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EFAF - TEXTO TEATRAL - INVISIBILIDADE SOCIAL, A PARTIR DE MACABÉA, PERSONAGEM DE CLARICE LISPECTOR

TEATRO - EF ANOS FINAIS

TEXTO TEATRAL

INVISIBILIDADE SOCIAL

A PARTIR DE MACABÉA, personagem de Clarice Lispector

ID: F9Q


Você já sabe, mas não custa lembrar...

Há registros de textos escritos para teatro desde o século V, na Grécia Antiga, quando o dramaturgo (autor de peças teatrais), geralmente, recompunha fatos cotidianos, a fim de criticar as mazelas sociais de seu tempo.

O teatro é um gênero textual que se apropria dos tipos narrativo e dialogal, ou seja, o enredo é contado por meio do diálogo – discurso direto – entre as personagens, ao longo dos atos (como se fossem capítulos do enredo). É possível a presença de um narrador, em especial nas peças teatrais dirigidas às crianças, para facilitar-lhes o entendimento – nesse gênero textual, há muitas mensagens subliminares, a serem “lidas” na expressão corporal/facial das personagens.

A escrita teatral tem 2 partes: o texto principal e o secundário.

. Principal: diálogos/interação das personagens, por meio dos quais o espectador vai tomando conhecimento do enredo.

. Secundário: rubricas, ou seja, anotações que seguem às margens do texto principal, a fim de nortearem o encenador, tais como: fim do primeiro ato; entra o caminhoneiro; gritos na rua etc. As rubricas também servem para definir o perfil das personagens, o espaço/cenário, o tempo e outros aspectos importantes para a encenação, nos moldes pretendidos pelo dramaturgo.

Para exemplificar, leia o fragmento de “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna (com nossos ajustes):

Chicó entra com o gato (1):

Chicó (2): Tome o seu gato! Eu não tenho nada com isso (3)!

João dá-lhe uma cotovelada e apresenta o gato à mulher (4):

João (5): Está aí o gato (6)!

Mulher (7): E daí (8)?

1 e 4: textos secundários – rubricas
3, 6 e 8: textos principais - diálogos


A estrutura textual é a mesma dos demais textos do âmbito de narrar: exposição, conflito e desenlace.

As personagens podem ser classificadas como protagonista (personagem principal), antagonista (personagem que se opõe ao protagonista), secundários (cooperam com a ação do protagonista e do antagonista) e figurantes (participação pouco significativa).

A peça teatral é intitulada.


CONTEXTUALIZAÇÃO: Macabéa é a protagonista da obra “A hora da estrela”, de Clarice Lispector. Sem dúvida, a autora pretendeu trazer à tona o problema da invisibilidade social. O narrador nos diz que Macabéa é uma moça alagoana, que se mudou para o Rio de Janeiro, onde vai se empregou como datilógrafa. Consta ainda no livro que Macabéa dividia, com outras moças, um quarto de pensão; que ela tossia muito; que ela gostava de comer goiabada com queijo e ovo cozido; que fazia coleção de recortes de revistas de cosméticos; que, no dia do pagamento, comprava para si mesma um buquê de rosas e ia ao cinema – aliás, Macabéa sonhava em ser artista de cinema; que era apaixonada por Olímpico de Jesus (também nordestino), mas ele a trocou por Glória, outra datilógrafa. O enredo termina quando Macabéa vai a uma cartomante e...

 

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COMANDO: Agora você é o dramaturgo! Você deverá aproveitar a problemática (invisibilidade social) e as cenas acima sugeridas e desenvolver um texto para teatro. Procure ler, reler a contextualização, e “mergulhe” na vida de Macabéa, imagine/crie/explore uma situação vivida por ela, por exemplo: Macabéa e Olímpico saem a passear no zoológico; Macabéa flagra Olímpico e Glória, beijando-se; Macabéa é despejada do quarto de pensão onde mora etc., etc., etc.


Atente à caracterização das personagens, do cenário e de outros detalhes necessários para o desenlace do episódio. Se for preciso, observe, no texto de Ariano Suassuna, a estratégia para a elaboração dos diálogos e das rubricas.

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