Ocorreu,
domingo, dia 8 de outubro de 2017, em frente ao Museu de Arte de São Paulo
(...), a 3.ª Marcha pela Ciência, movimento que, a partir do presente ano, vem
reunindo cientistas e pesquisadores do estado de São Paulo para reivindicar
mais visibilidade e credibilidade para a ciência.
Esses
eventos têm por objetivo protestar contra a atual situação de desmonte da
estrutura pública de Ciência e Tecnologia, que envolve universidades e
institutos de pesquisa, como se pode verificar pelos cortes orçamentários na
área de Ciência e Tecnologia previstos pelo Governo Federal, para 2018, e pelos
já realizados pelo Governo do Estado de São Paulo, em 2017.
Políticas
públicas que incentivam a pesquisa e a inovação industrial são essenciais para
o desenvolvimento econômico. A maioria dos países desenvolvidos e aqueles que
buscam escapar do subdesenvolvimento entenderam essa regra e investem na
formulação de políticas voltadas a incentivar e acelerar as áreas de pesquisa,
desenvolvimento e inovação industrial (PD&I). Na contramão, o Brasil está
consolidando um dos maiores atrasos científicos de sua história. Os governos
(especialmente o federal) vêm reduzindo os recursos para PD&I. Isso pode
ser visto no orçamento para Ciência e Tecnologia: em 2010, quando havia até um
ministério com esse nome, o valor foi de R$ 10 bilhões (a preços de 2017). Em
2017, após o setor ser agregado ao Ministério das Comunicações, o valor passou
para R$ 4,8 bilhões, com os cortes executados pela Fazenda. Mas o que é ruim
vai piorar: para 2018, o orçamento previsto para Ciência e Tecnologia é R$ 1,4
bilhão.
Como
resultado da redução de investimentos, o país perde capacidade de produção e amplia
a exportação de um produto estratégico, de altíssimo valor agregado, que
multiplica bilhões de vezes seu valor e que deveria ser mantido em território
nacional a todo custo. Somos hoje um importante exportador de cérebros.
A pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil em
meio a um cenário de cortes de bolsas de pesquisa, defasagem tecnológica dos
laboratórios e desmoralização das universidades. O gargalo de testes em São Paulo
é resultado da falta de reagentes químicos e de profissionais capacitados para
realizar os exames. A pandemia de covid-19 — a doença respiratória causada pelo
novo coronavírus, o Sars-Cov-2 — levou a uma corrida internacional por insumos
e equipamentos médicos, em que países com maior poderio econômico têm vantagem
competitiva. Nos últimos dias, os EUA intensificaram uma postura agressiva de
aquisições, o que motivou críticas por lideranças de diferentes países, como
Alemanha, Canadá e França.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “A NECESSIDADE DE VALORIZAR-SE A CIÊNCIA NO BRASIL DO SÉCULO 21”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os Direitos Humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.