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EFAF - CARTA-RESPOSTA DO DIRETOR DA NIKE A UM GAROTO

CARTA-RESPOSTA - EF ANOS FINAIS

CARTA-RESPOSTA

DO DIRETOR DA NIKE A UM GAROTO

ID: E6F




A CARTA-RESPOSTA, como o próprio nome adianta, surge quando é preciso respondermos a uma carta. Além da estrutura comum às cartas, conforme veremos abaixo, a carta-resposta deve seguir o estilo vocabular da carta que recebemos – em caso de carta pessoal, escrevemos de acordo com a variação informal da língua; em caso de carta comercial e de carta institucional (escolas, bancos etc.), escrevemos de acordo com a variação formal da língua. A carta resposta também segue num envelope.

Estrutura da Carta-resposta:

. Local e data – Ex.: Campinas, 15 de agosto de 2020.

. Vocativo – Ex.: Caro amigo; Prezado Diretor etc.

. Menção à carta original – Ex.: Recebi, com grande surpresa, a carta...; A respeito da carta...; Em resposta à carta...

. Corpo do texto – síntese do assunto da carta original, argumentações a respeito do que foi pedido; atendimento (ou não) ao pedido; justificativas em caso de o pedido não poder ser atendido etc.

. Despedida/Saudação - Ex..: Abraços (p/ cartas informais); Atenciosamente (p/ cartas formais).

. Assinatura – primeiro nome do remetente p/cartas informais; nome completo do remetente p/ cartas formais.


LEITURA: A carta argumentativa abaixo, de Moacir Scliar (1936-2011), extraída da Folha de S. Paulo, ainda que tenha caráter ficcional, foi escrita a partir de uma notícia veiculada no jornal. (A carta foi adaptada para esta atividade.) 
 


Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2016.
Prezado Sr. Adamastor,

Soube que o senhor é o diretor da Nike. Muito prazer. Eu sou o Luís Fernando. Uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já foi comprada. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente. 

Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Destruir é um direito dos senhores. Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros.

Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou muito pobre. Não sei ler nem escrever. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo – sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando). Eles verão que não sou o coitado que pareço.

Só mais um detalhe: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa. Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante. Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.
Um abraço,
Luís Fernando




PROPOSTA DE REDAÇÃO: Imagine que você seja o diretor da Nike e tenha recebido a carta do Luís Fernando. Você lê, relê e, então, resolve respondê-la. Sua carta-resposta deverá começar assim:


São Paulo, 19 de dezembro de 2016.

Caro Luís Fernando,

Recebi sua carta hoje e tenho pressa em respondê-la. Em primeiro lugar...


Escreva, aproximadamente, 20 linhas.

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