PRESSÕES ESTÉTICAS E SAÚDE MENTAL
MODELO ENEM – ID: L2W
Em um mundo onde a aparência ganha cada vez mais
importância e os estereótipos de beleza estão cada vez mais marcados como
padrões, os adolescentes estão cada vez mais suscetíveis a problemas.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde Infantil
do CS Mott Children’s (Hospital na Universidade de Michigan Health), quase 2/3 dos
pais dizem que seus filhos são inseguros sobre algum aspecto de sua aparência,
e 1 em cada 5 diz que seus adolescentes evitam aparecer em fotos. O estudo baseou-se
em respostas de 1.653 pais com, pelo menos, um filho de 8 a 18 anos. As
crianças começam a formar opiniões sobre seus corpos e aparência – à medida que
as crianças recebem mensagens prejudiciais sobre os ideais sociais, instala-se uma
autoimagem ruim. Se não for controlada, a preocupação com a aparência e a
insatisfação corporal podem comprometer a saúde mental e aumentar os riscos de
distúrbios alimentares, depressão e baixa autoestima.
Peso, problemas de pele como acne e cabelo foram as
causas mais comuns de insegurança, mas menos pais listaram altura e
características faciais. Quase 1 em cada 5 pais de meninas também disse que
suas filhas tinham vergonha de seus seios. Os pais de adolescentes também são
mais propensos do que os pais de crianças menores – de 8 a 12 anos – de relatar
que seus filhos são inseguros sobre sua aparência (73% das meninas adolescentes
e 69% dos meninos adolescentes, em comparação com 57% das meninas mais novas e
49% dos meninos mais novos). É normal, em termos de desenvolvimento, que
adolescentes experimentem algumas inseguranças, mas se isso estiver
interferindo em sua capacidade de desfrutar de interações sociais ou outras
atividades, eles podem precisar de ajuda.
Disponível
em: https://institutopensi.org.br/lidando-com-a-autoimagem-dos-jovens-e-adolescentes/.
Acesso em 3 out.2025. Adaptado.
Texto II
Pressões estéticas contemporâneas exercem grande
influência sobre a saúde mental dos adolescentes, sobretudo em uma sociedade
hiperconectada e visualmente orientada. A busca incessante pelo corpo “ideal”,
difundido por influenciadores digitais e padrões publicitários inalcançáveis,
faz com que muitos jovens desenvolvam sentimentos de inadequação, ansiedade e
baixa autoestima. As redes sociais, ao promoverem comparações constantes e
filtros de perfeição, intensificam a insatisfação corporal e a autocrítica,
contribuindo para o aumento de casos de depressão e transtornos alimentares.
Além disso, a fase da adolescência, marcada por transformações físicas e emocionais,
torna esses indivíduos mais vulneráveis à necessidade de aceitação e
pertencimento. Aqueles que não se enquadram nos padrões socialmente
construídos, muitas vezes, tornam-se alvo de bullying e exclusão, o que agrava o
sofrimento psíquico. A falta de representatividade de corpos diversos e reais
reforça o ciclo de rejeição e dor emocional. É fundamental, portanto, promover
uma educação midiática e emocional que estimule o pensamento crítico diante dos
padrões impostos, bem como ampliar o acesso a políticas públicas de saúde
mental voltadas à juventude. Somente com acolhimento, informação e diversidade
será possível reduzir os danos causados pelas pressões estéticas e construir
uma cultura de autoestima e bem-estar genuínos.
Gislaine
Buosi, advogada e educadora.
