Alguns circos ainda usam animais para os espetáculos. Animais selvagens, como leões, tigres, elefantes e macacos, são domesticados (...). O público aplaude, mas não sabe o quanto aqueles animais foram castigados para aprenderem a fazer coisas que são completamente contra a natureza deles. Para serem amestrados, esses animais sofrem torturas, ficam presos, são surrados, pois aprendem basicamente por conta da dor e do medo. O tratamento dos animais no circo, com as constantes viagens, treinamentos, apresentações e a falta de cuidados adequados sujeitam os animais a viverem em permanente estado de estresse psicológico e emocional.
Muitas pessoas ainda acreditam que o circo seja um bom divertimento para todos. Crianças e adultos têm sido enganados ao pensar
que os animais de circo são felizes. A maioria das pessoas só os vê soltos e
fora das jaulas sob luzes fortes, cercados por músicas e brilho. Poucos sabem
que esses animais são mantidos acorrentados e enjaulados na escuridão,
treinados sob tortura, negados ao sol e ao ar fresco a maior parte de suas
vidas.
Pode parecer divertido assistir a um macaco
fazendo piruetas ou a um elefante dançando num circo. Mas saiba que, para que
eles se apresentem dessa forma, são submetidos a todo tipo de violência e
sofrimento:
. Vivem permanentemente presos a correntes ou em
pequenas jaulas;
. São mal alimentados, podendo ficar até vários
dias sem receber comida;
. A higiene e assistência veterinária que
recebem costumam ser precárias;
. São continuamente transportados de um lugar
para o outro, com pouco descanso e intenso estresse;
. Passam a vida toda em isolamento, longe de
seus bandos e de seus ambientes naturais;
. Para realizarem os números de dança, saltos e
piruetas, são submetidos a um treinamento cruel: apanham, são chicoteados,
levam choques, são postos a pisar sobre chapas quentes.
https://lionvegan.com/2015/08/03/1525/
TEXTO III
O COMEÇO DO FIM DAS TOURADAS?
Em uma votação que vem sendo considerada por alguns uma vitória histórica dos defensores dos direitos dos animais, o Parlamento da Catalunha aprovou a interdição das touradas. (...) A medida vem gerando inúmeras manifestações, de aprovação e de descontentamento, pelas ruas da Espanha. Os que se opõem à interdição alegam motivos econômicos e sociais. O custo do fim das touradas se elevaria a cerca de 500 milhões de euros, 400 milhões apenas para a indenização dos cerca de 40 mil trabalhadores do setor, que ademais gera bilhões de euros por ano. Além disso, eles alegam razões políticas: as “corridas” fariam parte da identidade catalã, cumprindo uma função social, e a sua interdição seria uma retaliação por parte do governo espanhol à posição separatista da região. Aqueles a favor da interdição esperam que a moda pegue. A Catalunha foi a segunda região autônoma da Espanha a banir as touradas (o arquipélago das Canárias fizera o mesmo em 1991), já que em número de corridas a Catalunha não chega a ser representativa (no ano passado foram realizadas 18 touradas em Barcelona, contra 343 em Madri). E rezam para que ela se estenda também a outros esportes que implicam maus tratos a animais, suspensas pela mesma decisão. É o caso, por exemplo, dos “corretoros”, que consiste em cercar um touro ou um novilho e provocar nele feridas de natureza e gravidade variadas, mas que não levem à sua morte. O caso não é exatamente ambiental. O número de animais envolvidos pode ser considerado ínfimo e o fim da prática não terá qualquer impacto, por exemplo, sobre a agropecuária (ela sim, com seus impactos significativos). O que estava em pauta era, acima de tudo, a forma como esses animais eram tratados, feridos ou mortos. Ainda assim, a decisão é muito importante. Primeiramente porque o debate que a precedeu, e a sua duração, mostra claramente o valor que nós humanos colocamos na vida desses animais; mostra como numa nação que participou ativamente da disseminação da cultura europeia pelo mundo ainda há, em pleno século XXI, lugar para a barbárie, para manifestações públicas de prazer sádico no sofrimento alheio. E isso explica muito. Mas o lado mais importante da decisão está na ousadia do reconhecimento político de direitos, oponíveis a nós humanos, a “simples” animais.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:
“Maltratar animais para diversão humana: manifestação cultural ou crueldade?”
Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.