Descrição – Autorretrato – Podcast Redigir Fundamental

Alunos, professores e gestores do Ensino Fundamental, bem-vindos a mais uma temporada de episódios do Podcast Redigir Fundamental, uma ferramenta infalível para aprimorar as redações! Preparem-se para uma verdadeira revolução – a professora Gislaine Buosi, semanalmente, grava episódios que, além de muito criativos, atendem perfeitamente a demandas cada vez mais exigentes. Por aqui, há técnica e sensibilidade a toda prova!

Conheçam propostas dos mais variados gêneros redacionais, como Resenhas, Editoriais, Crônicas, Artigos de Opinião e Fábulas, cuja coletânea de apoio é não só bem selecionada, como também atualizada. São atividades que despertam a curiosidade dos estudantes, incentivando-os a explorar temas contemporâneos e talvez até – quem sabe? – se descobrirem escritores de ficção! 

Sem dúvida, o Podcast Redigir Fundamental é o grande aliado das aulas de redação! Juntem-se a nós, na linha de frente da Educação com a Plataforma Adaptativa Redigir.

Descrição – Autorretrato

Confiram o episódio!

Transcrição do episódio

Já me acostumei com meus joelhos ralados, que são o resultado dos meus treinos de skate. Da última que caí, fiquei mancando durante uma semana. Daí usei a bengala do vovô. 

Olá, pessoal! Que bom nos encontrarmos aqui mais uma vez! Seja muito bem-vindo ao podcast da Plataforma Redigir! Eu sou Gislaine Buosi, escritora e professora de Redação e Literatura. 

No episódio de hoje, vamos escrever um AUTORRETRATO. 

Artistas plásticos (pintores, escultores, grafiteiros etc.), cada qual a seu modo, fazem retratos de si próprios, ou seja, fazem autorretratos. 

Na Literatura, o poeta e o escritor, valendo-se das técnicas descritivas, escrevem seus respectivos retratos, em versos ou em prosa. Para isso, é essencial “investigar”, além dos aspectos físicos, os psicológicos – é como se o autorretratista visse coisas e situações que nem mesmo o espelho conhece. 

As descrições, que são desenhos feitos com palavras, ficam mais precisas quando são utilizados os cinco sentidos para, de fato, explorar aquilo que se pretende pormenorizar – cheiros, ruídos, sabores, texturas, cores, sentimentos… tudo isso deve ser provocado para “desenhar” melhor o perfil físico e emocional do autorretratista.  

É também necessário ir além dos aspectos descritivos previsíveis: bonito, feio, alto, baixo, alegre, triste… são características muito comuns. O leitor vai “enxergar” exatamente aquilo que o escritor quiser/permitir que ele – leitor – enxergue, de modo superficial ou intenso, a depender da sensibilidade e das técnicas descritivas empregadas pelo escritor, ou seja, nesse caso, pelo autorretratista. 

O texto é escrito, preferencialmente, na 1ª pessoa do discurso.

Vamos conhecer a proposta de redação?

O comando é este: Redija um autorretrato. Invista em aspectos físicos e psicológicos. Cuide para que o texto não se prenda apenas a aspectos descritivos previsíveis. 

Vocês querem conhecer o autorretrato que compus? Aqui está!

Jota-agá, o garoto “travesseiro”!

Meu nome é João Henrique, mas ninguém me chama assim – alguns dizem Rick, outros Jota-agá e outros Jotinha. Meus cabelos são lisos e vivem despenteados. Deve ser porque não sei ficar parado. Até nos meus sonhos tem caminhões a 200km/h. Tenho nove anos, odeio jiló e beterraba. Bolo de cenoura eu gosto, e acho que em aniversários e casamentos deveriam servir bolo de cenoura. Fraturei a perna direita duas vezes. Aqui estão as cicatrizes que não me deixam esquecer das quedas. Já me acostumei com meus joelhos ralados, que são o resultado dos meus treinos de skate. Da última que caí, fiquei mancando durante uma semana. Daí usei a bengala do vovô. 

