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UFMS - PSV 2022 - DISSERTAÇÃO - O GRITO DA INDEPENDÊNCIA

UFMS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL

O GRITO DA INDEPENDÊNCIA


UFMS – PSV 2022


ID: I93

 


 

Leia, atentamente, os fragmentos textuais que seguem, os quais buscam oferecer subsídios para o encaminhamento da redação a ser desenvolvida pelo candidato.

 

Atualmente, é um axioma nacional a proclamação da independência brasileira por D. Pedro I em 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga, em São Paulo. Naquele ano, entretanto, o significado histórico de suas ações não era tão evidente e, pelo menos até o final de 1822, contemporâneos atribuíram pouco significado à data e ao Grito do Ipiranga, pois se ocupavam com a aclamação do imperador (12 de outubro) e sua coroação (1º de dezembro). Daí resultou um consenso historiográfico de que demorou algum tempo para que o Sete de Setembro se tornasse o dia da independência do Brasil e de que a data não tinha grande significado senão bem depois de 1822. Neste artigo, trago novas fontes para essa discussão e argumento que, na realidade, o 7 de setembro foi reconhecido como o dia da independência do Brasil em 1823 e que sua celebração ganhou relevância rapidamente, pelo menos no Rio de Janeiro, apesar de o 12 de outubro ter permanecido o “dia de festa nacional” mais importante na maior parte da década.

 

(KRAAY, Henrik. A invenção do Sete de Setembro, 1822-1931. In: Almanack Braziliense, São Paulo, n.11, p. 52-61, maio 2010. p. 53.

Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/alb/article/view/11738/13513>. Acesso em: 10 nov. 2021)

 

E assim se completava o ato da emancipação [brasileira]. Uma emancipação singular no elenco das independências americanas, que tinham gestado repúblicas e não monarquias. O fato é que a emancipação chegava sem mudanças radicais, embora tenha produzido uma rica literatura de comentário político - sob a forma de panfletos -, evidência de que a independência era uma questão de maior interesse em toda a sociedade e todo tipo de pessoa tomou parte nesse debate. A emancipação também colocava no centro do poder não um presidente, mas um rei: um monarca português e da Casa dos Bragança. Talvez por isso mesmo se tenha criado uma espécie de "lenda da Independência", que reconta a epopeia a partir de uma série de fatos perfilados e encadeados: a chegada da corte, a abertura dos portos, a elevação a Reino Unido, o "Fico", o "Cumpra-se" e finalmente a declaração de Independência, em 1822 - uma sequência que mais parece apontar para um final previamente conhecido e que deságua inevitavelmente no Império brasileiro.

 

(SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 221)

 

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante,

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,

Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

(DUQUE-ESTRADA, Joaquim Osório. Hino Nacional Brasileiro)

 

 

Às vésperas da comemoração dos 200 anos da proclamação da Independência brasileira, é preciso pensar, de modo crítico, o que foi esse movimento de separação entre Brasil e Portugal, que se transformou em uma narrativa bastante forte para que o passado e o presente do País não rompessem com as orientações ideológicas monárquicas e enveredassem por um caminho republicano, como os demais países da América Latina, por exemplo.

 

PROPOSTA DE REDAÇÃO: Refletindo a esse respeito, e considerando, como ponto de partida, os elementos trazidos pelos fragmentos destacados, elabore um texto dissertativo-argumentativo, no qual se discutam aspectos vinculados à importância do episódio do "grito" de D. Pedro I para o Brasil do século XIX e o que ele ainda significa para o Brasil do século XXI.

 

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: Serão considerados os seguintes aspectos: 1) estrutura e desenvolvimento do texto dissertativo-argumentativo; 2) organização e progressão textual; 3) adequação temática; 4) aspectos de coesão e coerência do texto e 5) emprego da norma padrão da língua portuguesa.

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