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Podcast Redigir Fundamental – Conto de amor – Gêmeas na praça da matriz

Estudantes e educadores do Ensino Fundamental já contam com uma ferramenta incrível para a elaboração de redações – o Podcast Redigir Fundamental! Com um episódio a cada semana, temos a certeza de que vamos, juntos, transformar a maneira de escrever! É muita técnica e muita criatividade circulando por aqui! Fiquem ligados!

Há propostas de textos literários e utilitários dos mais diversos gêneros redacionais, como Editorial, Crônica, Artigo de Opinião, Fábula, com um passo a passo super eficiente! São propostas maravilhosas, que aguçam o interesse do aluno não só em conhecer e discutir temas atuais, como também em sentir-se – e quem sabe se tornar?! – um grande ficcionista!

Apresentados por Gislaine Buosi, escritora e professora de Redação e Literatura, os podcasts também trazem modelos de redação avalizados pela equipe pedagógica da Plataforma Redigir, que, sempre atenta, prepara os alunos do Ensino Fundamental para o enfretamento de temas e gêneros que serão cobrados tanto nos vestibulares, quanto na vida profissional.

É isso mesmo! O Podcast Redigir Fundamental chegou para dinamizar as aulas de redação. É a tecnologia, literalmente, do nosso lado! Estejam na vanguarda da Educação com a Plataforma Adaptativa Redigir.

 

Conto de amor – Gêmeas

Confiram o episódio!

Powered by RedCircle

Transcrição do episódio

Raquel e o moço passaram a trocar juras de amor, em cartas cheirando a talco. Porém, havia uma coisa que o moço não sabia: Raquel era péssima escritora! Ela não acertava a ortografia, nem a colocação de pronomes, nem a conjugação de verbos. E então eu, Rute – a boboca, escrevia as cartas que ele pensava que Raquel – a ousada, a bonitinha, escrevia.

 

Olá, pessoal! Que bom nos encontrarmos aqui mais uma vez! Seja muito bem-vindo ao Podcast Redigir Fundamental! Eu sou Gislaine Buosi, escritora e professora de Redação e Literatura. 

Hoje vamos fazer algumas considerações a respeito de contos de amor; ao final, há uma proposta de redação e um conto modelo… dos mais interessantes! Então fique comigo do começo ao fim do episódio!

Antes de falarmos, exatamente, sobre isso, deixo aqui uma informação: você sabia que contar e ouvir histórias são atividades das mais rudimentares? Antes mesmo da linguagem escrita, tal como temos hoje, as pessoas contavam histórias – já contavam, inclusive, histórias que chegam até nós. 

Contos, fábulas, crônicas, lendas – são exemplos de textos narrativos literários. E há também textos narrativos utilitários, por exemplo: notícias, reportagens, relatos históricos…

Para escrevermos um conto, é preciso, em primeiro lugar, termos ou inventarmos um enredo, quer dizer, uma história a ser contada – verdadeira ou ficcional… Vale tudo!

A partir do enredo, criamos os demais elementos: personagens, tempo e espaço. Olha só: as personagens, em determinado tempo de espaço, vão interagir, vão contracenar, quer dizer, viverão o enredo. E é preciso também criarmos um narrador, para nos contar a história.

Até o final do conto, o leitor deverá encontrar respostas para: o que aconteceu?, com quem aconteceu?, como?, quando?, onde?, por quê?, e então…

Professora…

Hummmm… Meu aluno imaginário chegou! Diz aí!

O que é, exatamente, um conto de amor – tem que ter um final feliz?

Não… Aliás, devemos ficar longe daqueles finais desgastados: “e viveram felizes para sempre” – isso não é nada original!

Então você me pergunta o que é um conto de amor… Bem… Vamos lá! Nos contos de aventura, há descobertas, missões impossíveis; nos contos de humor, há cenas engraçadas; nos contos de terror, há mistério, medo, ambientes escuros. Por sua vez, nos contos de amor há o envolvimento afetivo das personagens.

