DONA EVARISTA NO RIO DE JANEIRO
DIÁRIO DE VIAGEM
ID: ECH
Você já sabe, mas não custa lembrar...
DIÁRIO é escrita pessoal, sem formalidades, sem protocolos estruturais. É um gênero textual que se utiliza de episódios descritivos (para individualizar cenas, pessoas, coisas) e narrativos (para relatar a trajetória de um dia – daí, então, “diário”). O texto é conduzido na 1.ª pessoa do singular e os verbos são empregados no passado.
Certos escritores personificam o diário, quer dizer, atribuem a ele um nome, dialogam o tempo todo com ele, tornando-o uma espécie de amigo ou confidente. É comum, também, a cada página escrita, cumprimentarem e despedirem-se do “amigo”.
Há também o DIÁRIO DE VIAGEM, que, diferentemente do que possa parecer, não começa quando o viajante chega ao seu destino, e sim enquanto a viagem é organizada. Pequenas anotações, como escolha do destino, da companhia aérea, preço das passagens, compra das malas etc., podem fazer parte do Diário de Viagem.
Além do texto escrito, há quem anexe papéis ao Diário de Viagem, como bilhetes de passagem, fotos, guardanapos. Iniciada a viagem, datas e lugares são registrados, em ordem cronológica, e as mais diversas situações: encontros, desencontros, visitas, impressões, discussões, imprevistos, enfim, tudo aquilo que se viveu/experimentou é alvo do Diário de Viagem.
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CONTEXTUALIZAÇÃO: Um
dos autores mais célebres não só da literatura brasileira, mas também da
mundial, é Machado de Assis. Em "O alienista", o médico Dr. Simão Bacamarte é casado com D. Evarista. O médico
dá pouca atenção à esposa, visto dedicar-se ao estudo dos loucos da Casa Verde,
sua clínica psiquiátrica. Certa vez, o médico sugere à D. Evarista que vá fazer
um passeio no Rio de Janeiro.
Leia
o fragmento em que esse fato é abordado:
“A ilustre dama (...) achou-se a mais desgraçada das
mulheres, caiu em profunda melancolia (...).
— Consinto que vás dar um passeio ao Rio de Janeiro [disse
o marido à mulher]. D. Evarista sentiu faltar-lhe o chão debaixo dos pés. Nunca
dos nuncas vira o Rio de Janeiro (...).
D. Evarista, a tia, a mulher do boticário [D. Cesária], um
sobrinho desse, um padre que o alienista conhecera em Lisboa (...), cinco ou
seis pajens, quatro mucamas, tal foi a comitiva que a população viu sair [de
Itaguaí rumo ao Rio de Janeiro].”
PROPOSTA
DE REDAÇÃO: Imagine que D. Evarista, esposa de Dr. Simão Bacamarte, tenha um
diário. Sem dúvida nenhuma ela registrou a viagem que fez ao Rio de Janeiro.
Foi uma viagem longa! Imagine, ainda, que você seja D. Evarista. Escreva uma
página de seu diário de viagem – escolha um dia em que, depois de combinado o passeio,
começou a chover, e quase foi preciso adiar o passeio. Se quiser, aproveite as
demais personagens mencionadas no fragmento acima para participarem do relato. Não
se esqueça de inserir alguns episódios descritivos - eles são essenciais para “colorir”
o episódio.
Lembre-se:
a trama "O alienista" nos remete ao
período colonial do Brasil – atente-se à descrição e à ação das personagens, à adequação
de tempo e de ambiente, à coerência vocabular.
Escreva
de 20 a 25 linhas. Não economize criatividade!
Antes de entregar seu texto ao corretor, revise-o: verifique
a ortografia, a pontuação, a estrutura textual (começo, meio e fim – atenção à
cronologia) e outros aspectos importantes para a boa produção textual.