Dissertação – Insegurança alimentar

Não só no Brasil como também no mundo, a crise política e econômica, agravada pelas mazelas consequentes da pandemia de Covid-19, tem levado significativa parcela da população à situação de insegurança alimentar. Pesquisas recentes, firmadas por institutos de relevada importância e confiabilidade, têm chegado à conclusão de que mais da metade dos brasileiros estão em situação de insegurança alimentar. Por se tratar de um tema potencial às redações dos vestibulares que se aproximam, a professora Gislaine Buosi escreveu uma dissertação, nos moldes do Enem, sobre o tema: “Caminhos para combater a insegurança alimentar no Brasil”.

INTRODUÇÃO – PROJETO DISSERTATIVO

Fala-se em “insegurança alimentar” quando não há acesso regular, suficiente e definitivo de alimentos. No Brasil, ainda que o texto constitucional garanta a alimentação a todos, estima-se que mais da metade da população esteja suscetível a tal insegurança. Sem dúvida, políticas governamentais ineficientes têm levado famílias a esse descompasso, efeito que se relaciona a questões como reajustes salarias incompatíveis com a alta inflacionária, déficit na Saúde e desemprego. Desse modo, é tempo de atores dos mais diversos segmentos civis e políticos debruçarem-se sobre a causa alimentar, sob pena de o Brasil mergulhar no retrocesso socioeconômico.

DESENVOLVIMENTO 1

Nesse sentido, a segurança alimentar depende não de iniciativas particulares, e sim governamentais. Afinal, políticas públicas em favor da garantia de direitos sociais, como é o caso dos alimentos previstos no artigo 6º da Constituição Federal, estão a cargo dos Poderes da Repúblicas, em especial o Legislativo e o Executivo. Embora não sejam expressões sinônimas, se não socorrida a tempo, a insegurança alimentar pode levar à fome. Com efeito, um alerta importante a essa situação dá-se quando a família, para manter a mesa posta, deixa para trás outros itens essenciais, como plano de saúde ou mesmo bens e serviços relacionados à educação e ao lazer.

DESENVOLVIMENTO 2

Assim, fica claro que a insegurança alimentar só será superada quando houver respostas estatais definitivas em relação ao desemprego, à assistência de saúde ideal, à infraestrutura básica e aos reajustes salarias capazes de acompanhar a inflação. Para ilustrar a gravidade e a abrangência desse quadro social, é preciso levar em conta que, conforme pesquisadores da Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), atualmente 58,7% da população estão em situação de insegurança alimentar, somadas a outras 33 milhões de pessoas que, literalmente, passam fome. Os mesmos estudos concluem que isso representa um retrocesso de 30 anos, em se tratando de ações sociais, políticas e econômicas.

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL

Portanto, para resolver essa questão, os legisladores devem finalizar os projetos para a Reforma Tributária, por meio de sessões plenárias destinadas a essa pauta, a fim de que haja redução dos encargos trabalhistas, condição para alavancarem-se as contratações em todos os setores da economia. Assim, mais emprego e renda serão gerados, com a consequente garantia da segurança alimentar a toda população. Além disso, tendo em vista que o Brasil detém significativo parque agricultável ainda ocioso, a pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deve apoiar a agricultura familiar, por meio de medidas especiais para o plantio, a colheita, a compra e a venda de itens hortifruti, bem como para a distribuição do alimento excedente. Tomadas essas medidas, o país proporcionará comida no prato de todos os brasileiros.

Por Gislaine Buosi

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