Ah… então é história de namorados, com beijo e abraço?

Não, necessariamente. Servir ovos mexidos com bacon no café da manhã para agradar o pai, a mãe ou o namorado – é sinal de afetividade; andar na praia, descalço, em pleno inverno, de touca e luvas, ao lado do melhor amigo também é sinal de afetividade; repartir um guarda-chuva, em meio à tempestade… também me parece sinal de afetividade. Perceba que afeto envolve muito mais do que beijo e abraço.

É preciso certa cautela quando se escreve um conto de amor, para que o enredo e, principalmente, o desfecho não sejam previsíveis demais. Escrever que, “durante uma festa, duas pessoas apaixonaram-se, tempos depois se casaram e que, como eu disse anteriormente, viveram felizes para sempre” – não, não! Isso é lugar comum. É preciso criar cenas leves, surpreendentes, sem histeria nem sofrimento desnecessários – afinal, estamos diante de um conto escolar que, por ser um texto breve, comporta um número reduzido de personagens, comporta apenas um  conflito. 

Gislaine, e quanto ao narrador? É verdade que o narrador pode ser um dos personagens?

Sim. Dizemos, então, narrador-personagem ou narrador-participante.

Tem também o narrador onisciente, que é aquele que está fora do enredo, e que tudo vê, tudo conhece, não é professora?

Exato – e isso não acontece com o narrador-personagem, porque ele tem uma visão mais limitada – ele conta o que viu, ou, talvez, o que soube, o que ouviu dizer… Mas é inegável: o narrador-personagem está sempre mais perto do leitor – ele nos conta um episódio vivido por ele próprio… a narrativa nos parece mais viva, mais palpável, mais real… é isso.

Então, vamos recapitular: para a redação de um conto, é preciso construir: enredo, personagens, tempo, espaço e narrador.

Para tornar a história mais colorida, o ideal é que, em meio à trama – trama é enredo – usemos passagens descritivas, para desenhar melhor tanto os personagens quanto os espaços.

Professora, o escritor desenha os personagens do jeito que ele quer, né?

Do jeito que ele quer que os leitores enxerguem esses personagens – magros, altos, implicantes, fofoqueiros, briguentos, cordiais…

E como organizar tudo isso, professora?

Assim: logo no primeiro parágrafo, escreva a situação inicial, com a apresentação dos personagens, do tempo e do espaço.

Tudo isso, no primeiro parágrafo?

É muito fácil. Ouça: Dezembro se aproxima. Pedro e Luíza decidem passar o Natal na fazenda dos avós.

Perceba – foram mencionados: tempo, personagens e espaço. Simples, não é mesmo?

É. Bem simples e… meio sem graça…

Então, para dar vida ao texto, vamos usar as técnicas descritivas. O escritor precisa, mentalmente, visualizar Pedro e Luíza – quem são eles?, como estão? É preciso também visualizar a fazenda – onde ela fica, como é? Ah… e como estão os preparativos para o Natal?

Ouça agora:

Dezembro se aproxima, férias à vista! Férias e chuvas! Pedro e Luíza, entusiasmados, decidem passar o Natal na fazenda dos avós. As malas não comportam tanta bagagem – há presentes para os avós, os tios… “Juiz de Fora nos espera, Luíza! Leve as galochas! A porteira da fazenda… eu que abro!” Pedro está, mesmo, muito entusiasmado! 

Viu como é simples e… gracioso?

E depois, professora?

Bem, nos parágrafos seguintes, os personagens, como já dissemos, vão agir, vão interagir. Por exemplo: Pedro deixou cair o celular da Luíza, que, irritada, não quis almoçar; a avó machucou o pé, o avô correu para socorrê-la e… e cabem aqui muitos etecéteras, até que cheguemos ao instante de maior suspense – “Meu Deus? A Luíza sumiu! E agora?” E, em seguida, construímos um desfecho surpreendente. 

Ah… legal, professora!

Legal? Legal mesmo é a nossa proposta de redação. Vamos conhecê-la?

