EM - TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA - AMNÉSIA INFANTIL
TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA - EM
AMNÉSIA INFANTIL
TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
ID: L2H
O TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA é aquele
que tem a finalidade de “popularizar a ciência”, ou seja, difundir, ao público
leigo/não especializado, descobertas feitas a partir de estudos científicos. No
que se refere à estrutura, o texto de divulgação científica é maleável. É
preciso focalizar, o quanto possível: o que foi descoberto; quem descobriu;
como; quando; onde; para quê – com ênfase não apenas no que foi descoberto,
como também na importância da descoberta e nos respectivos impactos sociais. O
texto é escrito em 3ª pessoa, com linguagem simples. Há título e subtítulo para
que, desde o início, seja definido o que se vai divulgar.
Leia a matéria abaixo, a partir da qual
você desenvolverá um texto de divulgação científica:
Os primeiros anos de vida são uma explosão de aprendizado: é quando
aprendemos a andar, a falar, a reconhecer rostos e objetos e a entender
vínculos sociais. Ainda assim, quase ninguém consegue se lembrar de
experiências dessa fase. Esse “vazio” na memória é chamado de amnésia infantil
— um fenômeno que intriga cientistas há décadas. Um estudo recente publicado na
revista Science mostrou que, ao contrário do que se pensava, bebês têm, sim, a
capacidade de formar lembranças desde muito cedo. O mistério, portanto, não é a
ausência da memória, mas o motivo de ela desaparecer com o tempo.
Como funciona a memória do bebê: Durante a
infância, o cérebro ainda está em construção. O hipocampo — região central que armazena
lembranças episódicas — só amadurece depois dos primeiros anos de vida. Isso
ajuda a explicar por que os registros mais antigos parecem evaporar.
O desafio de estudar bebês: A equipe
liderada por pesquisadores de Yale, do estudo publicado na Science, decidiu
testar diretamente se bebês conseguem mesmo registrar lembranças. O obstáculo
era técnico: como colocar crianças de meses dentro de uma máquina de
ressonância magnética funcional sem que se mexessem demais?
A solução foi transformar o ambiente em
algo familiar: chupetas e brinquedos para prender a atenção. Ainda assim, muitas
imagens do cérebro foram descartadas por causa de movimentos inevitáveis.
No total, 26 bebês participaram dos testes — metade com menos de um ano e
a outra metade acima disso. Eles observaram rostos, objetos e cenas, e depois
tiveram de distinguir entre imagens já vistas e novas. O tempo de atenção
dedicado às figuras familiares foi usado como medida de memória.
O resultado foi claro: bebês a partir
de um ano ativam o hipocampo quando codificam lembranças, e aqueles que tiveram
melhor desempenho nas tarefas apresentaram maior atividade nessa região do
cérebro. Mas o mesmo não foi observado para os menores de um ano.
Onde ficam as lembranças perdidas? Se a memória
existe desde cedo, por que não conseguimos acessá-la na vida adulta? A resposta
continua em aberto. Alguns cientistas acreditam que essas lembranças nunca
chegam a se consolidar totalmente no longo prazo. Outros defendem que elas
permanecem registradas, mas ficam inacessíveis. Os primeiros indícios de novos
experimentos apontam que a criança pode manter memórias até cerca dos três
anos, antes de elas se dissolverem. A questão é se, de alguma forma, esses
fragmentos poderiam ser recuperados mais tarde na vida. Enquanto isso, a
amnésia infantil continua sendo um enigma fascinante: nossas primeiras
experiências podem não estar apagadas para sempre — apenas guardadas em um
lugar que a ciência ainda não aprendeu a abrir.
Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2025/09/30/amnesia-infantil-por-que-nao-nos-lembramos-dos-primeiros-anos-de-vida.htm.
Acesso em 2 out.2025. Adaptado.