As cotas raciais são ações afirmativas aplicadas em
alguns países, como o Brasil, a fim de diminuir as disparidades econômicas,
sociais e educacionais entre pessoas de diferentes etnias raciais. Essas ações
afirmativas podem existir em diversos meios, mas a sua obrigatoriedade é mais
notada no setor público – como no ingresso nas universidades, concursos
públicos e bancos. As cotas raciais são uma medida de ação contra a
desigualdade num sistema que privilegia um grupo racial em detrimento de outros
– esses, oprimidos perante a sociedade. Ao contrário do que diz o senso comum,
cotas raciais não se aplicam somente a pessoas negras. Em várias universidades,
por exemplo, existem cotas para indígenas e seus descendentes, que visam
abarcar as demandas educacionais dessas populações. Há, em alguns lugares,
cotas diferenciadas para pessoas pardas, também – caso contrário, estão inclusas
nas cotas para negros. (...) Algumas pessoas explicam as cotas raciais por meio
do conceito da equidade aristotélica.
Sisu 2024 segue
alterações determinadas pela nova Lei de Cotas. Veja as principais alterações
nas cotas:
A mudança determina
que todos os estudantes inscritos no sistema sejam classificados primeiramente
de forma geral, em ampla concorrência, a partir de seus resultados no Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023. Nas edições anteriores, cada candidato
era avaliado apenas de acordo com a modalidade escolhida na inscrição. O
objetivo da alteração é que seja contemplado dentro das cotas apenas o público
que realmente demanda a política de ações afirmativas.
https://www.ufsm.br/2024/01/23/sisu-2024-entenda-as-mudancas-na-politica-de-cotas-do-programa.
Acesso em 14.ago.2024.
Texto III
Joaquim Benedito
Barbosa Gomes é um jurista e ex-magistrado brasileiro. Foi ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) de 2003 até 2014, presidindo-o de 2012 a 2014.
Texto IV
Em uma sociedade
ideal, as oportunidades devem ser acessíveis a todos, baseadas no mérito e na
competência individual, e não em critérios raciais ou étnicos. As cotas
universitárias, apesar de bem-intencionadas, podem subverter o princípio de
meritocracia, ao priorizar a cor da pele ou a origem étnica, além do que existe
a preocupação de que estudantes admitidos por meio de cotas possam enfrentar
dificuldades para acompanhar o ritmo da turma, já que o ingresso por meio de
cotas pode ser visto como um atalho, como “a de lei do mínimo esforço” – o poder
público não envida recursos para o ensino regular (público) de qualidade, e,
então, adiante, propõe esse “remendo”. As cotas alimentam estereótipos e
reforçam divisões.
George
Valente, professor
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: "A questão das cotas raciais no Brasil do século 21". Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.