As transformações
radicais pelas quais a sociedade passou nas últimas décadas, em especial por
causa do avanço da tecnologia, da globalização e dos novos meios de
comunicação, estão gerando uma série de problemas comportamentais, físicos e
emocionais. Estamos nos referindo às doenças do século 21. O fato é que o
acesso a tantas informações, somado ao crescimento populacional, tem resultado
no aumento exponencial da demanda por produtos e serviços. Consequentemente,
todos estão vivendo sob mais pressão, seja no trabalho, seja na vida pessoal.
Como a rotina atual tem
influenciado a vida das pessoas?
Junto às facilidades
obtidas pela forte presença tecnológica, vieram as doenças do século 21, pois o
ser humano necessita se esforçar cada vez menos, a ponto de chegar ao
sedentarismo que — aliado a uma rotina estressante e uma alimentação irregular
— está diretamente ligado ao surgimento de problemas como: depressão; obesidade;
trombose; ansiedade; insônia. Outros aspectos que elevam o índice de
aparecimento de problemas como esses é o estresse proveniente do trabalho
desgastante, excesso de expectativas sociais e preocupações com o futuro.
Quais são as principais
doenças do século 21?
Diferentemente de como
foi em períodos mais remotos da sociedade, as doenças do século 21 estão mais
ligadas a fatores emocionais e psicológicos. O excesso de informação, os maus
hábitos alimentares, o aumento das responsabilidades e a falta de exercícios
físicos promove tais doenças.
O Brasil lidera o ranking
mundial dos transtornos mentais considerados as “doenças do século XXI”, de
acordo com dados da última estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), de
2017. Ocupamos a primeira posição em prevalência de ansiedade, com mais de 18
milhões de pessoas sofrendo desse transtorno no país. Isso equivale a 9,3% da
população brasileira. O país também figura no segundo lugar mundial em casos de
depressão: são 11 milhões de brasileiros com a doença. Cientistas relacionam
esses números ao modo como funciona a sociedade atual e investem em novas
técnicas que auxiliem no diagnóstico dos diferentes transtornos mentais.
“A sociedade está ficando
cada vez mais individualista, há uma pressão muito grande por performance e as
pessoas acabam vivendo sozinhas em cidades grandes. As interações estão cada
vez menos sociais e mais digitais, há menos apoio da comunidade e muitas
pessoas estão longe das suas famílias”, explica Marcelo José Abduch Adas
Brañas, médico psiquiatra e supervisor no Ambulatório para o Desenvolvimento
dos Relacionamentos e das Emoções do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP). As características citadas por
Brañas vão ao encontro do conceito de modernidade líquida alcunhado pelo
filósofo e sociólogo polonês Zigmunt Bauman, em seu livro homônimo, para
definir o período histórico em que vivemos. Na modernidade líquida, a única
coisa permanente é a mudança.
Ana Augusta Odorossi Xavier e Adriele Eunice
da Silva
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “O debate em torno das doenças da modernidade”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.