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EFAF - PARÓDIA - A GENTE SE ACOSTUMA (Atividade com TutorIA Redigir😉)
PARÓDIA - EF ANOS FINAIS
Atividade com TutorIA Redigir
A
GENTE DE ACOSTUMA – MARINA COLASANTI
PARÓDIA – ID: JRH
A INTERTEXTUALIDADE é o
diálogo entre textos, quer seja de maneira explícita ou implícita. Em tese,
ocorre a intertextualidade sempre que uma obra fizer referência à outra. Para reconhecer
a intertextualidade, é preciso, primeiramente, conhecer o texto/o contexto a
partir do qual ela é construída.
A PARÓDIA é uma forma de
intertextualidade. É possível parodiar texto verbal e não verbal (fotografia,
artes plásticas, teatro, poema, música etc.), muitas vezes, com a finalidade de
criticá-lo, provocá-lo ou ironizá-lo. Nesse sentido, a paródia costuma ser
engraçadíssima! Mas é preciso ter cuidado! Tanto a criticidade quanto o humor
não podem ser grosseiros, nem discriminatórios.
As paródias também podem ter caráter
educativo.
COMANDO: A partir do texto abaixo, de Marina
Colasanti, adaptado, escreva uma PARÓDIA.
Eu sei, mas
não devia
Eu sei que a
gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se
acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não seja
as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para
fora. E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as
cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma acender mais cedo a
luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a
amplidão.
A gente se
acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar café
correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder
tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá pra almoçar. A sair do
trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar
cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se
acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para
ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer
filas para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez
pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter
com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se
acostuma à poluição. As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À
luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às
bactérias da água potável. À contaminação
da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir o passarinho, a
não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no
pé, a não ter sequer uma planta.