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Você sabe o que é “tipo textual”?

  – “Já ouvi dizer que o não atendimento ao tipo textual zera a redação do Enem. É verdade?”

É verdade. Narrar em vez de dissertar é descuidar-se do tipo textual exigido pelo Enem. Descrever em vez de dissertar, também. Nota zero em ambos os casos!

Mas não é só isso: não atende ao tipo textual exigido pelo Enem a redação que esteja predominantemente fora do padrão dissertativo-argumentativo – sem apresentar nenhum indício de caráter dissertativo (explicações, exemplificações, análises ou interpretações de aspectos dentro da temática solicitada) ou nenhum indício de caráter argumentativo (defesa ou refutação de ideias dentro da temática solicitada). Convém grifar: você deverá desenvolver um texto dissertativo-argumentativo, e não um texto narrativo, nem descritivo, nem dissertativo- expositivo, nem dissertativo-reflexivo.

Rapidamente: Narrar é contar uma história, real ou fictícia. Há textos narrativos literários ou utilitários. O texto narrativo apresenta uma sequência de ações, envolvendo personagens num determinado tempo e espaço. A crônica, o conto, a novela, o romance, os quadrinhos, as notícias de jornal, as piadas são exemplos de gêneros narrativos. Até mesmo as tiras sem balões, as charges, as imagens, o cinema-mudo são exemplos de narração, desde que apresentem um encadeamento de fatos/cenas.

Exemplo de texto narrativo literário:

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Uma vez, quando senti a consciência latejar, pedi perdão às mãos da vó Marieta. Eu, em menina, costumava subornar a velha: dava à vó Marieta garrafas de vinho, em troca de ela levar-me à pracinha – ela deveria levar-me à missa, por ordem do meu pai. Então vó Marieta e eu, ela bambeando os passos, íamos à pracinha, sentávamos num banco de ferro…

(Gislaine Buosi)

Exemplo de texto narrativo utilitário:

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Batida entre ônibus e carreta deixa 15 mortos na BR-040, diz PRF em Minas

 Helicóptero e viaturas se deslocaram para socorrer

Carreta seguia no sentido Brasília quando ônibus fez uma ultrapassagem

Um grave acidente na tarde deste sábado (17) entre um ônibus e uma carreta deixou ao menos 15 mortos na BR-040, entre Curvelo e Felixlândia, na Região Central de Minas Gerais, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Um helicóptero do Corpo de Bombeiros e viaturas foram acionados para ajudar no resgate. O Batalhão de Operações Aéreas informou que aeronaves das polícias Militar e Civil também foram deslocadas para o local do acidente.

De acordo com a Polícia Militar (PM), uma carreta larga, acompanhada de batedores, seguia no sentido Brasília, quando o ônibus, que ia no sentido contrário fez uma ultrapassagem. O motorista de um dos batedores disse à polícia que alertou pelos faróis, mas o ônibus não teve como parar e esbarrou em uma das pontas da carreta, tombando.

http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2012/03/acidente-entre-onibus-e-carreta-causa-mortes-na-br-040-em-mg.html

Descrever é pormenorizar algo; é “desenhar” com palavras uma cena, um animal, uma sensação, um rosto.

Os trechos descritivos, normalmente, estão inseridos nos textos narrativos, para que o leitor “visualize” melhor os aspectos pretendidos/imaginados pelo redator.

Exemplos de trechos predominantemente descritivos:

  1. Ao longo da Avenida Afonso Pena, um desfile de autos. Garrafas e latinhas arremessadas na via. Garotos e garotas nos passeios, ora pedem, ora furtam. Uns postes, umas lâmpadas acesas, outras não. Cenário ideal para jornalistas que garimpam notícias madrugada afora. Melhor se não se vendessem os jornais de amanhã, cujas manchetes já as conhecemos: a delinquência juvenil se multiplica dia após dia, o que há de ser coibido.  (Gislaine Buosi)
  2. É  pau, é pedra, é o fim do caminho, / é um resto de toco / e um   pouco sozinho / e um caco de vidro, é a       vida, é o sol / é a noite, é a morte, é o laço, é o anzol… (Tom Jobim.)

Dissertar é expor e discutir, fundamentadamente, ideias acerca de um tema, de modo a convencer o leitor da validade do ponto de vista de quem disserta. Pressupõem-se informações factuais e criticidade.

Atenção ao TIPO DISSERTATIVO:

Dissertação argumentativa, expositiva ou reflexiva?

  • Dissertação argumentativa ou objetiva: exposição e discussão de fatos/ideias.
  • Dissertação expositiva ou informativa: como o próprio nome diz, expõe informações (datas, nomes, fatos) sem, contudo, discuti-las.

