A expressão "fake news" se popularizou há pouco tempo, mas isso não quer dizer
que notícias falsas sejam um fenômeno novo. Apesar da frequência ser menor
antigamente (não estávamos ainda na era da internet), não faltam casos de
mentiras disseminadas por jornais e rádios ao longo da história. (...)
Avisar que o assunto é falso pode não ser
suficiente quando o formato dele é muito parecido com o real. Foi o que
aconteceu em 1874 com o New York Herald, que dedicou a capa ao relato de uma
suposta fuga de animais do Zoológico do Central Park. A reportagem usou
ilustrações para contar a história de que eles estariam à solta pela cidade.
Ainda que a página terminasse com a frase: “É claro que tudo isso acima é pura
invenção.”, em letras pequenas, o Herald ainda foi capaz de causar pânico em
massa: aulas foram canceladas, a polícia acabou sendo acionada e homens que
possuíam armas saíram pelas ruas para “domar” os animais.
O mais relevante dos impactos das fake news,
sem dúvida, é a proliferação desenfreada de mentiras, o que acelera o processo
da desinformação e não só compromete a formação do pensamento crítico, como
também vai na contramão do jornalismo sério, que pressupõe a apuração dos fatos
e a dedicação à informação real e consistente. Um estudo realizado pelo instituto
de tecnologia de Massachusetts (MIT), apontou que as notícias falsas se
espalham 70% mais rápido que as verdadeiras. Você sabe por quê? A falta de
interesse da sociedade perante a veracidade dessas informações é a principal
causa. Muitos não se preocupam com a fonte da informação e são induzidos a
compartilhar o conteúdo, gerando como consequência o maior alcance da notícia,
inserindo mais pessoas nesse meio.
Espalhar notícias falsas virou um grande
negócio. No meio midiático, em alguns casos, a necessidade de engajar a
audiência é um fator que colabora para a disseminação de fake news, já que o
retorno financeiro dos cliques impulsiona a notícia. Neste contexto, a busca pela atenção das pessoas é colocada acima de valores éticos e morais.
E como identificar fake news? Consulte a fonte
da notícia. Em meios de comunicação mais sérios, informações como dados e
estatísticas vêm atreladas a um instituto de pesquisa confiável. E como podemos
impedir fake news? Primeiro, identificando e, na sequência, não repassando o
conteúdo.
É importante que o Governo Federal realize
campanhas para o esclarecimento da população e adote políticas públicas de
alfabetização midiática e informacional e a promoção de práticas digitais, como
o “fomento à produção de conteúdos positivos e contra-narrativas que engajem a
sociedade num debate mais qualificado balizado pelo respeito aos direitos
humanos e aos princípios de pluralidade e diversidade, conforme recomenda a
Unesco”.
http://republicanos10sp.org.br/artigos/fake-news-conheca-os-impactos-na-sociedade-brasileira/,
com ajustes.
Texto III
Otto von Bismarck, diplomata e político alemão: “Nunca há tanta mentira quanto antes das eleições, durante a guerra e depois da caça.”
COMANDO: Escreva um ARTIGO DE OPINIÃO a respeito dos impactos da propagação de fake news na sociedade contemporânea. Escreva, aproximadamente, 25 linhas.
Só para lembrar...
O Artigo de opinião, como o próprio nome adianta, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum tema polêmico. É um gênero textual que se apropria, predominantemente, do tipo dissertativo. Dá-se o nome de articulista àquele que escreve o Artigo. Inserido em grandes jornais e revistas, é um serviço prestado ao leitor, com o objetivo de convencê-lo acerca não só da importância do tema ali enfrentado, como também da relevância do posicionamento do articulista. São comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor, a ironia – tudo baseado em informações factuais.
O artigo,
geralmente, é escrito na 1.ª pessoa, leva título e assinatura.
A estrutura do artigo de opinião, ainda que maleável, procura seguir:
. Introdução, com a apresentação do tema e da tese a ser defendida;
. Desenvolvimento, com as argumentações para a defesa da tese e
. Conclusão, com a reafirmação da tese e a provocação do leitor, encaminhando-o para as próprias reflexões.
ALERTA! Cuidado com as armadilhas da primeira pessoa: Ainda que você desenvolva um texto de opinião, não escreva: “eu acho que”; “na minha opinião”; “no meu modo de pensar” etc., porque essas expressões são consideradas armadilhas da primeira pessoa.