A internet é uma fantástica invenção humana – enumerar
seus benefícios exigiria páginas e páginas de um alentado volume. Basta, por
enquanto, lembrar a velocidade que imprimiu à comunicação, permitindo a todos
uma maior democracia do poder. Há, porém, além disso tudo, um outro lado, bastante
perverso, que tem colaborado para a construção de uma espécie do império do
mal. É que as redes sociais, em todas as suas formas, têm sido usadas para a disseminação
do ódio, estimulando a crueldade e a intolerância.
Protegidos pelo anonimato, um número cada vez
maior de indivíduos (para alguns, autênticos “bandidos cibernéticos”),
ultrapassando o mero cyberbulling, fazem recair sobre as pessoas, para usar uma
expressão da cantora Julia Bosco, “ódio quente em estado bruto”. Entre tais
cultores deste ódio colocam-se, sobretudo, os haters e os trolls. Os primeiros cultivam
o ódio pelo ódio: seu “barato” é a agressão mais gratuita possível, com ou sem fundamento;
os últimos, por seu turno, são mestres na manipulação (trollagem), que consiste
na desestabilização de indivíduos pelo confronto induzido, de maneira a
estimular uma guerra entre eles.
As psicanalistas Beatriz Breves e Virgínia Sampaio
(vide a revista Psique, Editora Escala, edição 123), autoras do ensaio “O Mal
na Internet”, afirmam que “a crueldade está diretamente associada ao fato de as
pessoas se sentirem fortes e poderosas por conseguirem burlar, mesmo que de
forma inconsciente, as regras civilizatórias”. As autoras, a quem devemos as informações
contidas neste texto, citam a Deep Web, que, como se sabe, é “a camada mais profunda
da Web. São suas palavras: “Na Deep Web é possível acessar o submundo da humanidade,
pois a liberdade para burlar as normas se faz presente, desde drogas,
pedofilia, contratar assassinatos etc.” Para elas, “em se tratando da Deep Web,
a justiça, as forças policiais, enfim, os representantes da lei nem mesmo têm
acesso.”
COMANDO: De posse das informações acima, somadas ao
seu conhecimento do assunto, elabore um texto dissertativo-argumentativo em que
sejam abordadas causas e consequências deste assédio virtual. Procure oferecer
uma resposta para esta disseminação do ódio, a partir de uma tese original ou,
no mínimo, interessante.
RECOMENDAÇÕES:
. Divida o texto em introdução (proposta da tese), argumentação
(desenvolvimento da tese) e conclusão (retomada da tese).
. Empregue a terceira pessoa ou a primeira do plural.
. Escreva entre 25 e 30 linhas, com uso de parágrafos simétricos.
. Adote a estrutura do parágrafo-padrão.
. Dê à redação um título (centralizado) breve e sugestivo.
. Deixe uma linha entre o título o corpo da redação.
ADVERTÊNCIA:
Caso não haja uma tese no primeiro parágrafo, a redação receberá nota
zero.