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EFAF - CRÔNICA DESCRITIVO-PSICOLÓGICA - OLHAR ENIGMÁTICO

DESCRIÇÃO - EF ANOS FINAIS

CRÔNICA DESCRITIVO-PSICOLÓGICA

ID: EJ5


O texto não verbal abaixo é o ponto de partida para sua crônica descritivo-psicológica. Há ali um olhar enigmático – de preocupação?; de desgosto?...

  

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Para o texto descritivo-psicológico, que procura enxergar “o de dentro”, é essencial que o escritor use os cinco sentidos para explorar aquilo que pretende descrever – cheiros, ruídos, sabores, texturas, cores devem ser provocados para “desenhar” melhor as cenas e o perfil físico e emocional da personagem.


Levante hipóteses: quem é a personagem?; como é?; gosta de quê?; não gosta de quê?; incomoda-se com quê?; choca-se com quê?; alegra-se com quê? etc., etc.


Para provocar sentidos, percepções e sentimentos, levante mais hipóteses: que cheiros, cores ou sabores fazem a personagem lembrar o quê?; com saudade ou com tristeza?; a personagem é instável?; é emotiva?; é brincalhona?; é avarenta?; é feliz?; ama o quê/quem?; sente-se amado? etc.


Procure ir além da descrição-psicológica previsível: dizer que Fulano é calmo, triste e bom – isso é muito comum.


Saiba que o leitor vai “ver” exatamente aquilo que o escritor quiser/permitir que ele veja, fraca ou intensamente, a depender da sensibilidade e da técnica do escritor.


Outras orientações: 1) empregue os verbos no passado; 2) explore e misture características físicas e psicológicas (predominantemente) de apenas uma personagem; 3) escreva, aproximadamente, 30 linhas; 4) atribua um título ao texto (nas crônicas descritivas, é possível utilizar o nome da personagem descrita como título do texto).


Leia abaixo um exemplo de texto predominantemente descritivo-psicológico:


A varanda dorme acesa, enquanto Julieta sente que, portões afora, há a Terra que gira, que a terra sempre girou, mesmo antes dos calendários, mesmo antes de os homens saberem que ela girava. Portões adentro, as histórias dela atropelam-se, escondidas. Aliás, as queixas de Julieta, grandes e pequenas, sempre foram secretas; os protestos, silenciosos; os instantes de alegria, contidos. Nem ela mesma sabe que espécie de alegria tem, uma alegria sem cor nem cheiro, alegria de quem não tem motivos para rir, mas ri, chora de tanto rir, e chora, boba – e então tem a certeza de que ri da alegria de quem vê graça numa bola de papel amassado.

Gislaine Buosi

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SUPER DICA: Para valorizar as descrições, procure utilizar a sinestesia, figura de linguagem que é a mistura de sensações ou percepções ou sentidos. Ex.: “Minha melhor recordação está sempre quente, pronta.” (Guimarães Rosa). Note que foram empregados um sentimento (recordação) e um sentido (tato – quente).


NÃO SE ESQUEÇA: Antes de entregar sua crônica ao corretor, revise-a. Releia o que escreveu, faça a autocrítica e a autocorreção: confira se seu texto está fácil de ser entendido, se as frases e os parágrafos estão bem ligados entre si, se não há repetições nem sobra de palavras, se a ortografia, a acentuação gráfica, a pontuação, os plurais e outros itens que você aprendeu estão corretos.

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