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Como fazer uma crônica?

Crônica, do grego “chronos”, que significa “tempo”

 

O que é crônica?

As crônicas, originalmente, prestaram-se a documentar situações. O escriba existe desde as mais antigas civilizações – a ele cabiam os registros de compra, venda, nascimento, casamento, morte, como fazem hoje os tabeliões.

Atualmente, na Literatura e no Jornalismo, crônica é um texto ficcional, resultado das impressões pessoais acerca de um fato atual, ora recolhido do contexto social, ora da rotina particular do cronista. São comuns tons de ironia e bom humor. É comum assemelhar a crônica a um flash do cotidiano. A crônica é veiculada na imprensa, nas páginas de revistas ou jornais.

 

Crônica metalinguística, crônica argumentativa, crônica descritivo-narrativa, crônica reflexiva…

 

Como fazer?

Comumente, o gênero “crônica” vem acompanhado de outro nome que a qualifica; é esse segundo nome que, de fato, identifica o gênero a ser desenvolvido pelo cronista. Por ser um texto escolar, deve adotar vocabulário acessível. À falta de um limite, escrevamos, aproximadamente, trinta linhas. A crônica contém título. Embora as crônicas escolares normalmente não sejam assinadas, as crônicas publicadas em jornais trazem o nome do cronista logo abaixo do título, como no exemplo a seguir.

Exemplo de crônica metalinguística:

 

Trinta linhas brilhantes e empoeiradas

Por Gislaine Buosi

 

Saí da redação do jornal a mil. Descobriram que usei ontem a mesma crônica de há dois meses. Poxa! Duvido muito que o leitor mais atento se lembrará de que em agosto falei da propaganda de leite em pó, mamãe feliz, nenê gordinho, babá de uniforme branco e etc. Mas o editor se lembrou. Claro! Ele tem um nenê gordinho que, aposto, toma leite em pó e fica o dia todo com a babá, enquanto a mulher dele fica aqui na redação dando palpite. Bem feito pra mim, que não tinha nada de ir à redação. Os textos são transmitidos on-line, o pagamento é feito on-line, as reuniões e quebra-paus on-line. Por que cargas d’água eu tinha de passar pela redação hoje?

Pior que amanhã, pra compensar, devo apresentar uma crônica brilhante, pôr Pratinha e Cony no bolso. Haja inspiração! E, por falar nela, por onde você anda, santinha? Cadê você?

A festa no quintal da vizinha promete varar a noite. É já que atiram uns palavrões pro lado de cá. É verdade que adio há tempos o projeto de levantar o muro, mas. Uma crônica brilhante. Inspiração, estou esperando você, querida! (Hum! Esse “querida” me lembrou alguém…)

Editor é o cara mais sortudo da paróquia. Editor e jornalista. Eles topam com a coisa pronta, fresca, e então é pregá-la na folha de papel sem fazer força.  Votos nulos e abstenções impulsionam reforma política. Pronto. Editorial cem por cento bem desenhado. Hackers revelam que Hypolito usou substância dopante com autorização médica. Primeira página gorda. E ao cronista o que sobra? “Um flash do cotidiano, quase sempre tocado a bom humor”, como dizem os professores do Ensino Médio. E quando esse esperado clarão não aparece? E quando a cirurgia da Tammy Miranda, a separação do Bonner, a queda do avião da Chape, a Reforma da Previdência, a prisão domiciliar da Adriana Ancelmo, o depoimento do Lula, a Baleia Azul e as manifestações na Paulista já foram cronicadas? Como espremer o pensamento – sofisticado nas primeiras horas do dia, é verdade, mas diluído até, o mais tardar, a hora do almoço – e compor trinta linhas criativas para agradar o diretor do jornal?

Trinta linhas? É bem provável que o diretor goste dessas. Torça por mim, leitor! Tenho mulher e filhos, a sogra cismou de arranchar-se aqui em casa faz uns quinze dias, ela toma uns remedinhos controlados, 120 pilas a caixa com 10, faz cabelo e unhas no final da semana, usa Sustagem de baunilha e sapato Usaflex. (Parte disso é mentira, mas eu precisava atingir as trinta linhas.)

Na vizinha, as coisas ainda estão calmas, nenhum palavrão pro lado de cá. Ouvi um arrastar de mesas e cadeiras, acho que foram recolhidas pra dentro da varanda, passou um vento por aqui, levantou poeira.

 

A tempo: a marca do Pratinha e do Cony, eu ultrapasso num outro dia.

 

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