SHAKESPEARE E ELIZABETH I ENCONTRAM-SE NO PALÁCIO REAL
NOTÍCIA
ID: JSR
Leitura:
William e Elizabeth
O termo
“elisabetano” não designa a era da atual rainha Elizabeth, e sim o período de
44 anos em que a Inglaterra foi governada por Elizabeth I, na segunda metade do
século 16. Elizabeth precisou lutar pelo trono, pois era uma das muitas filhas
(além de um filho) do impiedoso Henrique VIII, e a única criança sobrevivente
nascida de Ana Bolena, segunda esposa dele. Para piorar, sua mãe fora acusada
de incesto e adultério, tendo sido decapitada por decreto real.
Entretanto, para
surpresa geral, Elizabeth I foi uma rainha longeva e que marcou época. Em seu
período, ela se mostrou uma governante menos impulsiva que o pai e mais
recatada que a mãe (comenta-se que teria morrido virgem) e conseguiu unir os
ingleses em torno de disputas militares vitoriosas, especialmente contra a
Espanha, grande espinho entalado na garganta inglesa. Também foi a rainha que
levou a Inglaterra à sua expansão marítima, e lançou o maior programa de
educação já realizado até então. Alguns biógrafos a retratam como insegura e
caprichosa, mas os feitos falam mais alto e, em resumo, Elizabeth foi um
tremendo sucesso.
Pertence a este
tempo, tendo sido encorajadas, provocadas, cobradas e patrocinadas por
Elizabeth, uma série de figuras cheias de talento e ousadia, como o corsário
Francis Drake, o explorador Walter Raleigh e aquele que para muitos é o maior
dramaturgo de todos os tempos, William Shakespeare. O autor de Hamlet, Othelo e
Rei Lear talvez nunca tenha sido próximo da rainha como ficcionado no divertido
filme Shakespeare Apaixonado, mas beneficiou-se do fato de a soberana ser uma
fã da arte e do entretenimento popular. Neste contexto, Shakespeare cresceu,
ganhou dinheiro, fama e a eternidade. Seu texto, fabulosamente sensível e
engendrado, é até hoje cultuado graças ao fato de ter recebido apoio de quem
tinha a autoridade e os recursos para tal. Em troca, Elizabeth ganhou mais um
motivo para se destacar na história da Inglaterra.
O prazer pelo
humor e pela poesia, pelo drama e pela comédia é privilégio de mentes
avançadas, que entendem que a guerra, a ciência e até a política se beneficiam
da arte e da cultura popular. Se Elizabeth tivesse tentado escrever os textos
de Shakespeare, se desprezasse o talento do bardo, se não se realizasse como
governante com as proezas artísticas de sua nação, não teríamos este legado tão
importante. Em qualquer circunstância, tempo e proporção, o talento criativo
deve ser encorajado e pago, deve ser apoiado e valorizado. Se seu custo por
vezes for alto em termos de dinheiro ou subjetividade, ainda assim deve ser
encarado com generosidade e alegria, para poder cumprir o papel que tem de
transformar o complexo em simples, o esquecível em memorável. Quem incentiva o
talento é inteligente e ambicioso.
Disponível em: https://www.meioemensagem.com.br/opiniao/william-e-elizabeth.
Acesso em 17 fev.2025. Com ajustes.
CONSIDERE: “Pertence a este tempo,
tendo sido encorajadas, provocadas, cobradas e patrocinadas por Elizabeth, uma
série de figuras cheias de talento e ousadia (...), aquele que para muitos é o
maior dramaturgo de todos os tempos, William Shakespeare (...).”
CONTEXTUALIZAÇÃO:
Imagine que
você, jornalista, tenha sido destacado para cobrir um encontro de negócios
entre William Shakespeare e Elizabeth I, no palácio real, chamado Hatfield
Palace. Ocorre que a programação do evento seguia regularmente, até que houve
um incidente. (Qual?) Procure absorver
informações do texto de apoio.
COMANDO: A partir do contexto, elabore
uma NOTÍCIA. Utilize de 25 a 30 linhas.
IMPORTANTE:Não se esqueça
de compor a manchete e a linha fina; em seguida, logo no primeiro parágrafo,
faça o lide jornalístico (que deve contemplar respostas curtas para: o quê?;
quem?; quando?, onde?; como?; por quê?); depois, os desdobramentos/o corpo da
notícia. A notícia é escrita,
preferencialmente, na 3ª pessoa do discurso – em tese, os fatos são relatados
sem intromissão/crítica/opinião do jornalista.