 

A proposta de redação traz um apelo visual – uma obra de arte: As gêmeas, do artista plástico Alberto Guingnard. O primeiro parágrafo do conto de amor a ser produzido já está pronto, e então é preciso observar que: 

O narrador e o tempo verbal já estão postos, quer dizer, já estão definidos; 

Há três personagens que não podem ser esquecidas: Rute, Raquel e um moço; caso seja necessário, é possível criar outras personagens – não muitas.

Há um cenário construído – uma praça.

O texto inicia com um tom leve, por meio de um vocabulário acessível, sem que, contudo, a autora se utilize de gírias ou coloquialismos – é preciso continuar desse modo.

Mãos à obra!

 

Aposto que você quer conhecer meu conto de amor! Aqui está!

 

Bugiganga, cinema e cartas de amor

Por Gislaine Buosi

Quando minha irmã e eu saíamos para passear na praça da matriz, o banco de ferro, o pipoqueiro e as pombinhas nos esperavam. Naquela tarde, mais alguém nos esperava. Um rapaz alto, todo elegante, aproximou-se de nós, tirou do bolso do paletó um pacotinho azul, e disse:

— Para você!

Raquel, muito mais ousada do que eu, atirou-se na minha frente e recebeu o presente: nada de especial, uma bugiganga de quermesse – horrível!

Em poucos instantes, o rapaz colheu uma flor meio murcha do jardim, ofereceu a flor e o braço a Raquel, e ambos saíram em direção ao cinema, com o que fiquei muito chateada. 

Raquel, mais tarde, ainda zombou de mim:

— Boboca! Mais um namorado que você perdeu! Ninguém manda ser tão tímida!

Chorei; não muito, mas chorei. Depois fiz um propósito comigo mesma:

— Raquel nunca mais vai zombar de mim!

 

Raquel e o moço passaram a trocar juras de amor, em cartas cheirando a talco. 

Porém, havia uma coisa de que ele não sabia: Raquel era péssima escritora! Ela não acertava a ortografia, nem a colocação de pronomes, nem mesmo a conjugação de verbos. E então era eu, Rute – a boboca, quem escrevia as cartas que o rapaz pensava que ela mesma, Raquel – a ousada, a bonitinha, escrevia. Fiz isso uma, duas, três vezes, até que tive uma grande ideia: passei a escrever sem acertar a ortografia, nem a colocação de pronomes, nem a conjugação verbal!

Quando percebi que o rapaz começou a franzir a testa e a arregalar os olhos ao ler as cartas da Raquel, venci a timidez e escrevi uma carta de amor a ele – dessa vez, caprichei nos erres e nos esses, e então assinei, com letras bem arredondadas: Rute. Resultado? O rapaz ofereceu-me um pacote azul, uma flor das mais frescas do jardim, e nós, de braços dados, saímos em direção ao cinema.   

 

 

E então? Gostaram do meu conto de amor? Também quero conhecer o seu, ok? E que tal escrevê-lo agora (clique aqui)? Escrever é bom demais! 

Não tenha preguiça de escrever e reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o terceiro, muito, muito melhor do que o segundo…

Escreva, poste sua redação e, assim que ela chegar corrigida no seu aplicativo, frequente o percurso de aprendizagem da Plataforma Redigir – lá você encontra tópicos de gramática e listas de exercícios para aprimorar a linguagem escrita. 

Essa redação que você acabou de ouvir também está disponível no site. 

Antes de nos despedirmos, deixo aqui um convite: assine o nosso podcast no seu tocador de preferência.

 

Um abraço e até o próximo episódio!

 

Confira aqui o episódio anterior.

 

Rumo a redações excelentes no Ensino Fundamental!

A Plataforma Redigir é ideal para auxiliar os alunos do Ensino Fundamental a aprimorarem suas habilidades de escrita. Além de fornecer correções de redação, a plataforma oferece recursos exclusivos e adaptativos, incluindo videoaulas personalizadas, tópicos de gramática, listas de exercícios e podcasts. 

 

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