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EFAF - PARÓDIA - BENTINHO E CAPITU

PARÓDIA - EF ANOS FINAIS

BENTINHO E CAPITU BEIJAM-SE

PARÓDIA

ID: EJ3


Você já sabe, mas não custa lembrar!

INTERTEXTUALIDADE é o diálogo entre textos, quer seja de maneira explícita ou implícita. Em tese, ocorre a intertextualidade sempre que uma obra fizer referência à outra. Para reconhecer a intertextualidade, é preciso, primeiramente, conhecer o texto/o contexto a partir do qual ela é construída.

PARÓDIA é uma forma de intertextualidade. É possível parodiar texto verbal e não verbal (fotografia, artes plásticas, teatro, poema, música etc.), muitas vezes, com a finalidade de criticá-lo, provocá-lo ou ironizá-lo. Nesse sentido, a paródia costuma ser engraçadíssima! Mas é preciso ter cuidado! Tanto a criticidade quanto o humor não podem ser grosseiros, nem discriminatórios.

Desse modo, estão liberados os protestos, a crítica e a brincadeira! Em se tratando de textos narrativos, ironize o comportamento de personagens, coloque apelidos, manias (as personagens da paródia são, geralmente, caricaturais), altere o ambiente, o modo e o tempo em que acontecem as ações... Pense em clímax intrigante! Deixe o leitor curiosíssimo para, depois, quem sabe?, decepcioná-lo – afinal, você está diante de um texto parodístico! Vale (quase) tudo!


COMANDO: Imagine que você tenha sido convidado pelo editor de uma revista de grande circulação nacional para escrever uma PARÓDIA, a partir do fragmento (adaptado) do romance "Dom Casmurro", de Machado de Assis.

Escreva de 25 a 30 linhas.


https://almanaquenilomoraes.blogspot.com/2014/10/quem-e-capitu.html


    Capitu e Bentinho beijavam-se o beijo ainda proibido, quer pelas circunstâncias, quer pela timidez da minha adolescência de Bentinho, até que ouviram passos no corredor – era D. Fortunata, a mãe dela.

    Quando D. Fortunata chegou, Capitu, depressa, mas tão depressa, soube dissimular a situação. Ela entornava a cabeça, e ria, sem que o rosto denunciasse o beijo. Soube, com a vivacidade que lhe era peculiar, disfarçar, e dizia que Bentinho lhe penteava os cabelos. Capitu usou estas palavras:

    — Mamãe, olhe como este senhor cabeleireiro me penteou! Veja, veja que tranças!

    — Que tem as tranças, Capitu?, acudiu a mãe, transbordando de bondade. — Está muito boa a trança! Ninguém dirá que é de pessoa que não sabe pentear.

    — O quê, mamãe? Isto?, retrucou Capitu, desfazendo o cabelo penteado. — Ora, mamãe!

    E a moça pegou o pente, alisou os cabelos e renovou a trança. D. Fortunata chamou-lhe tonta, e disse a Bentinho que não ficasse triste, que isso era maluquice da filha. 

    Depois D. Fortunata desconfiou. Vendo Bentinho calado, tímido, encostado na parede, achou talvez que tinha havido entre eles alguma coisa além do penteado, e a mãe acabou sorrindo, dissimulada como a filha.

    Como Bentinho também quisesse falar, quase tentou algumas palavras, mas elas não lhe saíram da garganta. O beijo fechou a boca de Bentinho.

    Naquele instante, D. Glória, mãe de Bentinho, mandou chamá-lo para a aula de latim.

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