A arte impõe-se,
resiste ao estigma de ser inútil, artigo de luxo inútil, apesar de
empoeirar-se, escanteada dos currículos escolares. Há pedagogos de plantão que
consideram determinante ensinar as cores primárias e secundárias, sem ao menos
permitirem o pincel e a aquarela, sem ao menos apresentarem Michelangelo e Aleijadinho.
Por outro lado, há quem considere a arte como enfeite da sala de estar, quer na
parede, quer no final do corredor. Pura ignorância! A arte, em suas múltiplas
linguagens, revela, desconstrói, protesta; apenas os poucos avisados têm a arte
como decoração, enfeite. Música, teatro, cinema, pintura são é antídotos às doenças
mentais, oferecem alívio, catarse e fôlego ao conhecimento e à reflexão. Mais
do que isso, a arte é instrumento de humanização: em um mundo marcado por
desigualdades e exclusão, ela desperta empatia e sensibilidade. De Van Gogh a
Frida Kahlo, de Chico Buarque a Tarsila do Amaral, do aramista ao grafiteiro, muitos
artistas transformaram dor em expressão, injustiça em denúncia. Portanto, longe
de ser artigo de luxo, a arte é combustível para a consciência, a saúde
emocional e a transformação social. Seu “prazer” é, muitas vezes, o único
remédio acessível à alma adoecida.
Gislaine Buosi
Texto
II
O que confere
modernidade aos museus é a ruptura com a tradição de instituições como o Museu
do Louvre, na França, e o Museu Britânico, no Reino Unido. Surgidos no
Renascimento, a partir de coleções particulares de famílias ricas, como os
Médici, na Itália, e da oferta de acesso a itens de interesse científico e
antropológico – os chamados Gabinetes de Curiosidades –, os museus tradicionais
consolidam-se com o Iluminismo. Nesses moldes, essas instituições organizam as
artes e a história de acordo com seus períodos e origens, guiando a forma como
o público entra em contato com as obras e como aprende sobre o mundo. Entretanto
o século 20 vivencia uma série de mudanças nesse cenário. Nas artes plásticas,
as vanguardas europeias subverteram a forma de representar a realidade,
questionando o próprio conceito tradicional de exposição. Na vida social, os
horrores de duas guerras mundiais e as sucessivas crises econômicas puseram em
questão os modelos de sociedade vigentes e quais contribuições as artes
poderiam oferecer na construção de um mundo melhor.
FELIPE, Mateus. Disponível
em: https://jornal.unicamp.br/edicao/720/um-museu-moderno-para-uma-arte-em-transformacao/. Acesso em 29
jul.2025. Adaptado.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos
textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da
língua portuguesa sobre o tema: “Desafios da arte: humanizar e resistir às
diversas faces da exclusão social". Apresente proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente
e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.