A imunização é a única maneira de garantir que doenças
erradicadas não voltem. Para o diretor de Bio-Manguinhos*, Mauricio Zuma, é
preciso fortalecer a confiança da sociedade nas vacinas de distribuição
pública. “Em 1930 as doenças infeciosas e parasitárias representavam 45,7% dos
óbitos do Brasil, índice que caiu para 4,3% em 2010, segundo o Ministério da
Saúde. Na década de 1980, sarampo, poliomielite, rubéola, síndrome da rubéola
congênita, meningite, tétano, coqueluche e difteria causaram 5,5 mil óbitos em
crianças de até 5 anos no Brasil. Em 2009, foram 50 óbitos”, demonstra. Em
tempos de excesso de informações e superficialidade de conteúdos, muitas
pessoas em todo o mundo, principalmente na Europa, vêm aderindo a um movimento
conhecido como anti-vacina. Seja por questionarem a segurança da vacina, por temerem
os efeitos colaterais, ou por acreditarem que não estão suscetíveis às doenças,
estes grupos estão crescendo cada dia mais, levando países desenvolvidos, como
a Itália, a se depararem com surto de doenças há muitos anos erradicadas, como
o sarampo. Cabe reafirmar que é inevitável o fluxo de pessoas entre os países,
tanto pelo turismo quanto pelos negócios, e o fato de algumas delas não estarem
vacinadas pode provocar seu adoecimento e trazer de volta doenças extintas e
todos os problemas de saúde pública que elas acarretam.
* Bio-Manguinhos: unidade da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) responsável por pesquisa, inovação, desenvolvimento tecnológico e
pela produção de vacinas, kits para diagnóstico e biofármacos voltados para atender
prioritariamente às demandas da saúde pública nacional.