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EM - CARTA ARGUMENTATIVA - DESPERDÍCIO ZERO E ECONOMIA CIRCULAR

CARTA ARGUMENTATIVA - EM

CARTA ARGUMENTATIVA

DESPERDÍCIO ZERO E ECONOMIA CIRCULAR

ID: E23


Texto I
Em 2012, cerca de 62 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram produzidos no Brasil. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, apenas 2% desse material retorna à cadeia produtiva. Os resíduos que não são reciclados acabam em lixões (17,8%), aterros controlados (24,2%) e aterros sanitários (58%). O não reaproveitamento dos resíduos sólidos custa ao país R$ 8 bilhões por ano. Segundo relatório da Ellen MacArthur Foundation — organização sem fins lucrativos que estuda e estimula a adoção da economia circular — 65 bilhões de toneladas de matéria-prima foram inseridas no sistema produtivo do mundo todo em 2011. Projeções do instituto indicam que, até 2020, a quantidade terá subido para 82 bilhões de toneladas por ano.

Disponível em: <http://www.altosestudos.com.br/?p=52902>. Acesso em: 2 fev. 2016 (fragmento).



Texto II
A Fundação Ellen MacArthur tem por objetivo promover o que se chama de "economia circular", modelo pelo qual se tentam aproveitar todos os insumos utilizados na fabricação de um produto, sem produzir lixo. A diferença para a reciclagem tradicional é que, pelo método de Ellen, não existe – em última instância – desperdício (mesmo que a reciclagem possa ser incorporada ao processo). A organização passou a popularizar a economia circular, hoje adotada por gigantes da iniciativa privada como o Google e a Unilever.

Além disso, a Fundação Ellen MacArthur passou a incentivar a adoção da economia circular em empresas, universidades, governos e ONGs. A organização prega que o que hoje consideramos lixo é, na verdade, fonte de matéria-prima para novos produtos e, logo, uma oportunidade de negócios e de produção sustentável. Ellen procura convencer companhias, em especial as do setor privado, a resgatar insumos de fabricação e a reaver produtos para reaproveitar resíduos, em vez de jogá-los em lixões e aterros. São várias as maneiras de fazer com que o (antes) lixo vire algo útil: repará-lo para que volte ao mercado, com preço reduzido; resgatar partes para que sejam utilizadas em novos itens, ou para o reparo de outros produtos; ou, como último recurso, reciclar materiais como plástico e vidro.

Indo além da oportunidade de negócios, é claro que a economia circular também faz bem ao planeta - e combina com os recentes anseios ambientalistas. "A economia linear ainda é dominante porque se tem a impressão de que ela é mais barata que a circular. Enquanto essa visão não mudar, continuaremos a perder" disse à VEJA o inglês Paul Ekins, professor de energia e ambiente da University College London e especialista no tema. "O desafio é popularizar a ideia de que nada precisa ser descartado", concluiu.

DONATELLI, Luiza. Veja, 27 de janeiro de 2016 (adaptado).



PROPOSTA DE REDAÇÃO: Com base nos textos, redija uma CARTA ARGUMENTATIVA a ser endereçada à Fundação Ellen MacArthur, explorando o conceito de economia circular frente à falta (ou ineficiência) de políticas públicas de incentivo à reciclagem no contexto social brasileiro. Peça ajuda à Fundação para que convença as autoridades brasileiras a adotarem medidas que visem à busca do desperdício zero.


***


Cartas? Ainda? Estamos em pleno século 21...
É verdade que, com tantos recursos tecnológicos, a forma de comunicação entre as pessoas mudou consideravelmente. Antigamente, era muito comum utilizar-se de cartas, telegramas e cartões postais para se comunicar com pessoas distantes. Entretanto, a carta argumentativa ainda continua sendo um veículo de comunicação importante e muito requisitado nos vestibulares.


Carta é dissertação com data e vocativo?
Não. Carta argumentativa é um gênero textual que se apropria do tipo dissertativo. Ainda há quem pense que uma dissertação argumentativa com data e vocativo configura-se uma carta. Isso é engano. Quando se fala em carta argumentativa, espera-se que, ao longo do texto, as marcas de interlocução sejam mantidas (vocativos, pronomes) – é fundamental não esquecer que se escreve para uma única pessoa/instituição. Por meio da carta argumentativa, pretende-se convencer o interlocutor – e apenas ele – sobre o que está sendo enfrentado/pedido, e não qualquer um (leitor universal), como acontece quando se escreve uma dissertação argumentativa. Assim, não basta apenas a “moldura” do texto para que se configure uma carta.


Atenção à estrutura-padrão da carta:
 Data;
 Vocativo, distinção do cargo do destinatário;
 Apresentação do remetente (nos vestibulares, só as iniciais – o candidato não pode se identificar);
 Apresentação do assunto;
 Argumentação;
 Pedido/intenção;
 Despedida;
 Assinatura (só as iniciais).

Nas cartas argumentativas formais, é preciso usar pronomes de tratamento respeitosos. "V. Sa." pode ser usado, caso o aluno não se lembre de outro adequado ao destinatário.

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