EM - CRÔNICA - A PARTIR DE UM TRECHO DE "MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS"
CRÔNICA - EM
CRÔNICA DESCRITIVO-NARRATIVA Leonardo decidiu deixar a escola...
(A partir de fragmento de "Memórias de um sargento de milícias".)
ID: DZ1
O fragmento abaixo foi adaptado de "Memórias de um sargento de milícias", do ficcionista Manuel Antônio de Almeida. Entre tantas travessuras cometidas por Leonardo, filho de Leonardo Pataca, abaixo relatamos o dia em que o garoto decidiu deixar a escola. Motivo? Levou “bolos” do professor.
E o que são “bolos”? Antigamente, bem antigamente, existia a palmatória, uma espécie de régua de madeira, com que pais e professores castigavam as crianças, batendo-lhes com ela na palma da mão. As batidas eram “bolos”. Era comum, depois que uma criança levar bolos, uma outra perguntar: Quantos bolos você levou? E, então, as gargalhadas!
Leia com atenção o fragmento abaixo:
Na segunda-feira, Leonardo, muito animado, voltou à escola com a mochila a tiracolo, pesada, os cadernos eram muitos. Levava também um tinteiro(1). Logo nesse dia, Leonardo comportou-se de tal maneira, que o professor deu-lhe quatro bolos, o que fez o menino perder todo o ânimo com que chegara. Leonardo, no mesmo instante, declarou seu repúdio(2) à escola. Ao meio-dia veio o padrinho buscá-lo, e a primeira notícia que Leonardo lhe deu foi a de que não voltaria à escola no dia seguinte, nem no outro, nem no outro. — Mas você não sabe que é preciso aprender?, perguntou-lhe o padrinho. — Mas não é preciso apanhar!, respondeu, irado, o menino. — Pois você apanhou?
— Não foi nada, não! Levei uns vinte bolos, só porque entornei(3) o tinteiro na calça de um colega, o Emanuel da Silveira. Mas foi um acidente, eu juro! O professor ralhou(4) comigo porque eu comecei a rir muito.
(Memórias de um sargento de milícias, Manuel Antônio de Almeida, com adaptações.)
Vocabulário: 1 tinteiro: recipiente para guardar tinta de escrever: 2 repúdio: desdém, desprezo, rejeição. 3 entornar: deixar cair o que está no interior de um recipiente. 4 ralhar: repreender em voz alta, com severidade.
PROPOSTA: Você deverá dar seguimento à cena, numa crônica descritivo-narrativa.
Para “puxar ideias”, pense em:
O que fez Leonardo depois de tudo isso? Será, mesmo, que nunca mais voltou à escola? O que fez a mãe de Emanuel quando viu a roupa do filho manchada de tinta? Foram vinte bolos que Leonardo levou? Que exagero! Aconteceu, de fato, um acidente, conforme explicou ao padrinho?
Perceba, entre outros pormenores, que o autor criou um narrador onisciente e conduziu o enredo no passado – aspectos que você deve manter, a fim de que seu texto tenha uma sequência lógica.
Escreva, aproximadamente, 30 linhas. Atribua um título criativo ao texto.
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Para prender a atenção do leitor, pense em cenas originais e criativas; aproveite as situações/hipóteses aqui sugeridas e crie outras; pense em desfechos surpreendentes.
Esteja certo de que ninguém pensaria naquilo em que você pensou – isso é ser original.
Não tenha preguiça de escrever e reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o terceiro é bem melhor do que o segundo...