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UPF 2021 - CENÁRIO DE DESIGUALDADE SOCIAL

UPF - UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

"PORQUE NÃO DÁ PRA DESISTIR DOS SONHOS"

UPF – 2021 – TEMA 1

ID: HZM




Orientações:

. Evite rasurar o texto definitivo – a folha de redação é única e não será substituída.

. Redija o texto definitivo a caneta.

. Não escreva seu nome no texto definitivo, nem o assine.

. Faça o rascunho de sua redação, a qual deve ter de 20 a 35 linhas.


A redação será anulada se:

. fugir do tema ou da delimitação proposta;

. for ilegível;

. não atender aos critérios de textualidade, sendo considerada um não texto;

. contiver, com exceção do número de inscrição já impresso na folha definitiva, outros elementos que identifiquem o candidato;

. for escrita em língua estrangeira.



'Escravidão fantasiada de liberdade'

Falta de remuneração, estudo e dignidade levou negros à condição de inferioridade pós-Abolição

Ana Cristina Rosa

9 maio de 2021


Certas obras de ficção são capazes de auxiliar na compreensão da realidade. O premiado romance "Torto Arado", de Itamar Vieira Junior, é assim. Ajuda a entender nosso país, as bases em que foi fundado e como chegamos ao atual nível de injustiça social. A narrativa ambientada no passado, no sertão baiano, traz à tona algumas das causas que resultaram nas absurdas disparidades que marcam o presente da nação, 133 anos após a abolição formal da escravatura.


O cenário de preconceito e discriminação com negros e indígenas; a precariedade das moradias; o trabalho análogo à escravidão; a comida minguada; o analfabetismo; o difícil acesso dos pobres à saúde; a ausência de saneamento básico; o alto índice de mortalidade de crianças pretas. Tudo é de uma atualidade desconcertante.


É oportuno lembrar o déficit habitacional, o enorme contingente de pessoas em situação de rua, o retorno da fome como parte da rotina de milhares de brasileiros e o agravamento da discrepância entre a qualidade do ensino público e a do particular. São chagas abertas no Brasil Colônia e ainda não cicatrizadas, algo similar a escaras que se formam em corpos enfermos e inertes por muito tempo. Se quiser curar suas feridas, o país terá de se mexer.


"Quando deram a liberdade aos negros, nosso abandono continuou (....). A mesma escravidão de antes fantasiada de liberdade", diz um trecho do livro de Itamar.


Sem direito à remuneração, estudo ou propriedade. Sem direito à dignidade. Eis a origem da situação que relegou os negros no Brasil a uma condição de inferioridade socioeconômica no pós-Abolição. Apesar das evidências, há quem negue as desigualdades ou individualize uma responsabilidade que precisa ser compartilhada com a sociedade.


"A luta era desigual, e o preço foi carregar a derrota dos sonhos, muitas vezes", consta em outro trecho. Apesar da desigualdade e da injustiça, havia e há resiliência. Porque não dá para desistir dos sonhos.


Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ana-cristina-rosa/2021/05/escravidao-fantasiada-de-liberdade.shtml.

Acesso em 7 de maio 2021.



COMANDO: Considerando as informações do texto acerca do cenário de desigualdade que marca a trajetória dos negros no Brasil, escreva um texto dissertativo-argumentativo discutindo e propondo alternativas para a última frase do texto: “Porque não dá para desistir dos sonhos.”

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