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“As consequências da pressão exercida sobre os jovens no Brasil contemporâneo”

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A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “As consequências da pressão exercida sobre os jovens no Brasil contemporâneo”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.


TEXTO I

Sem pressão

Época de vestibular é tempo de tensão familiar. O jovem vestibulando passa horas por dia estudando, abre mão de várias coisas em sua vida e entra em uma rotina que acaba envolvendo toda a família. Tudo pelo bom desempenho do filho em uma prova que pode ser um divisor de águas em sua vida.

Sem dúvidas, tudo o que um pai quer de um filho é que ele tenha um “futuro brilhante”. Os pais querem que os filhos sejam bem-sucedidos profissionalmente, que ganhem bem, que sejam líderes e muitos até refletem neles os próprios sonhos. Mas até que ponto isso é bom para o jovem?

Tudo isso, nessa fase da vida em que o jovem deve decidir seu futuro com apenas 17 anos de idade, acaba gerando algo que talvez ele não consiga suportar: a pressão. Ela vem de todos os lados, da escola, dos professores, dos colegas (ou concorrentes) e claro, do próprio adolescente. Não seria mais fácil se os pais o ajudassem a amenizar essa pressão ao invés de aumentá-la?

Porém, a realidade não é bem assim. Uma pesquisa realizada recentemente em Belo Horizonte mostrou que 85% dos pais perguntados afirmaram que o sucesso profissional dos filhos é o que mais os angustia. E assim, querem escolher a profissão dos filhos, a faculdade, os estágios e até mesmo os amigos e a namorada, tudo em benefício de uma carreira profissional perfeita.

O que pais e mães precisam entender é que o melhor jeito de ajudar seus filhos é não atrapalhar. Cobranças excessivas por notas, exigir que o filho fique 12 horas por dia debruçado sobre os livros e escolher o curso que ele deve fazer só prejudicará o desempenho do jovem que acaba interpretando tanta pressão como se ele não pudesse falhar. E falhar, nessa etapa da vida de um jovem, é completamente normal.

Alguns pais chegam ao absurdo de chantagear os filhos em troca de boas notas ou da aprovação naquele vestibular. Carros, viagens, roupas, tênis, tudo o que é sonho de consumo dos filhos viram objetos de um “escambo” nocivo para o relacionamento familiar. Ora, o que os pais precisam ensinar aos filhos é que o único prêmio para quem passa no vestibular é a vaga em uma boa universidade, que lhe garantirá um futuro melhor. Ensinar por meio de chantagem é um mau exemplo que pode refletir no futuro desses jovens.

Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/sugestoes-pais-professores/sem-pressao.htm (Adaptado)


TEXTO II

Jovens usam cada vez mais estimulantes para estudar 

Ficar acordado, estender a noite para se divertir ou para estudar é comum na vida dos jovens. Na idade em que nada se quer perder, os remédios e outros estimulantes mantêm o ritmo intenso. Mas os especialistas alertam: até mesmo substâncias como a cafeína, se ingeridos em excesso, podem provocar sérios danos à saúde.

Um universitário desejava não dormir para poder estudar mais e ter melhor desempenho nas provas do curso de engenharia. Foi a primeira vez que tomou uma grande quantidade de estimulante, comprado em uma loja de produtos naturais: “Foram três colheres desse extrato de guaraná em pó, três colheres”

Deu certo. Ele tomou uma segunda vez. E uma terceira. Aí se deu o problema: “Eu tinha encerrado os estudos, fui dormir. Lembro, quando fui deitar, que comecei a sentir uma taquicardia muito forte”, conta. Queria e não conseguia dormir. O coração disparou. Foi ficando cada vez mais agitado, angustiado. Acabou no hospital.

O uso abusivo de remédios controlados e de produtos naturais por estudantes que querem aumentar o nível de atenção e o desempenho é cada vez mais comum. O que eles não sabem é que as consequências desse abuso podem ser muito graves.

Taquicardia, intoxicação, delírios, medos inexplicáveis, insegurança são alguns dos problemas que afligem quem se excede em produtos que contêm cafeína e remédios para controle de déficit de atenção – como a ritalina. Podem causar dependência.

“A ritalina, assim como qualquer anfetamina, tem um alto grau de dependência. No caso da ritalina, vai depender da dose utilizada porque a pessoa pode ter efeitos euforizantes. O mesmo caso acontece com a cafeína. Ela pode, acima de determinada quantidade, começar a trazer alterações e levar até a morte”, alerta o psiquiatra Jairo Werner.

Outro universitário tinha estudo demais e tempo de menos. Apelou para a ritalina: “Comecei a tomar porque eu estava muito pressionado em relação a provas, datas de provas. Estava em uma situação que eu não via outra alternativa senão recorrer a esse tipo de medicamento”.

Mas não foi fácil conseguir: “Consegui com um amigo de uma amiga, que tinha a tal receita para conseguir comprar o medicamento”. Conseguiu, usou e se arrependeu: “Eu vi que se eu tivesse que me organizar mesmo, levar a coisa a sério, eu conseguiria passar nos exames sem recorrer a esse tipo de medicamento”.

“Temos que ajudá-los a entender que o ser humano tem limites, não pode extrapolar esses limites sem pagar um preço alto”, destaca o psiquiatra.

Depois da noite de terror e da ida ao hospital, aprendeu a lição.

“Eu tiro dessa experiência que a gente tem que respeitar os nossos limites”, conclui o estudante.

Disponível em: https://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2010/10/jovens-usam-cada-vez-mais-estimulantes-para-estudar.html

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