Uma pesquisa realizada em 2018 pela Nova
Escola mostrou que mais da metade dos professores já precisaram se afastar do
trabalho por questões de saúde. Quase 70% dos profissionais faltaram ao menos
um dia do ano letivo de 2018 porque adoeceram. Os motivos? Ambiente de trabalho
com condições precárias, falta de apoio dentro da escola, dificuldade de
relacionamento com colegas e violência verbal praticada pelos alunos são alguns
deles. A escola é o espaço dedicado à aprendizagem, mas o processo não acontece
sem desafios diários – tanto para os professores quanto para os alunos – e se
relacionar é um dos mais árduos. Não é incomum ouvir relatos de violência
verbal e física no ambiente escolar provocadas, dentre vários motivos, por
falta (ou falhas) de comunicação. São situações que causam dor e sofrimento aos
envolvidos, levando, em alguns casos, ao afastamento de professores, por
exemplo. Nesse contexto, a busca por uma cultura de paz na escola se faz
necessária. Um dos caminhos para isso é a Comunicação Não-Violenta (CNV).
Engana-se quem pensa que são apenas as agressões físicas que deixam
marcas na vida de uma criança ou jovem. Especialistas afirmam que a maneira
como os alunos são tratados na escola refletem no adulto que elas se tornarão. Sendo
assim, a busca para possibilitar diálogos mais positivos dentro das salas de
aula torna-se cada vez mais necessária. E, um dos caminhos, é a prática da
Comunicação Não Violenta (CNV). Criada pelo americano Marshall Rosenberg,
trata-se de uma maneira clara e empática para dialogar, sem culpar, julgar,
ameaçar ou ridicularizar a outra pessoa. “A Comunicação Não Violenta é uma nova
forma de se comunicar consigo mesmo e com o outro. Alguns a definem como um
método, mas eu acredito que é algo muito mais profundo. Nela, nós nos
conectamos com a nossa humanidade, nossos sentimentos e necessidades, para
depois nos conectarmos com o outro, fazendo florescer a nossa compaixão
natural”, explica a escritora e consultora em educação não violenta Elisama
Santos. Com o objetivo de melhorar os relacionamentos, a CNV mantém o foco na
resolução dos conflitos. (...) Quando corpo docente e funcionários iniciam a
prática da Comunicação Não Violenta, respostas automáticas são repensadas. A
partir dessa reflexão, as crianças e adolescentes passam a ter a possibilidade
de se tornarem adultos mais conscientes sobre as formas de se relacionar, além
de terem mais autoconfiança.
O poder da linguagem e das palavras e os seus impactos nas emoções
humanas ajudaram Mashall a estabelecer os 4 princípios da comunicação não
violenta – trata-se de um breve manual para ajudar as pessoas no processo de
tomar consciência de si em meio a conflitos.
1. Observação: o que o outro está falando que me afeta,
prejudica ou enriquece a minha vida? A ideia é desarticular a nossa observação
de uma avaliação com juízo de valor de bem ou mal e simplesmente perceber o que
nos agrada ou não.
2. Sentimento: a partir da observação, devemos entender
como os nossos sentimentos estão reagindo. Estamos nos sentindo alegres,
magoados, injustiçados, furiosos diante do que nos foi dito?
3. Necessidade: o próximo passo é identificar uma
necessidade nossa que nos leva a reagir com tal sentimento. Por exemplo, uma
criança pode dizer “estou triste (sentimento) porque você me proibiu de brincar
(necessidade)” ou “estou furiosa (sentimento) porque devo arrumar o meu quarto
(ação que, em princípio, vai contra a sua necessidade no momento da
interação)”.
4. Pedido: o passo seguinte é expressar esses três
componentes e terminar com um pedido honesto que tenha o objetivo de apaziguar
a situação de conflito. No último exemplo, a criança que disse “estou furiosa
porque devo arrumar o meu quarto” pode terminar a sua fala pedindo: “você pode
me ajudar na arrumação?”
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “ESTRATÉGIAS PARA A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NO AMBIENTE ESCOLAR”. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.