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FUNÇÕES DA LINGUAGEM: assunto da hora !

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

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Em um CONTEXTO, o EMISSOR elabora uma MENSAGEM, por meio de um CÓDIGO, veiculada por um CANAL, destinada a um RECEPTOR.

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In:https://blogdoenem.com.br/funcoes-linguagem-2-gramatica-enem/

Assim, temos os seguintes elementos da comunicação:

  • Emissor: quem emite a mensagem;
  • Receptor: quem recebe a mensagem;
  • Mensagem: conteúdo transmitido;
  • Código: conjunto de signos usado para elaborar a mensagem;
  • Contexto: referente
  • Canal: meio pelo qual a mensagem é veiculada.

A linguagem pode ser usada de diferentes formas pelo emissor de uma mensagem durante o processo de comunicação. Por vezes, uma mensagem nos adverte, outras vezes nos informa, outras, ainda, nos emociona. A linguagem tem, pois, diferentes funções.

Neste módulo, analisaremos as seguintes funções da linguagem:

  • Referencial
  • Emotiva
  • Conativa
  • Fática
  • Poética
  • Metalinguística

 

1)         Função Referencial, cujo elemento centralizador é o contexto:

A função referencial ou denotativa ou informativa ou cognitiva é a linguagem da informação. Presente nos textos jornalísticos, científicos, dissertações, teses, etc.

Exemplos:

  • Arthur Schopenhauer (1788 – 1860): filósofo alemão, famoso por sua teoria pessimista da existência.

  • A  aposentadoria por invalidez é um direito dos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento.

  • Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A região que durante séculos foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos de massapé, além da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.

2)         Função Emotiva, cujo elemento centralizador é o emissor:

Quando o emissor revela seus sentimentos, suas opiniões por meio da comunicação, temos a função emotiva ou expressiva dalinguagem. É a marca subjetiva do emissor. Função presente nas cartas de amor, nos memoriais, nos artigos críticos, nos diários etc. Predomina a primeira pessoa.

Exemplos:

  • Detesto Schopenhauer! Um alemãozinho metido a besta.

  • Não há culpados para a dor que sinto. É Ele, Deus, quem me dói, pedindo amor, como se fora eu Sua mãe, e O rejeitasse. (…) enquanto Ele não dorme, eu não descanso.

(Adélia Prado)

  • Sinto que viver é inevitável. Posso na primavera ficar horas sentada, apenas sendo. Ser às vezes sangra. Mas não há como não sangrar, pois é no sangue que sinto a primavera. Dói. A primavera me dá coisas. Dá do que viver. E sinto que um dia na primavera é que vou morrer.

(Clarice Lispector)

  • É pena que a gente é moça apenas uma vez, uma vez só. O tempo corre sem preguiça. A mocidade faz cócegas; tem gosto de leite gordo, espumando. Depois vêm os anos e o gosto muda: a boca toma um gosto azedo. A vista embaça, e já não enxerga o louva-a-deus na alface. Os cabelos embranquecem. As mãos tremem, enferrujadas por dentro e por fora. Os pés incham, parecem caminhar entre pedregulhos. A coragem amolece. O corpo dorme antes que a alma; dorme antes da ave-maria, para despertar no escuro dos outros, os olhos cheios de cisma…

(Gislaine Buosi)

 

3)         Função Conativa, cujo elemento centralizador é o receptor:

A função conativa, imperativa, exortativa ou apelativa da linguagem consiste em chamar a atenção do receptor da mensagem, através de uma ordem ou um pedido. Utilizada em propagandas. Costumeiramente, empregam-se o vocativo e os verbos no imperativo.

Exemplos:     

  • Por favor, retire-se da sala.
  • Compre Batom!
  • Viva o lado Coca-Cola da vida.
  • Compre um e leve três.

4)         Função Fática, cujo elemento centralizador é o canal:

Função que testa a eficiência de um canal ou mantém/prolonga o contato entre dois ou mais falantes.

Exemplos:

  • Alô! Alô! Um, dois, três! Hei! Testando! Hei!

  • Sei lá, entende? Ainda tô meio assim!

  • — Bom dia!

— Chove hoje?

5)         Função Poética, cujo elemento centralizador é a mensagem:

Preocupa-se com a organização da mensagem, por meio da seleção de palavras, dos efeitos sonoros e outras criações de figuras de estilo. É utilizada principalmente em textos literários.

Exemplos:

O açúcar

       O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

       Vejo-o puro e afável ao paladar
como beijo de moça, água na pele,

       flor que se dissolve na boca.

       Mas este açúcar não foi feito por mim.

       Este açúcar veio da mercearia da esquina

       e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio, e tampouco o fez o dono da usina.

       Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso no regaço do vale.

       Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos
plantaram e colheram a cana que viraria açúcar.

       Em usinas escuras,
homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

                                   (Ferreira Gullar)

Importante: Uma mesma mensagem pode contar mais de uma função. No poema acima, predomina a função poética, mas encontramos também as funções emotiva e referencial.

Notemos também que, antes, o açúcar foi alvo de um texto de caráter informativo, referencial, e aqui o açúcar ganhou ênfase poética.

 

Outro exemplo:

Colar de Carolina

         Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral.

                   (Cecília Meireles)

Importante: todo texto escrito em versos tem, além de outras, função poética. Entretanto, detecta-se a função poética também em textos em prosa – é o que chamamos de prosa poética, visto a preocupação do escritor em adornar a mensagem, notadamente com a produção de figuras de estilo. É o que constatamos a seguir, no fragmento colhido de Gislaine Buosi:

O tempo corre outro, sem relógios, sem marca-passos. Inácio Ramos envelhece, desimportante, enquanto a selva se renova, dia-a-dia, sábia e soberba, como se vigiasse toda a criação. A selva está há décadas, séculos. Perpétua. Gerações vêm e vão. A selva assiste ao nascimento e à morte delas. E dá flores e frutos e sementes e sombra. Ah! Quisera Inácio Ramos ser raiz fincada ao barranco, crescendo nos alicerces do planeta, suspiros longos e subtérreos. Mergulho no escuro calor da terra.

6)         Função Metalinguística, cujo elemento centralizador é o código:

Metalinguagem é a utilização do código para falar dele mesmo, ou seja, um escritor falando sobre o ato de escrever; uma fotografia de uma fotografia; um filme sobre a produção cinematográfica. O dicionário é o maior exemplo de metalinguagem.

Exemplos:

 

  • Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam. Batem o pano na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.

(Graciliano Ramos)

  • Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho. Dirigi-me a alguns amigos e quase todos consentiram em contribuir. Padre Silvestre ficaria com as citações latinas; João Nogueira aceitou a gramática; prometi ao Arquimedes a composição tipográfica.

(Graciliano Ramos)

  • É preciso passar-me a limpo. O que fazer com o rascunho? (…) Acho que gosto mais daquilo que não consigo escrever – sinto que o melhor de mim fica comigo, mas, assim mesmo, acaricio meus papéis, toda narciso. O que não posso escrever finjo que escrevo com tinta branca sob o branco do papel.

(Gislaine Buosi)

  • Sempre – se penso – a ponta dos meus dedos coça. É como se uma infinita fila de formigas perfilasse entre meus dedos, com seu passo adocicado. Assim, eu tomo do lápis, enlaço-o com saudade das árvores, e as palavras surgem finas pela ponta da grafite. E vêm de muito longe as palavras. Dormem desde antigamente em mim. Elas surgem da memória. Lugar em que a verdade e a mentira travam uma longa conversa, misturando o vivido com o sonhado.

                                                           (Bartholomeu Campos de Queirós)

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