragmentos da vida e da obra do autor que julgar importantes – eles serão, depois de ajustados, as “respostas” às perguntas que você elaborará. Obviamente, as perguntas devem ter conexão com as respostas. Faça de conta que essa entrevista será publicada numa revista de grande circulação. Capriche!
Só
para lembrar...
ENTREVISTAé gênero textual do domínio do discurso jornalístico; é o
diálogo entre entrevistador (jornalista) e entrevistado (personagem do fato/da
notícia). A entrevista é um dos modos de apuração das informações, que são
matéria-prima da notícia.
Como
fazer?
Preliminarmente, o jornalista/entrevistador indaga e ouve
as narrativas do entrevistado. A partir da coleta dessas informações, a
entrevista é redigida, com a apresentação, ainda que breve, da revista/jornal
entrevistador, da biografia do entrevistado, do tema da entrevista e da
respectiva importância dele no contexto em que está inserido (social, político,
econômico, cultural etc.). Em seguida, alternam-se perguntas (do entrevistador)
e respostas (do entrevistado). Para a sequência dialogal de perguntas e respostas, são
utilizadas rubricas que identificam o entrevistador e o entrevistado. Geralmente,
atribui-se um título (criado pelo entrevistador ou pelo editor), seguido de uma
frase de efeito (colhida das falas do entrevistado).
IMPORTANTE: O
entrevistador precisa estar atento na elaboração das perguntas, que devem ser
objetivas/curtas. Obviamente, as falas do entrevistador não devem ser maiores
que as do entrevistado.