Dissertação reflexiva ou subjetiva, também chamada  crônica reflexiva: o autor projeta sua interioridade/intimidade acerca do seu entorno, interpretando-o, registrando-o através de conjecturas, inferências e associações de ideias.

A redação do Enem é do tipo dissertativo-argumentativo!

Também conhecido como texto dissertativo-objetivo, vez que a problemática suscitada pelo Enem envolve situações factuais, o texto dissertativo-argumentativo é organizado na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. É fundamentado com argumentos, para convencer o leitor de que o ponto de vista ali defendido está correta. É preciso, portanto, expor e explicar ideias, com a apresentação de razões e evidência de provas, à luz de um raciocínio coerente.

#Exemplo de dissertação argumentativa:

A sociedade do espetáculo no pós-guerra e, mais recentemente, a sociedade digital não percebem, exceto aqueles que realmente as comandam, que pela sua lógica o tempo das pessoas precisa ser destinado ao trabalho indireto. Definimos como trabalho indireto aquelas atividades em que, pensando desfrutar de momentos de lazer, as pessoas, de fato, estão trabalhando para que grandes empresas faturem bilhões de dólares. Assim é quando milhões e milhões de brasileiros gastam tardes de domingo – que jamais terão a chance de recuperar – assistindo ao Domingão do Faustão ou ao Programa Sílvio Santos; assim é quando uma criança de dez anos passa horas vidrada na tela de um smartphone, o que só traz proveito efetivo para as fábricas de celulares e operadoras de telefonia.

(Eloésio Paulo)

#Exemplo de dissertação expositiva:

SISTEMA CIRCULATÓRIO

O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior, constituído por tubos que são os vasos, nos quais circulam humores ou seja: sangue e linfa. Entretanto, para que esses humores possam circular através dos vasos, é necessário um órgão central – o coração que funciona como uma bomba contrátil-propulsora. Por sem um sistema hermeticamente fechado, as trocas entre o sangue e os tecidos ocorrem em extensas redes de vasos de calibre reduzido e de paredes muito finas denominados capilares.

https://www.passeidireto.com/arquivo/10929767/sistema-circulatorio

#Exemplo de dissertação reflexiva:

Não há como desvencilhar-se da própria sombra. Sombra é consciência. Não. Sombra não é consciência. A primeira é submissa e companheira; a segunda, autônoma e fugidia. Sombra é sombra. Poda-se a liberdade do corpo, castiga-se o corpo — a sombra aceita e deita. Mas nem sempre a consciência se fere. A consciência mete-se no corpo, mas ela vai para onde quer, quando quer, volta se quiser. Raramente se tranca. O mais das vezes, a consciência desliza em ziguezague, não olha para trás, nem para frente; vai a esmo, atropela a sombra. A sombra, pobre sombra!, é engolida pela consciência. Mas há quem capture a consciência: esse paga duas vezes a mesma conta: uma vez com o corpo, outra, eternamente, com a ladainha da própria alma.

(Gislaine Buosi)

IMPORTANTE: É muito comum detectarmos, no curso de uma dissertação, trechos narrativos ou descritivos. Os estudiosos chamam esse fenômeno de “conjugação tipológica”, que nada mais é do que a hibridez, ou seja, a mistura de tipos textuais. Entretanto, precisamos nos atentar: se for proposto um texto dissertativo, nada impede de utilizarmos um trecho narrativo ou descritivo – eles são bem-vindos, principalmente, na introdução. Contudo, não nos descuidemos: o fôlego (a maior parte) da dissertação deve se ocupar com a argumentação.

Confira o parágrafo introdutório da dissertação-argumentativa sobre Cultura indígena:

Cocar, mandioca e guarda-chuva

Por Gislaine Buosi

               “Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas, e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto…” Pero Vaz de Caminha, em sua carta, descrevia características e costumes dos índios – isso há mais de meio milênio. Naquela época, quando os jesuítas desembarcaram em terras tupiniquins, havia uma tarefa empreendida: cristianizar os nativos, que então cultuavam a um deus mau – isso segundo a Igreja agonizante, haja vista as reverberações da pregação luterana. Tudo isso contribuiu para que a cultura do índio se desgastasse; em outras palavras, o índio foi vestido com trajes europeus. 

Lembremos: na redação do Enem você deverá desenvolver um texto dissertativo-argumentativo, e não um texto narrativo, nem descritivo, nem dissertativo-expositivo, nem dissertativo-reflexivo.

Confira no site da Redigir A+ modelos de dissertações-argumentativas. O tema da próxima edição do Enem pode estar ali!

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