Não creio que
seja possível imaginar uma educação de verdade sem uma consistente formação de
leitores. Refiro-me a Pessoas capazes de utilizar textos em benefício próprio,
seja por motivação estética (caso da literatura e da poesia), seja para receber
informações (estudos, manuais técnicos e didáticos), seja por motivos filosóficos
ou religiosos, seja por puro e simples entretenimento. (...) Creio que qualquer
modelo educacional digno desse nome deveria ter como pano de fundo algo que
poderíamos chamar, mesmo que de forma imprecisa, de humanismo. Não penso em
teorias complicadas mas, sim, numa educação que jamais deixe de ter em mente
que aluno, professor, pais, parentes, amigos, vizinhos e todo o mundo são,
antes de mais nada, seres humanos e que isso tem implicações. Entre outras,
todo o ser humano 1) é eminentemente social (e incapaz de viver sem uma sociedade
– no ambiente exageradamente individualista em que vivemos, tal condição
costuma ser desvalorizada ou esquecida); 2) é expressivo, emotivo e efêmero (ou
seja, tem ideias próprias, é emotivo, envelhece e morre); 3) é capaz de construir
linguagens e símbolos (e não apenas utilizá-los e repeti-los); 4) é capaz de pensar
em coisas como justiça, moral e estética; 5) é capaz de transformar a natureza
e a sociedade (para melhor e para pior) e 6) é capaz de sonhar em construir um
futuro mais civilizado (em que os interesses da sociedade estejam o mais
próximo possível dos interesses de cada indivíduo). Em outras palavras, por
humanismo refiro-me simplesmente a um modelo cultural fundado nas
características e necessidades inerentes à condição humana. De que adianta
formar pessoas cheias de conhecimento técnico, mas individualistas a ponto de
serem incapazes de perceber que são responsáveis não apenas pela construção de
suas vidas particulares mas também pela da sociedade em que vivem?
(...) A Literatura leva o leitor à análise de
realidades diversas, impulsionando-o ao Conhecimento, pois trata de reflexos da
história e da Realidade social de determinadas comunidades retratando a
cultura, os costumes, e a organização política e social de determinada região,
podendo deste modo auxiliar o Direito por meio de textos de ficção que
expressam determinados problemas sociais e determinadas formas de expressão da
sociedade, pois as obras exemplificam a situação social, política e psicológica
da sociedade.
Comando: A partir do material de apoio e com base
nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um Artigo de Opinião, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “O papel da
literatura na sociedade contemporânea”.
***
Não custa lembrar:
O Artigo de Opinião, como o próprio nome adianta, é um texto em
que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum tema polêmico. É um
gênero textual que se apropria do tipo dissertativo. O articulista deve
sustentar sua opinião por meio de evidências; deve, também, assinar o Artigo –
entretanto, nos vestibulares, o candidato deve usar apenas as iniciais ou
adotar um pseudônimo, a fim de que não seja identificado pelo examinador, o que
poderia ser motivo para a anulação da prova.
O
texto é breve – aproximadamente, 25 linhas. A linguagem é simples e objetiva.
O Artigo leva título, e é persuasivo: inserido nos grandes periódicos, é
um serviço prestado ao leitor, com o objetivo de convencê-lo acerca não só da
importância do tema ali enfrentado, mas também, e principalmente, da relevância
do posicionamento do articulista. São comuns o apelo emotivo, as acusações, o
humor refinado, a ironia – tudo baseado em informações factuais.