Segundo Stella Maris
Rezende, ficcionista de Dores do Indaiá/MG, um escritor “tem que admirar as coisas
aparentemente sem importância nenhuma. Um caco de pires, por exemplo, pode
abrir um assunto, quebrar o gelo e puxar uma ladainha, saudade de avós,
lamparinas e escapulários, procissões, cachecóis de lã...”
Então quer dizer que
o estímulo visual pode desencadear uma crônica? Isso mesmo! E quem escreve uma
crônica, escreve também um conto, uma novela um romance! Pra comer, coçar e
escrever... é só começar!
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Observe atentamente o texto não verbal acima. Sem dúvida, há ali uma interessante
situação narrativa. Imagine que você esteja caminhando na praia e encontre
aquela garrafa. Há um manuscrito dentro da garrafa. Obviamente, você lê a
mensagem e, então, passará a registrar, numa crônica descritivo-narrativa, tudo
o que aconteceu (ou tudo o que vai acontecer). Conduza a narração na 1.ª pessoa
– você é narrador-personagem. Escreva, aproximadamente, 25 linhas. Atribua um
título ao texto.
Mas
o que é crônica descritivo-narrativa, mesmo?
Crônica,
hoje, é o texto escolar ficcional, leve, curto. É muito comum assemelhar a
crônica a um flash do dia, pois, em
aproximadamente trinta linhas, o assunto tem de ser compacto e o número de
personagens, reduzido. Na crônica descritivo-narrativa, o escritor apresenta
(descreve) as personagens, o espaço e o tempo e, em seguida, desenvolve o
relato dos acontecimentos (narra).
Ao
final, o texto deve fornecer respostas para as seguintes perguntas:
O quê? – fatos que compõem a história
Quem? – personagens que vivem a trama
Onde? – lugar onde ocorrem os fatos
Como? – a maneira pela qual se desenvolvem os fatos
Por quê? – a causa dos fatos/acontecimentos
Quando? – o momento/época em que ocorrem os fatos
E então... – final da trama
IMPORTANTE: Para prender a atenção do leitor, pense em tramas originais
e criativas; pense, principalmente, em situações e desfechos inusitados. Quase
sempre é preciso descartar os primeiros impulsos, as primeiras ideias – são
comuns!
Esteja
certo de que ninguém pensaria naquilo em que você pensou – isso é ser original.
Não
tenha preguiça de escrever e reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do
que o primeiro; o terceiro, muito, muito melhor do que o segundo...
Antes
de entregar sua crônica ao corretor, revise-a. Releia o que escreveu, faça a
autocrítica e a autocorreção: confira se seu texto está fácil de ser entendido,
se as frases e os parágrafos estão bem ligados entre si, se os fatos têm uma
sequência cronológica e não se atropelam, se não há repetições, se a
ortografia, a pontuação, a acentuação gráfica e os plurais estão corretos.