A atual epidemia de emagrecedores reflete uma
preocupação da sociedade com padrões estéticos rígidos e, por vezes, inalcançáveis.
O consumo indiscriminado de medicamentos e suplementos para perda de peso tem
se ampliado, impulsionado por propagandas apelativas, influenciadores digitais
e pela busca imediata de resultados. No entanto, esse fenômeno levanta questões
sérias: por um lado, evidencia como a pressão social pode levar indivíduos a
arriscar a própria saúde em nome da aparência; por outro, denuncia a
fragilidade de políticas públicas no controle da venda e prescrição desses
produtos. Assim, o tema convida à reflexão sobre a necessidade de equilibrar
informação, regulação e cuidado com o corpo, para que o desejo de emagrecer não
se transforme em ameaça à vida.
Gislaine
Buosi, advogada e educadora.
Texto II
50% das pessoas engordam após usar canetas
emagrecedoras, diz estudo
Em estudo apontou um efeito rebote preocupante e
reforça alerta sobre uso isolado dos medicamentos
As populares canetas emagrecedoras — a exemplo do
Ozempic e Monjauro — tornaram-SE um fenômeno no combate à obesidade. Contudo,
novos dados acendem um alerta importante: cerca de 50% das pessoas voltam a
ganhar peso após interromper o uso dessas medicações. O dado vem de uma
metanálise publicada em 2025 na revista científica Obesity Reviews, que avaliou
o comportamento de mais de 2.300 pacientes após a suspensão do tratamento. O
estudo mostra que quem utilizava liraglutida recuperou, em média, 2,2 kg,
enquanto os que faziam uso de semaglutida ou tirzepatida voltaram a ganhar
cerca de 9,7 kg. As canetas podem ser uma ferramenta poderosa contra a
obesidade, mas não são solução mágica. Sem acompanhamento adequado e mudanças
sustentáveis, o risco de reganho de peso é alto — e pode vir acompanhado de
frustrações e prejuízos à saúde.
ANDRADE,
Juliana. Disponível em: https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/50-das-pessoas-engordam-apos-usar-canetas-emagrecedoras-diz-estudo.
Acesso em 16 set.2025. Adaptado.
Texto III
Para muita gente, comer está entre os melhores
prazeres da vida. Mas essa deliciosa experiência tem-se tornado uma árdua
tarefa para quem, a cada nova dieta, tem que se preocupar em evitar ora o
glúten, ora a lactose, mesmo sem ter nenhuma restrição alimentar. A esse
comportamento a nutricionista franco-brasileira Sophie Deram deu o nome de
“terrorismo nutricional”. Esse excesso de restrições alimentares se tornou
ainda mais preocupante à medida que o ato de se alimentar adequadamente ficou
extremamente difícil, deixando o público cada vez mais inseguro e com medo de
comer. “Dietas restritivas com o intuito apenas de emagrecer estressam o corpo
e fazem o cérebro alterar o metabolismo e o apetite, fazendo você engordar
ainda mais no longo prazo”, defende. Transtornos alimentares, como anorexia e
bulimia, são indícios – e consequências – do problema, segundo Sophie. A
orientação é que, para diminuir o risco de obesidade ou de desenvolver esse
desequilíbrio, o melhor caminho é “fazer as pazes com a comida”. “Não restrinja
a quantidade quando estiver com fome, coma bem e perca peso modificando o modo como
você enxerga a alimentação”, diz.
Disponível
em: http://www.otempo.com.br/interessa/sa%C3%BAde-e-ci%C3%AAncia/dietas-restritivas-levam-ao-terrorismo-nutricional1.1435777.
Acesso em 16 set.2025. Adaptado.