A maioria das equipes que
trata de pacientes terminais pensa que as preocupações deles se restringem à
dor e aos sintomas da doença, o que leva esses profissionais a excluírem do
tratamento a dimensão existencial. No entanto (...), há outras preocupações que
os atingem (...), como o receio de se tornar uma carga para seus familiares.
(...) Rever a vida, resolver conflitos pendentes, e preocupar-se com a situação
da família após sua morte são assuntos recorrentes entre diferentes pacientes
terminais.
De acordo com a Organização Mundial
de Saúde (OMS) (...), os cuidados paliativos consistem na assistência ativa e
integral a pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento curativo. O
principal objetivo é garantir melhor qualidade de vida tanto ao paciente quanto
aos seus familiares. Os cuidados paliativos destinam-se a controlar a dor e os demais
sintomas, evitando o sofrimento do paciente. Os cuidados paliativos ainda são pouco
discutidos, e até negligenciados, em vários países. São necessárias a criação
de políticas públicas e a introdução de práticas voltadas ao bem-estar e à qualidade
de vida desses pacientes, proporcionando-lhes assistência integral e digna, o tanto
quanto possível, até o fim da vida. Cuidar desses pacientes envolve atos de
responsabilidade, solidariedade e dedicação, além de competências e habilidades
concernentes ao relacionamento interpessoal. É importante que, em sua atuação,
a equipe de saúde conheça não apenas as necessidades, como também as limitações
da pessoa a quem prestará assistência, adotando conduta humanística e sensível
para com ela.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-80422014000300019,
com ajustes
Texto IV
Na prática, é complexa a
identificação do paciente terminal, haja vista o fato de que tal identificação
envolve mais do que o raciocínio lógico. (...) A aliança entre equipe médica e família
é apontada como o primeiro passo no trabalho com o paciente (...), o que tem
como objetivo, cada um em seu lugar, o melhor para o enfermo. (...) Ainda não
há muito o que fazer pelo paciente dito terminal. Do ponto de vista
psicológico, o estímulo para mecanismos de enfrentamento, os quais o paciente
pode ter desenvolvido e utilizado em outras situações difíceis em sua vida, são
fundamentais para manter a autoestima e certa estabilidade emocional. Respeitar
e estimular a relação que este e seus familiares têm com religião e
espiritualidade podem ser essenciais para a experiência paliativa. (...) Não
existe um projeto da psicologia hospitalar para que o paciente “morra feliz”,
porém existe uma priorização para que, por meio de cuidados fornecidos pela
equipe, haja uma morte digna, que pode se traduzir em morrer sem muita dor e
com níveis de angústia suportáveis. É importante manter o paciente limpo,
apesar de apresentar incontinência esfincteriana, neutralizar odores
desagradáveis, aspirar secreções brônquicas, controlar edemas periféricos e
pulmonar, prevenir e/ou cuidar das escaras (tão comuns em pacientes acamados),
entre outros cuidados.
PROPOSTA DE
REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o
tema: “CAMINHOS PARA A GARANTIA DA DIGNIDADE A DOENTES TERMINAIS”. Apresente proposta
de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.