A adolescência, conforme aponta a literatura médica, conhecida de todos, é a fase do desenvolvimento humano em que, sem dúvida, organizam-se as reações físicas e emocionais, as quais definem o perfil de um cidadão. É a fase do autoconhecimento e das experimentações, diga-se, ousadas, ainda que por vezes, discretamente encobertas da família, que, quase sempre, é o cinto de castidade na vida de muitos filhos. Nesse sentido, é absolutamente inegável que, seja pelo excesso da permissividade ou do mau exemplo familiar, seja pela ineficiência da legislação, o álcool, repentinamente ou não, surge no caminho do adolescente – e por que não dizer?, do adulto desavisado – como um fator de risco para sua saúde física e mental, ou seja, para sua formação plena. Desse modo, é peremptória a urgência do Poder Público e da comunidade civil em mobilizarem-se, em favor irrestrito da causa, sob pena de retrocessos irreparáveis, pelo menos, a curto prazo (o que equivale a dizer nos próximos vinte anos, para sermos otimistas).
O álcool, conforme
apontam estudos antiquíssimos, firmados por nomes que se eternizaram na
Medicina, é uma droga psicotrópica lícita e socialmente aceita, ainda que ao
arrepio da moral, da ética, do bom senso e dos bons costumes. Não raro, para
maior espanto, o uso do álcool é incentivado por expoentes da família; outras
vezes, ainda que não haja, realmente, um aceno em favor do consumo, há um mau
exemplo – aliás, mau exemplo por parte da família e dos apelos midiáticos, o
que é paradoxal, vez que ambos têm o pressuposto formativo-educacional.
Lamentavelmente, é significativo o número de pessoas que, diante de
desequilíbrios emocionais, atiram-se ao álcool, independentemente de quem está
sentado na poltrona ao lado, pronto para imitá-las, apesar da tenra idade. Com
efeito, a literatura médica registra que a possibilidade de um adulto se tornar
dependente do álcool está intimamente ligada à idade com que ele conheceu a
droga.
Soma-se a isso o
fato de, apesar dos dispositivos legais que restringem o consumo de álcool por
adolescentes, a fiscalização ser ainda inoperante – a venda de destilados a jovens,
sobretudo quando em ambientes fechados, é mais comum do que se possa imaginar. Por
conta disso, eles (os adolescentes) tornam-se vulneráveis, quer dizer, mais
facilmente suscetíveis, ao consumo da droga, que atua no sistema nervoso
central, provocando complicações de toda a ordem. Para exemplificar, dados
recentes apontam que a embriaguez ao volante é a maior causa de acidentes
automobilísticos; os mesmos dados apontam, ainda, com muita lucidez e acerto,
que transtornos mentais, como depressão e esquizofrenia, que, provocam a queda
de rendimento intelectual, são atribuídos ao uso imoderado e irresponsável do
álcool.
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