Na Literatura, o
poeta e o escritor, valendo-se das técnicas descritivas, escrevem seus
respetivos retratos, em versos ou em prosa.
Para isso, é essencial “investigar”, além dos aspectos
físicos, os psicológicos; é como se o autorretratista pudesse ver além do
espelho – pudesse ver “o de dentro”. As descrições ficam mais precisas quando
são utilizados os cinco sentidos para explorar aquilo que se pretende pormenorizar
– cheiros, ruídos, sabores, texturas, cores devem ser provocados para
“desenhar” melhor o perfil físico e emocional do autorretratista.
É
necessário ir além dos aspectos descritivos previsíveis: bonito, feio, alto, baixo, alegre, triste... tudo isso é
muito comum. O leitor vai “ver” exatamente aquilo que o escritor
quiser/permitir que ele veja, fraca ou intensamente, a depender da
sensibilidade e das técnicas descritivas empregadas pelo
escritor/autorretratista.
Exemplo:
Meu nome é João Henrique, mas
ninguém me chama assim – alguns dizem Rick, outros Jota-agá e outros Jotinha.
Meus cabelos são lisos e vivem despenteados. Deve ser porque não sei ficar
parado. Até nos meus sonhos tem caminhões a 200km/h. Tenho nove anos, odeio
jiló e beterraba. Bolo de cenoura eu gosto, e acho que em aniversários e
casamentos deveriam servir bolo de cenoura. Fraturei a perna direita duas
vezes. Aqui estão as cicatrizes que não me deixam esquecer das quedas. Já me
acostumei com meus joelhos ralados, que são o resultado dos meus treinos de
skate. Da última que caí, fiquei mancando durante uma semana. Daí usei a
bengala do vovô. Ia me esquecendo: eu gosto de estudar,
mas não tenho muito tempo.
Por Gislaine Buosi
PRODUÇÃO
DE TEXTO: Redija
um autorretrato. Invista em aspectos físicos e psicológicos. Cuide para que o
texto não se prenda a apenas aspectos descritivos previsíveis. Escreva de 25 a
30 linhas.