Eu dou muita risada com o Chico, meu amigo de quatro patas, que dorme nos meus pés. O Chico é um gato caramelo. Dizem que ele se parece comigo, porque sou loiro. Tanto os meus olhos quanto os dele são verdes. O Chico e eu somos colecionadores – colecionamos lagartixas, já temos duas: a Dinorá, que fica no alto, na parede da garagem, e a Vera Lúcia, que fica na parede da sala. Talvez elas não sejam parentes, nem amigas, porque nunca estão juntas. 

Aos sábados, faço aulas de futsal – um dia quero ser jogador profissional, para jogar no Real Madri, como o Vini Jr., meu ídolo. Tem uma coisa que me deixa muito triste: o tanto que o Vini é discriminado pelos torcedores dos times adversários. Aprendi a palavra “discriminado” na aula de Português. Achei a palavra feia – tão feia quanto o significado dela.

De vez em quando, eu mudo de ideia, e penso em ser paleontólogo, porque eu adoro dinossauros, e queria escavar um sítio arqueológico no Parque Serra da Capivara, no Piauí. E, falando em ideia, meus amigos dizem que eu tenho ideias geniais – foi minha a ideia de fazer uma expedição na casa abandonada, lá no final da Rua Comendador. Meus amigos não sabem que, apesar das ideias geniais, eu sou medroso. Precisei de muita coragem pra ir na expedição. Não sei se eles perceberam, mas eu estava tremendo as pernas quando pulamos o muro. Faltou pouco pra eu desistir. 

Além das ideias, acho que meus desenhos são geniais. Sou desenhista de arte abstrata. Meu avô diz que sou um artista surrealista. Meu avô é meu amigo, mas o Chico é mais. Um dia meu avô me disse, não sei se de propósito: “Jota-agá, você é um menino travesseiro!”, e em seguida ele corrigiu: “quer dizer, travesso!” Todo mundo caiu na gargalhada. 

Ia me esquecendo de dizer que já calço 38, e estou quase da altura do meu avô – pelo jeito, vou ser mais alto do que ele, que tem 67 anos.

Por Gislaine Buosi

E então? Gostou do meu texto? 

Gislaine, você tem certeza que isso é um autorretrato? 

Opa! Pensei que você não viesse hoje, meu aluno imaginário! Sim. Por acaso, você não conseguiu enxergar o Jota-agá? Ele fez seu próprio retrato: falou nome, idade, apelidos, disse que tem cabelos loiros, despenteados, que ele e o gato são parecidos, é esportista, quer ser jogador de futebol, mas, por vezes, pensa em ser paleontólogo, é medroso, calça 38, já está quase da altura do avô, coleciona lagartixa…

Que não gosta de jiló nem de beterraba, que gosta de bolo de cenoura… Então é isso que é ir além do desenho previsível…

Ir além dos aspectos descritivos previsíveis. Isso mesmo!

Que legal, Gislaine! E… só mais uma coisinha: foi você mesmo que escreveu o texto?

Claro! Registrei o fluxo de consciência de um menino de 9 anos, quer dizer, escrevi fazendo de conta que eu era ele. Um dia a gente conversa mais sobre isso, tá? 

Quero conhecer o autorretrato que você vai escrever! E que tal escrevê-lo agora? Vamos lá! Desenvolva essa proposta de redação (clique aqui) – escrever é bom demais! 

Não tenha preguiça de escrever e reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o terceiro, muito, muito melhor do que o segundo. 

Tudo ok? Então poste a redação e, assim que ela chegar corrigida no seu aplicativo, frequente o percurso de aprendizagem da Plataforma Redigir. Lá você encontrará tópicos de gramática e listas de exercícios, sobre os pontos a serem aprimorados no texto. 

Também convido você a assinar o podcast da Plataforma Redigir no seu tocador de preferência. Essa redação que você acabou de ouvir está disponível no site. 

Espero você no próximo episódio!

Confira aqui o episódio anterior.

Rumo a redações excelentes no Ensino Fundamental!

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