X
Redigir
PARA ESCOLA PARA ALUNO TEMAS DE REDAÇÃO BLOG
ACESSAR
PARA ESCOLA PARA ALUNO TEMAS DE REDAÇÃO BLOG ACESSAR

Como fazer uma resenha?

RESENHA

O que é?

A resenha é uma abordagem crítica acerca de um objeto cultural: um livro, uma apresentação de balé, um exposição de arte, uma partida de futebol etc.

Abordar criticamente é opinar, é apresentar problemas e qualidades que o resenhista julgar importante destacar. Portanto, a resenha não precisa, necessariamente, apenas apontar falhas, mas também tecer elogios, pontos fortes da obra analisada. É muito comum jornais de grande circulação veicularem lançamento de livros, e, para tanto, o trabalho do resenhista é sempre oportuno.

Como fazer?

A boa resenha, além de fornecer uma síntese do assunto, apresenta o maior número de informações sobre o trabalho – fatores que, ao lado de uma abordagem crítica e de algumas relações intertextuais, darão ao leitor os requisitos mínimos para que ele se oriente – esse é o objetivo da resenha: orientar o público consumidor daquele objeto cultural.

A resenha é assinada e, geralmente, contém título; sugerimos que ela seja subdividida em quatro partes. Imaginemos a resenha de um livro:

  • Breve apresentação da obra e do autor;
  • Considerações acerca do enredoe da estrutura da obra – é preciso cuidado: o resenhista não pode ser um spoiler, quer dizer, não pode tirar do leitor a surpresa, principalmente, pelo desfecho do enredo; as resenhas não são resumos de obra;
  • Avaliação crítica da obra – a contextualização, a originalidade do trabalho, a aproximação do estilo do autor com o estilo de autores consagrados, outras impressões do resenhista;
  • Aconselhamento (ou não) do resenhista acerca daquela leitura – a que tipo de público-leitor é recomendada a leitura? Por quê?

Exemplo

A experiência como desenhista e dramaturgo muito contribuiu para a vivacidade com que Aluísio Azevedo narra O cortiço, ponto alto de sua obra e da própria ficção naturalista no Brasil. O romance, publicado em 1890, retrata como nenhum outro o processo que a ciência econômica chamou de “acumulação primitiva”.

É fácil resumir seu enredo: João Romão, um imigrante português, herda uma tasca nos arredores de Botafogo e, trabalhando como besta de carga, em poucos anos se transforma em respeitado capitalista. Desde o início, conta com a ajuda de Bertoleza, escrava de cujas economias se apossa sob o pretexto de comprar-lhe uma carta de alforria. Com a obstinação da avareza e uma desonestidade metódica, constrói casinhas que aluga a trabalhadores pobres, principalmente lavadeiras de roupa e operários de uma pedreira. À medida que se multiplicam seus moradores, a própria habitação coletiva ocupa o centro da narrativa, que novamente se volta para a história de Romão e Bertoleza ao preparar-se o desfecho.

O cortejo em que desfilam as dezenas de ocupantes da estalagem transforma o romance numa bem orquestrada trama de enredos secundários, entre os quais se destacam os referentes a Pombinha e ao triângulo amoroso composto por Jerônimo, Piedade e Rita Baiana. A agilidade da narrativa mantém, graças a expedientes muito bem aprendidos pelo autor na ficção romântica, um interesse constante do leitor pelo desenrolar de todos esses enredos. A variedade é a própria unidade do romance.

Inicialmente o narrador concede generoso espaço à caracterização do espaço e das personagens, e a “labutação” coletiva é descrita em sua profusão de sons e visualidade. A constante equiparação entre pessoas e animais transpõe a técnica do escritor francês Émile Zola, que no seu “romance experimental” carreava para a ficção um cientificismo por demais subserviente ao modelo médico buscado em Claude Bernard.

Mas Aluísio foi além da imitação desse inevitável modelo, tendo compreendido, como bem notou Antônio Arnoni Prado, o “espírito da revolução” concebida por Zola, adaptado criativamente à análise do fenômeno local. O capitalismo impiedoso ao qual acabamos chegando está bem prefigurado no conjunto de dramas que estrutura o romance, e sua maior expressão – mesmo considerada por alguns solução fácil e romanesca em excesso – é o suicídio de Bertoleza, contraposto à hipocrisia de uma sociedade que condecora de abolicionismo a vileza do avarento candidato a visconde. Pois, tudo estando à venda, por que não a nobreza?

Eloésio Paulo

Ops! Você ainda confunde “resumo” com “resenha”?

Fique por aqui e consulte: Como fazer um resumo?  

Acesse: http://www.plataformaredigir.com.br/blog/como-fazer-um-resumo/

POPULARES

Newsletter

Quer saber mais? Assine nossa newsletter, conheça estratégias para
melhoria da gestão escolar, descubra as melhores práticas
pedagógicas e alcance resultados mais satisfatórios com nossos
conteúdos exclusivos sobre Educação!

Dúvidas Frequentes Material didático
Seja Corretor Enem Seja Corretor Fundamental

Institucional

Política de Privacidade Termos de Uso LGPD
Facebook Linkedin Youtube E-Mail

REDIGIR A MAIS LTDA. Copyright © 2021. All rights reserved.